Com uma mistura de curiosidade e ansiedade, cheguei à área de armazenamento mencionada por Daniel e logo descobri que se tratava de um centro de armazenagem escondido em uma concavidade nas montanhas, a dez quilômetros ao sul da Cidade J.Comparado ao que eu imaginava, este depósito era muito maior e organizado, justificando por que Daniel o chamava de "área de armazenamento".Mesmo sendo tarde da noite, o lugar estava tão iluminado como o dia, parecendo uma pequena cidade oculta.Eu acreditava que nem mesmo os antigos moradores da Cidade J sabiam da existência deste armazém de proporções tão enormes.Altamente guardado! Essas duas palavras não exageram ao descrever o local.- Aqui é onde todos os produtos da Belov na América do Sul são armazenados e distribuídos para várias regiões do continente, então este lugar é de extrema importância. - Daniel explicou, depois de me ajudar a sair do carro.Eu entendia claramente a importância deste lugar.- Realmente mudou minha concepção sobre de
Minha visão não era boa, mas pude ver claramente aquele homem tremer todo, sua garganta se movendo nervosamente para cima e para baixo.Intuitivamente, senti que havia uma conexão entre nós, senão Daniel não teria me trazido para ver essa pessoa tarde da noite.- Lorenzo, você sabe quem ela é? - Daniel não me respondeu diretamente, mas perguntou ao homem.Assim que as palavras de Daniel terminaram, aquele homem fez um som de engasgo e mudou de posição, indo de agachado para ajoelhado diante de nós dois, com uma expressão de súplica desesperada: - Sr. Daniel, por favor, me perdoe... Eu mereço mil mortes, mil mortes!- Estou te perguntando quem ela é? - Daniel perguntou com voz severa.O homem recuou um pouco, seus olhos fixos no meu rosto, balbuciando: - Srta. Giovana, é, é Srta. Giovana, eu mereço mil mortes!Meu corpo ficou tenso de repente. Ele me chamou de Srta. Giovana. Ele sabia que eu era Giovana? Eu o olhei com um pouco de ceticismo, me fixando em seus olhos cheios de medo e d
Eu parei abruptamente, firmei os pés no chão e ergui um pouco a cabeça com nervosismo ao olhar para Daniel.- Ele... Ele realmente está vivo? - Perguntei ansiosamente.Daniel apertou minha cintura com a mão, dando um aperto intencional. Eu entendi o que ele queria dizer e olhei para Lorenzo, esperando que ele continuasse.Lorenzo, ao nos ver parar, revirou os olhos proeminentes e disse com astúcia: - Sr. Daniel, antes de contar a você, você... Você precisa me prometer libertar o Valentino. Se ele estiver seguro, eu garanto informar onde o Simão está escondido. Mas... Se demorar... Eu não posso garantir...- Você não tem direito de barganhar comigo! Você garante? - Daniel interrompeu, prestes a se virar.Eu estava tão nervosa que mal conseguia respirar. Ele ainda estava vivo. O que aconteceria se chegasse tarde demais? Olhei ansiosamente para Daniel, que mais uma vez me deu um sinal com a mão.Aquela expressão era inconfundível, carregando uma autoridade inquestionável de um soberano i
Eu segurei a respiração enquanto o observava. Seus olhos ainda fixos na tela do tablet, de onde os gritos continuavam.Lorenzo, desanimado, se sentou no chão e olhou apreensivamente para Daniel, revelando um endereço.Daniel olhou para Jacó, que imediatamente se virou e saiu.Lorenzo, resignado e sem energia alguma, murmurou para si mesmo: - Eu mereço punição, peço desculpas, Sr. Daniel, peço desculpas pela confiança que Simão depositou em mim...Seus olhos, antes dispersos, se concentraram como se ele estivesse fazendo um último esforço com Daniel.- Mas como eu poderia controlar tudo isso? Um passo em falso levou a outro. No começo, ela só pediu para eu trocar aquela pasta, mas eu não sabia que ela me forçaria...Ele olhou desesperançado para Daniel, continuando:- Foi ela quem me forçou...- Se você não tivesse sido ganancioso, se não tivesse estendido a mão para pegar o que não era seu, como poderíamos ter chegado a isso? Você destruiu minha família e a família de Giovana. Ainda o
