Eu corri desesperadamente para frente, gritando por socorro, mas meus gritos foram totalmente abafados pelo rugido ensurdecedor da motocicleta.Naquele dia, eu tinha decidido usar saltos altos, o que me impedia de correr rápido. Sentia os passos atrás de mim se aproximando cada vez mais, enquanto a moto à frente estava a apenas dois quarteirões de distância...No momento crítico, um carro surgiu em alta velocidade pela entrada da zona E, como um raio negro, passando diagonalmente pelos pilares no meio, fazendo uma curva rápida em direção à moto potente.A velocidade era tão grande que não houve tempo para qualquer reação. Só ouvi um estrondo alto quando a pessoa na moto foi arremessada para longe e a moto, após cair no chão, foi arrastada por uma grande distância na superfície lisa.Não ousei parar meus passos, e o carro era ágil o suficiente. Enquanto corria ao lado do veículo, ele deu um rápido movimento de ré, bloqueando os três indivíduos do outro lado do carro.As coisas acontecer
Eu instintivamente quis virar a cabeça para ver o que tinha acontecido.A mão grande de Daniel segurou minha cabeça e a virou de volta à força, enquanto orientou para Jacó: - Vá para o hospital!Rapidamente, eu disse para Daniel: - Estou bem!- Não, o golpe foi exatamente na clavícula, você precisa fazer um exame! Senão, não vou ficar tranquilo! - Ele me olhou preocupado. - Ainda está doendo?Balancei a cabeça, um pouco relutante, e perguntei: - E quanto a ela... Como você lidou com isso?- Matar um para ensinar cem, para prevenir outros de cometerem o mesmo erro! - Ele declarou sem hesitação, pronunciando essas palavras.Nunca imaginei que Daniel, sempre gentil comigo, fosse tão implacável.Eu sabia que ele estava excessivamente preocupado com a minha segurança, e que essas palavras eram para intimidar aqueles que me viam como um alvo.Após o médico examinar, disse a Daniel: - Por sorte, não foi nada na clavícula, apenas ferimentos superficiais. Vou preparar uma pomada para ela ap
Daniel olhou para mim com carinho, estendendo sua grande mão para acariciar minha cabeça. - Querida, eu volto logo. É tarde, você deveria dormir, certo?- Não... Eu quero ir. Eu preciso ver se ele realmente está lá. Só quando eu os vejo posso sentir que ele ainda está aqui, que tudo isso é real. Não me impeça.Eu rapidamente abri o cobertor e me preparei para sair da cama, com medo de que ele pudesse não me deixar ir. Estava quase entre o sono e a vigília, mas agora estava completamente desperta.Daniel balançou a cabeça resignado. - Então vá trocar de roupa, está frio!Saltei da cama e ele se agachou para me ajudar a calçar os chinelos. Corri rapidamente para o closet, com meu coração batendo rápido demais.Alguém realmente esteve ao lado dele. Onde diabos ele estava?Enquanto me vestia, eu pensava freneticamente.Depois de me trocar, saí correndo. Daniel estendeu a mão e segurou a minha, me guiando para fora.Descendo para o depósito, eu já me sentia familiarizada com o caminho.Ao
- Se eu te soltar, você acha que realmente poderá voltar?Daniel olhou para ele de cima, sua postura imponente transmitindo uma sensação de opressão que deixou Renato visivelmente desconfortável, mas logo em seguida ele ficou exaltado.- O que vocês querem? Não adianta me pegar, eu não sei de nada!Renato estava fortemente na defensiva, totalmente se escondendo atrás de uma couraça de espinhos.Daniel o desprezou com um olhar e disse: - Você acha que é valioso? Você não passa de uma formiga lá! O chefe pode tirar sua vida a qualquer momento. É melhor você responder honestamente às minhas perguntas.Renato coçava o pé sujo, vestindo uma calça que deixava seus tornozelos à mostra e um par de chinelos que destacavam suas unhas excessivamente pálidas.- Como está a condição física daquele homem que você cuida? - Daniel perguntou, fixando seus olhos nos de Renato.- Está tudo bem! Do jeito que dá! - Resmungou ele. - Não fui eu quem fez isso! Por que vocês que me prenderam?Sua atitude era
