Descemos juntos para o jardim dos fundos, onde havia um grande espaço aberto.O lugar era cercado por árvores altas, dispostas de maneira harmoniosa, criando uma bela paisagem verde ao redor do jardim. E logo atrás, havia uma pequena faixa de praia privativa!Apesar de morar na Quinta do Lago há tanto tempo, eu nunca tinha tido tempo para explorar essa parte da propriedade. À esquerda, numa encosta, havia uma plantação de árvores frutíferas e, logo abaixo, uma enorme horta.Esse jardim dos fundos realmente seguiu o plano do meu pai. Ele fez questão de plantar flores de diversas espécies ao redor de todo o pátio. A cada estação, havia diferentes variedades florescendo, perfumando o ar.Só quando cheguei ao jardim dos fundos percebi que muitas das flores frescas que enfeitavam os cômodos da casa vinham do nosso próprio jardim.Enquanto caminhávamos em direção ao jardim, Ivana e Jenny não paravam de rir e conversar, girando ao nosso redor como duas borboletas.Naquele momento, senti uma t
Eu estava prestes a perguntar mais alguma coisa, mas a mão de Daniel apertou a minha, claramente sugerindo que eu não continuasse.Logo ouvi o chamado de Ivana:— Vovô, eu trouxe papai e mamãe pra ver as árvores que você plantou! A vovó disse pra você terminar logo pra gente poder jantar mais cedo!Respirei fundo, tentando me recompor, e olhei em direção ao meu pai. Ele usava um chapéu de palha e tinha uma toalha pendurada no pescoço. Estava suado, com a pele tão escura que parecia carvão. Mas seu corpo parecia mais forte agora. Antigamente, meu pai tinha um ar intelectual, mas hoje parecia um verdadeiro camponês!— Pai, você está tão queimado! — Disse eu, rindo, enquanto apontava para o rosto dele.Ele, ao ver que eu e Daniel havíamos chegado, ficou todo feliz. Com um gesto orgulhoso, apontou para o pomar atrás dele e disse:— Olha o que conseguimos! Como eu não ia me bronzear? Isso é o que significa trabalhar de verdade!Em seguida, ele apontou para algumas plantas podadas em formas
Quando meu pai percebeu que eu o olhava, rapidamente voltou a sorrir:— Se for para arrumar os livros, eu mesmo preciso voltar para organizá-los. Tem algumas coisas que não são mais necessárias.Ao ouvir isso, percebi que ele já estava cedendo. Então, aproveitei o momento e continuei:— Uma vez que resolver isso, você se livra dessa preocupação. Não vamos precisar ficar pensando naquele lugar todo ano. Não é um incômodo desnecessário?— Dizem que as folhas caem onde as raízes estão, não é? A voz dele soava melancólica.— Pai! Eu não sou sua raiz? Onde eu estiver, vocês também deveriam estar! — Falei com firmeza.Ele apenas sorriu, sem responder. Parecia ainda estar ponderando sobre o que fazer.Daniel, entendendo o que eu queria dizer, entrou na conversa:— Pai, a Luiza está certa. Fiquem tranquilos e vivam aqui de uma vez por todas. Já está decidido. Outro dia, mando alguém ir com você para ajudar a arrumar tudo e resolver a venda da casa.— Não precisa mandar ninguém. Quando for a h
Eu sorri e disse:— Estou pensando em levar isso para Cidade A amanhã. Vou dar de presente para o António, é da nossa própria fazenda, tem um significado especial, você entende, né?— Eles, coitados, não tiveram nem um filho. Se o filho deles estivesse vivo, estaria com a mesma idade que o nosso... — lembrei-me da expressão de António, e uma inquietação tomou conta de mim. Murmurei. — Será que a dona Moura está bem de saúde?Daniel assentiu com a cabeça:— Então leve. Leve também uma cesta para o Marcelo. Amanhã te levo ao aeroporto.Para ser sincera, fiquei aliviada. Daniel nunca contrariava minhas vontades.Sem que percebêssemos, o céu já havia escurecido. Se não fosse pela falta de visibilidade, provavelmente continuaríamos no pomar, aproveitando o momento.Daniel deu uma ordem:— Pronto, Ivana, Jenny, chega por hoje. Se não voltarmos logo, sua avó vai vir nos procurar aqui no pomar!Meu pai pediu a alguns funcionários que colhessem algumas jacas grandes e as levassem para dentro da