Os passos ecoavam pelo corredor que se assemelhava a um túnel, cada batida ressoando em meu coração. Eu estava inquieta, pensando no endereço que Lorenzo mencionou, com a sensação de que não era dentro do país.Não sabia se era o ambiente de uma caverna ou de cada uma das portas aqui, ou de tudo o que havíamos passado.Para o homem que acabei de conhecer, ainda havia muitas perguntas que eu queria fazer, mas na verdade, tudo isso já havia se tornado parte do passado, sem possibilidade de mudança.Depois de sairmos, Daniel deu algumas instruções a Jacó, e eu havia perdido a excitação que tínhamos no início.Minha mente estava cheia das notícias de que Simão estava vivo, minhas emoções estavam à flor da pele, e eu estava até um pouco impaciente.No caminho de volta, perguntei a Daniel: - Daniel, será que o endereço que ele mencionou é verdadeiro? Será que podemos encontrar... Meu pai?Enquanto dizia isso, minhas mãos involuntariamente se apertavam.Daniel dirigia e estendeu a mão para s
Essa notícia me deixou completamente perplexo. Como assim foi ele quem me levou?- Sim, encontramos apenas uma testemunha, um velho que estava colhendo ervas naquela montanha na época. Naquela ocasião, ele ainda era um homem de meia-idade. Por sorte do destino, depois de tantos anos de busca, finalmente localizamos essa testemunha ocular que viu toda a tragédia.- Ele realmente viu tudo acontecer?Mal podia acreditar. Daniel e os outros deviam ter trabalhado arduamente para encontrar essa testemunha anos depois, era como encontrar uma agulha no palheiro.- Segundo o velho, ele estava descendo a montanha naquele momento e parou para descansar em um platô inclinado quando testemunhou o que aconteceu na estrada abaixo. Você sabe, é extremamente raro encontrar pessoas colhendo ervas assim no exterior. - Daniel falou com orgulho. - Foi realmente um trabalho árduo para esses camaradas. Anos e anos visitando incansavelmente o local do incidente, sem deixar passar qualquer pista despercebida.
Daniel olhou para mim e assentiu com firmeza. - Sim, na época ninguém imaginava. A Sra. Diana era muito astuta. Ela colocou uma câmera escondida dentro de uma Bíblia e compartilhou isso apenas com a avó. Disse que, se algo acontecesse, para guardar aquilo e um dia o entregar a alguém confiável.Senti meu nariz pinicar e meus olhos se encherem de lágrimas. - Parece que ela realmente pressentiu o perigo iminente!O rosto de Daniel ficou sério também, e ele permaneceu em silêncio por um longo tempo, sua voz rouca ao falar:- A Sra. Diana instruiu a avó a levar as crianças para a família Cruz, caso algo acontecesse com ela.Finalmente, as lágrimas rolaram dos meus olhos e eu as limpei rapidamente.Daniel segurou minha mão com firmeza, sua expressão carregada de dor. - Ninguém esperava que tudo acontecesse exatamente como ela previu, com o vídeo capturando tudo! Mas a avó não conseguiu nos levar para a família Cruz a tempo. Na pressa, ela conseguiu apenas enviar uma mensagem para a famíl
Eu observava com preocupação a expressão de Daniel.Ele franziu a testa e continuou: - Depois, quando encontramos a testemunha e investigamos Lorenzo detalhadamente, descobrimos que ele havia deixado a Belov depois de tudo isso ter acontecido. Naquela época, a Belov ainda estava nas mãos de Alícia.- Você quer dizer que é possível que ele e Alícia tenham se destruído mutuamente? - Especulei.- Durante nossa investigação, encontramos uma pista estranha: houve um período em que Alícia também estava procurando por ele e até emitiu uma ordem de execução contra Lorenzo! Isso é estranho. Por que Alícia daria uma ordem para matar Lorenzo?- Só pode haver uma razão, Lorenzo deve ter descoberto algo ou se envolvido em algo. - Respondi.Daniel assentiu com a cabeça. - Assim como Gael foi morto para calar a boca, deve haver um segredo inconfessável aqui. Nossas pessoas seguiram essa pista e descobriram que as suspeitas contra Lorenzo estão se intensificando. Além disso, junto com ele, estava se