- Trouxe ela aqui para a salvar! Renato, você acha que sua irmã está segura nas mãos do seu chefe? Você consegue proteger ela? - Daniel olhou para Renato. - Se você acha que ela está segura lá, posso mandar ela de volta!Renato olhou fixamente para Daniel, que parecia uma divindade imponente e fria. Ele engoliu em seco, seus olhos cheios de conflito e medo.- Seus pais morreram pelas mãos do seu chefe, e agora as vidas de vocês dois estão nas mãos dele. Você acha que pode aceitar os abusos e o risco constante de morte? Ou prefere empurrar sua irmã para o fogo com suas próprias mãos? - Daniel fitou Renato com um olhar penetrante.A irmã de Renato, escondida atrás dele, agarrava seu braço com força, mostrando apenas um rosto bonito e assustado. Seus olhos negros como uvas lembravam um cervo assustado.Meu coração se compadeceu e, sem resistir, estendi a mão para a menina. - Não tenha medo! Não vamos machucar vocês!Ela olhou para minha mão timidamente. O tradutor transmitiu minhas palav
Fiquei surpresa com o que ele disse. - Você quer dizer que vai voltar para o Triângulo?- Claro, por isso meu jeito de lidar com ele é diferente. - Respondeu Daniel sem se comprometer.Olhei para Daniel e de repente entendi por que ele começou a fazer perguntas de forma gradual, para aliviar a pressão que ele estava sentindo.- Ele é completamente confiável? - Perguntei, um pouco preocupada.- Isso depende de como lidamos com ele! Os pais dele foram mortos pelas mãos de Félix, e agora só restam ele e a irmã, que dependem um do outro. Ele teve uma infância difícil, tinha apenas nove anos na época, e a irmã apenas seis. Ele ainda é, estritamente falando, uma criança!Quando Daniel disse isso, observei sua expressão e de repente entendi o que ele estava pensando.- Eu entendo bem a sensação de impotência e relutância que ele teve naquela época, então vou o testar! Se ele passar no teste, vou cuidar bem dele!As palavras de Daniel me tocaram profundamente. Eu sabia que Daniel queria dizer
Eu havia acabado de entrar no salão quando uma figura surgiu diante dos meus olhos.Era Ângelo.Ele também me viu e veio em minha direção com um sorriso no rosto.- Sra. Luiza! Que coincidência nos encontrarmos novamente! - Ele disse educadamente, olhando para mim com um sorriso amigável, como um velho amigo.- Sr. Ângelo, bom dia! - Respondi com um aceno educado, me perguntando por que ele estava ali. No entanto, não perguntei.- Você está de saída? - Ele perguntou casualmente.- Sim, só saindo um pouco! - Respondi com um sorriso leve. - Você veio resolver algo?- Sim, vim visitar um velho amigo! - Ele respondeu de forma casual. - O escritório da Sra. Luiza é no décimo andar?- Sim, no décimo andar! - Confirmei, sem sugerir que ele deveria passar por lá quando tivesse a chance. Estava certa de que, se dissesse isso, ele apareceria sem falta amanhã!- Sra. Luiza, teria tempo para sentar um pouco comigo? Tenho algumas perguntas para fazer a você! - Ele perguntou educadamente.Mas eu sab
Raul não esperava que eu mencionasse imediatamente o nome de Lucas. Ele ficou um pouco surpreso, mas assentiu com a cabeça. - Parece que você sempre me surpreende, é realmente muito inteligente.Eu sorri levemente, especialmente admirando a Sra. Karina.Raul continuou:- Esse Lucas é definitivamente alguém para se observar. Nos últimos anos, ele acumulou muitos recursos e contatos no exterior. Ele é o verdadeiro cérebro por trás da família Frota.Parecia que Raul e a Sra. Karina estavam de acordo. Comecei a pensar que precisava que Hugo investigasse Lucas com mais detalhes.- Mas você não precisa se preocupar tanto. Afinal, a Nova Zona da Cidade Z é um projeto de alto escalão. Mesmo que ele tenha ideias, ele precisa avaliar suas chances. Pequenos braços não podem superar pernas grandes. Tentar competir com o topo não é mais como antigamente. - Raul tentou me consolar quando percebeu que eu estava quieta.- No passado, vocês também não tinham medo de enfrentar o Leonardo, aquele osso d