Na verdade, mesmo que ele não tivesse me lembrado, eu teria ligado para o Marcelo assim que chegasse à Cidade A. No telefonema, ele ficou eufórico ao saber que eu estava na cidade e insistiu:— Deixa o Bryan te buscar, e vamos jantar em casa esta noite!Depois que desliguei, Hugo comentou:— Eu sabia que ia ser assim, por isso nem me preocupei em arranjar seu jantar. Eu ainda tenho um compromisso mais tarde, então dessa vez você está por conta própria!— Fiquem à vontade! — Respondi com um sorriso travesso. — Não é fácil quando se tem família, né?Mateus, com uma expressão de desdém, respondeu rapidamente:— Vai com calma, pensa na sua reputação. Estamos aqui trabalhando para você e nenhum de nós tem família. E você ainda fica se exibindo?Ri e logo rebati:— Ah, para com isso! Eu nunca disse que vocês não podem ter família! Estou apenas dando o exemplo, sabia? Um bom desempenho no trabalho vem de um equilíbrio com a vida familiar. Ter sucesso é saber conciliar os dois! E, falando niss
Eu dei um sorriso meio sem graça e, tentando argumentar, falei:— Pai! Como assim não estou no seu cronograma? Olha só, eu voltei pra casa!Bryan, carregando a cesta de frutas, completou:— Isso aqui é da sua filha. Frutas fresquinhas da nossa terra.— Pai! Essas são do pomar da Quinta do Lago, colhidas ontem à noite! — Acrescentei rapidamente. — A Ivana escolheu pra você!— Ah, é? — Marcelo sorriu satisfeito. — Vai, lava essas frutas logo, quero provar! E aquela pequena espertinha, está bem?— Está legal! Na próxima vez, vou trazê-la para te ver. — Respondi, sabendo o quanto eles adoravam a Ivana. Afinal, com aquele jeitinho dela de conquistar todo mundo, quem não gostava?— Então não demore. O inverno aqui em Cidade A é complicado. Agora que está no começo do outono, o clima está perfeito! — Comentou Marcelo. Depois, perguntou. — E como estão as coisas na empresa por aqui?— Está tudo indo muito bem. O Daniel deixou tudo nas mãos de gente confiável. Por isso, não preciso vir com tant
Depois do jantar, Bryan me levou de carro até a casa de António.Quando bati na porta, quem veio abrir foi justamente Ana, a empregada que eu tinha ajudado a contratar para eles. Naquele instante, senti um grande alívio. Ana ficou surpresa ao me ver e rapidamente me convidou para entrar.Ao entrar na sala, António e a esposa dele ficaram paralisados por um instante, parecendo que demoraram a processar minha chegada. Foi então que a Sra. Moura deu uma batidinha na perna e exclamou:— Ai, meu Deus! É a Srta. Luiza! O que a trouxe aqui?Eu logo sorri, me aproximei e coloquei a cesta de frutas na frente deles, dizendo meio envergonhada:— Tia, eu já queria ter vindo há muito tempo, mas no meio do caminho aconteceram dois problemas bem complicados, então acabei adiando até hoje.Depois, a observei de cima a baixo e perguntei:— Tia, como está a sua saúde agora? Você parece muito melhor.— Ah, Srta. Luiza! Isso é graças a você! Se não fosse por sua ajuda, eu provavelmente nem estaria... Sua
Em casa, Daniel nunca mencionou essa situação para mim. Eu não conseguia acreditar que ele não soubesse da pressão que estava em jogo.Aproveitei a oportunidade para fazer várias perguntas a António, e ele me prometeu que iria para Cidade Z o quanto antes! Aproveitei e convidei a Sra. Moura para ir também! Afinal, o inverno estava chegando em Cidade A, e isso seria mais uma prova para a saúde dela.Conversamos até tarde da noite, e ao sair, combinamos de nos encontrar em Cidade J!No caminho de volta, Bryan comentou:— Não fazia ideia de que seus negócios estavam tão grandes. Realmente, você me surpreendeu.Eu dei um sorriso amargo e respondi:— Irmão, você ainda está brincando comigo? Não ouviu o que António disse sobre os riscos que envolvem tudo isso?Bryan, sem dar muita importância, falou:— Ah, e você está preocupada com isso? Com um estrategista como Daniel ao seu lado, pode ficar tranquila.As palavras dele realmente me acalmaram um pouco, e eu disse sinceramente:— Se não foss