Ragnar
Cinco dias. Cinco malditos dias procurando por Cam, e nada. O desespero corria por minhas veias como um veneno lento e mortal. Cada minuto sem ela fazia meu lobo se agitar mais, pronto para despedaçar qualquer um que ousasse me irritar. Não havia uma pista sequer que fizesse sentido, apenas o cheiro dela – fraco, distante, mas presente – se espalhava pela cidade como folhas ao vento. Ninguém mais parecia sentir isso, apenas eu. Era como uma provocação constante, uma lembrança de que ela estava perto, mas inalcançável.
Elowen havia decidido nos acompanhar depois de sentir a gravidade do que estava acontecendo. Ela colocou Sarah em um sono profundo e se juntou a nós aqui em Seattle, onde toda a família de Cam e Mallory já estava. Cada membro da família estava em alerta constante, assim como eu, mas tentavam manter a calma. Tentavam, porque eu não
RagnarA vegetação densa ao redor nos envolvia, abafando os sons da cidade e nos protegendo dos olhares curiosos dos humanos. Estávamos distantes do caos urbano, mergulhados em um mundo que só nós, lobos, entendíamos. Jordan, Benjamin, Gabriel e Connor estavam ao meu lado, cada um atento e concentrado. Sweet tinha nos passado o trajeto onde os lobos de Tayrus estavam, e agora, cada passo nos levava para mais perto de Cam e Mallory. A tensão no ar era quase pesada, como uma tempestade prestes a estourar.Eu estava tentando me manter no controle, lutando contra a fúria e o desespero que cresciam dentro de mim a cada segundo. Mas sabia que, quanto mais perto chegássemos, maiores seriam as chances de tudo dar errado. E eu não podia permitir isso."Bom, senhores, todos sabemos o que está em jogo. Cam e Mallory tem apenas uma chance, e eu não preciso de um grupo maior ou mais bem prepa
CameronAcordei com o som agudo da sirene que ecoava pela casa. Mas dessa vez acordei diferente. Minha cabeça latejava, mas, curiosamente, me sentia um pouco melhor. Meus sentidos estavam mais aguçados, e minha loba estava em alerta total, como se finalmente tivesse acordado, pronta para lutar. Mas as algemas de prata continuavam a me prender, drenando minha força, deixando-me incapaz de acessar o poder que eu tanto precisava.As sirenes começaram a soar ainda mais alto, enchendo o ambiente com uma urgência que acelerou meu coração. Cambaleei até a porta, batendo nela com os punhos, gritando com toda a força que ainda me restava. "Me soltem! Me deixem sair!" Gritei, batendo com força, mas não houve resposta. Eu continuava trancada ali, uma presa daquelas bruxas.Andei de um lado para o outro procurando uma saída, meus pensamentos correndo tão rápidos
RagnarAssim que as sirenes começaram a tocar, algo dentro de mim estourou. Esperar por uma hora? Eu não podia mais esperar. O som agudo me atravessava como uma lâmina, e cada fibra do meu ser gritava em desespero. Eu me virei para os lobos que me seguiam, o lobo uivando dentro de mim. "Eu vou entrar. Agora."Jordan e Benjamin nem hesitaram. "Estamos com você," disseram em uníssono. Gabriel e Connor logo se juntaram, dizendo que todos os lobos sob o comando deles já estavam cercando a casa e que logo a invadiriam também. Eu apenas assenti, sem perder tempo com palavras desnecessárias. A urgência queimava em meu peito como fogo.Corri em direção à casa, cada passo mais rápido, o desespero crescendo. O portão da entrada estava aberto, como um convite sinistro. Mas a porta não estava, e isso não me importava. Com um único movimento, a
RagnarMesmo que meus olhos estivessem cegos pela luz momentaneamente, meu olfato ainda estava aguçado, e o cheiro de sangue, magia e algo mais se misturava no ar pesado. O faro me alertou da aproximação de duas pessoas, mas foi minha visão que começou a recuperar o foco, revelando duas mulheres. Elas caminhavam com a calma cruel de predadores, rostos delicados e angelicais, mas os olhos eram frios, calculistas. Uma loira, a outra ruiva. Minhas garras se retraíram em fúria silenciosa enquanto eu me colocava entre elas e minha Luna.A sala, que agora eu conseguia ver claramente, era uma cena de carnificina. As paredes brancas estavam manchadas de sangue, espalhadas com brutalidade. Tayrus, de pé ao fundo, me observava com um sorriso torcido, mas seu corpo estava coberto de cortes profundos. O sangue escorria livremente por suas feridas, consequência de nossa luta. Olhei para mim mesmo, sentin
