Liz falou com voz fraca: - Você não precisa se preocupar comigo. Sou apenas uma mulher como qualquer outra, você não precisa se importar.Suas palavras tinham um tom autodepreciativo.- Liz...- Mesmo que você queira faltar ao compromisso com sua esposa, com sua posição social, poderia facilmente encontrar alguém mais adequado para você, e não eu. Além disso, aos olhos de vocês como casal, eu sou apenas uma socialite sem vergonha, indigna de ser recebida em sua casa, muito menos merecedora do título de sua esposa.- Não penso assim, não me entenda mal.Luís estava visivelmente ansioso, dando um passo à frente para se explicar.Liz ergueu a mão, o interrompendo:- Você... Não precisa se explicar, suas palavras e ações já deixaram tudo claro! Tenho certeza de que não sou tão tola a ponto de não entender o que vocês estavam planejando. Ela é muito poderosa, mesmo na morte consegue me superar. Mesmo deitada ali, conseguiu estar acima de mim. Eu me curvo diante dela!Enquanto dizia isso, u
Eu não sabia se ele próprio entendia o que estava dizendo.- O acidente de carro foi minha culpa. Ela se machucou por minha causa e ficou daquele jeito. Eu não fui um bom marido. Ela ficou paralisada, e eu me apaixonei por outra mulher... - Luís dizia isso com um semblante de profundo arrependimento. - Quando estou diante dela, sinto uma grande culpa e um enorme conflito interno. Realmente lutei contra isso, mas ela ainda assim conseguiu tolerar minha traição. Realmente a decepcionei! Mas não posso negar que te amo...- Luís... - Liz o interrompeu com um grito severo. - Existe um Deus que vê tudo. Sua esposa está te observando. Não me envolva nesse seu ato de expiação. Não sou uma redentora, sou apenas uma mulher comum que quer viver com dignidade. Pode me deixar em paz?Liz ficava cada vez mais agitada, se levantando abruptamente da cama. Seu rosto pálido se contorcia de dor, e uma de suas mãos instintivamente cobria o peito.Eu me assustei e rapidamente me aproximei.- Liz, não se me
Eu permaneci em silêncio por um longo tempo, mas finalmente ergui os olhos e encarei Luís. Suavemente, disse a ele: - Sr. Luís, talvez seja melhor você ir para casa. Se ela acordar e se agitar, isso não será bom. Agora, o mais importante é a recuperação dela.Foi o que eu disse, sem querer o magoar, acrescentei: - Certas coisas precisam de tempo. Dê a ela um pouco mais de tempo para pensar bem sobre tudo.Luís permaneceu imóvel por um longo momento, seus olhos fixos em Liz. Finalmente, ele olhou para mim e murmurou: - Obrigado por tudo.- Estou apenas cumprindo meu dever. - Respondi calmamente. - Dê a ela um tempo. Talvez ela precise de tempo para se curar.Quando falei sobre cura, Luís obviamente entendeu que me referia às feridas no coração de Liz. Só pela maneira como ela se comportou hoje, eu sabia que aquelas feridas não tinham cicatrizado de verdade, qualquer toque nelas ainda faria sangrar.Depois de um momento, Luís deu um passo para trás, mas seus olhos permaneceram fixos n
Me recuperando, peguei o celular e liguei para Daniel, mas o telefone estava desligado.Meu coração apertou e um pressentimento ruim me invadiu imediatamente.Esse pressentimento me deixou inquieta. Rapidamente, liguei para Jacó, mas fui informada de que o telefone também estava desligado.Minha mão ficou gelada instantaneamente e pensei comigo mesma: será que Daniel já partiu?Naquele momento, meu celular tocou. Dei uma olhada na tela e vi que era Amadeu. Senti uma ponta de preocupação e atendi rapidamente, temendo que uma ligação a essa hora não trouxesse boas notícias.- Luiza! A XR foi perdida! - Amadeu falou com um tom abatido.Segurei firmemente o celular. Internamente, pensei: "Isso aconteceu rápido demais!"- Acabei de sair de uma reunião. Catarina assumiu o controle completo da XR e agora está à frente de todos os negócios anteriores da empresa. Ela já está fechando novos projetos. - Explicou Amadeu.- Entendi... - Respondi com simplicidade. Apesar de esperar por isso, tinha