CameronEu estava em choque, completamente atordoada pela revelação brutal que as bruxas acabaram de soltar. Meu bebê estava vivo. Eu não o havia perdido. Ele estava dentro de mim esse tempo todo, e eu não sabia. Meu corpo inteiro parou, como se o mundo ao meu redor tivesse congelado por um momento. Um turbilhão de emoções me atravessou – incredulidade, confusão, e um terror profundo que eu não conseguia controlar. Me encolhi, instintivamente envolvendo meu ventre com os braços, como se pudesse protegê-lo. Minha loba estava em um estado de alerta absoluto, confusa, mas ao mesmo tempo se posicionando em defesa. Ela se enrolou ao redor do nosso filhote, pronta para proteger o que era dela a qualquer custo, enquanto um rosnado baixo ecoava em minha mente.O poder de Ragnar, se expandiu ainda mais, preenchendo o ar ao nosso redor. Senti a força dele, como se seu poder estivesse tentando envolver a mim e ao nosso filho, me protegendo de qualquer ameaça. Mes
RagnarMeus olhos estavam cravados nos meus inimigos. Ao meu lado, Cam lutava para se manter em pé, enquanto seu pai bloqueava a única saída da sala. Não havia como permitir que aqueles três saíssem dali com vida. A sede de vingança pulsava dentro de mim, tão forte que quase era tangível no ar. Eu teria a minha vingança, isso era incontestável.Percebi, de relance, quando Benjamin passou com Mallory nos braços, tirando-a da casa. Ele a havia resgatado. Agora, eu precisava garantir que Cameron conseguisse sair também. Só então, acabaria de uma vez por todas com Tayrus e as bruxas. Meu peito subia e descia, minha forma Lycan lutando para manter o controle. O monstro dentro de mim estava faminto, ansiando pelo sangue daqueles três miseráveis. Meu lobo estava mais cruel do que nunca, a fúria e o desejo de destruição eram
CameronEu estava parada na porta da sala, observando tudo acontecer como em um borrão caótico. Tayrus foi envolvido por uma sombra negra, que parecia se fundir com seu corpo, enchendo o ambiente com um ódio quase palpável. A bruxa loira se debatia desesperada sob meu pai, tentando escapar, mas não havia como. A fúria dos alfas da minha família era implacável. Ninguém que os desafiasse sairia vivo dali."Minha Deusa... os ajude..." sussurrei, mal conseguindo controlar o medo que tomava conta de mim.Benjamin apareceu de repente ao meu lado, me assustando. Seus olhos absorviam o caos à nossa frente, e o ódio de Tayrus era tão forte, tão tangível, que eu podia sentir a energia negra emanando de cada poro do corpo dele. O ar estava pesado, quase sufocante, e o cheiro de sangue, terra e magia negra se misturava no ambiente."Temos que sair daqui,
RagnarEu sentia o cheiro da magia antes mesmo de ver seus efeitos. O ar na sala ficou denso, quase sufocante, e vi a bruxa loira, mesmo com o braço sangrando pela mordida de Jordan, conjurando um feitiço que envolvia Tayrus em uma aura escura e pulsante. Sua força estava aumentando, eu podia sentir. Cada palavra proferida por ela parecia alimentar a escuridão dentro dele.Tayrus, que antes estava cambaleante, começou a se erguer. Seus músculos se tensionavam, e suas feridas se fechavam rapidamente. Seus olhos brilharam com um ódio profundo e insano. O sorriso que surgiu em seus lábios era perverso, como se ele estivesse renascendo diretamente das profundezas das trevas.Jordan tentava avançar, mas algo o mantinha no lugar. A bruxa estava conseguindo conter sua força, bloqueando cada tentativa dele de se aproximar e acabar com aquilo. Seus rosnados ecoavam pela sala, mas o fei