Eu olhei instintivamente para cima e vi a mulher segurando o cabide me encarando com um olhar afiado, ostentando uma expressão arrogante. - Eu vi esta roupa primeiro!- Mas eu a peguei primeiro. - Respondi calmamente.- E daí? - Ela disse com desdém, olhando para mim com superioridade. - Eu vi primeiro. Não posso abrir mão para os outros terem o direito de escolha!Eu examinei a mulher à minha frente: cabelos longos ondulados puxados para um lado, maquiagem refinada, queixo pontiagudo, claramente uma obra de arte embelezada. Seus olhos levemente puxados indicavam que não era alguém fácil de lidar.Ela vestia um vestido longo de cor mostarda e carregava no braço uma bolsa de grife em edição limitada. O perfume era forte e, embora estivesse bem arrumada, não tinha nenhum gosto. Além disso, sua pele era apagada, aquele tom de roxo não combinava em nada com sua cor de pele.Atrás dela, estava um homem alto, cujos olhos pareciam enganchados diretamente em mim. Quando nossos olhares se enco
Fiquei momentaneamente atordoada e, instintivamente, olhei para a dona da mão, que era a mesma pessoa que eu tinha visto enquanto olhava roupas, a tal de Rosalina.Ela entregou desafiadoramente o recibo para Mirian: - Cobre o meu, estou com pressa!Mirian levantou os olhos para ela, com um sorriso gentil: - Por favor, senhorita, espere um momento. Esta senhorita só tem um recibo e já está esperando há um tempo. Vou a cobrar primeiro e logo depois atendo você! O dela é mais rápido!- Por que tenho que esperar? Só porque ela tem um recibo? Se ela não pode pagar, é problema dela. - O rosto mimado dela ficou ainda mais frio, seus olhos quase revirando. - Disse que estou com pressa e, sabe, sou uma grande cliente de vocês. Por que não posso ter prioridade?Ela lançou um olhar severo para o meu recibo: - Comprando umas echarpes baratas e ainda se atreve a fazer fila aqui!Eu observava friamente o tempo todo, mesmo que ela tentasse me rebaixar intencionalmente, eu não estava com raiva. Eu
Eu sorri e acenei para Mirian, agradecendo suavemente: - Obrigada! Obrigada pelo seu trabalho árduo!Ela me olhou com gratidão, assentindo educadamente. - Senhorita, seja bem-vinda na próxima vez!Com um sorriso gentil, ignorei os dois ainda parados ali, me observando com arrogância, e virei para pegar meus lenços.Depois queria descer e sair do Shopping Bela Vista.Ao chegar ao pé da escada rolante, alguém me chamou de repente. - Senhorita, por favor, espere um momento!Virei a cabeça e, para minha surpresa, era o homem que estava com Rosalina.Ele ainda segurava uma sacola nas mãos e veio rapidamente na minha direção, parando na minha frente. Eu estava um pouco cética e distante quando perguntei: - Você... Me chamou?- Sim, senhorita! Sinto muito pelo que aconteceu hoje! - Ele sorriu, mas havia algo obscuro e indescritível em seu olhar. Então estendeu a sacola para mim. - Para expressar meu sincero pedido de desculpas! Este vestido é algo que sei que você gosta! Um cavalheiro não
Eu sorri levemente, fechei a tela do celular e saí do estacionamento subterrâneo do shopping, rumando diretamente para o escritório.Chegando lá, abri novamente o celular ansiosamente e examinei cuidadosamente as informações sobre Ângelo.O perfil detalhado incluía a história e a influência da família Miranda na Cidade J, mas não revelava o que Ângelo havia feito na cidade para causar tanto alvoroço.Parecia que este assunto definitivamente era algo que não podiam deixar vazar, senão não teriam coberto tão bem! Isso só aumentou minha curiosidade!Peguei o telefone e liguei diretamente para Hugo, que atendeu imediatamente. - Luiza!- Não consegue descobrir o que aconteceu com Ângelo naquela época? - Perguntei diretamente, porque eu imaginava que sua volta repentina para a Cidade J tinha algo a ver com eventos passados.- Vou precisar de métodos especiais para isso! - Hugo respondeu sem rodeios. - Estou pensando em algumas estratégias!Eu sabia o que ele queria dizer com "métodos especi