Quando chegamos em casa, Nanda estava radiante de alegria. Ela já sabia que tínhamos ido à família Lima e, desde que soube pela primeira vez, disse para minha mãe: "Luiza é uma mulher muito sortuda! A família Barreto não tem sorte."Minha mãe, por mais desconfortável que se sentisse em relação ao que aconteceu no passado, não iria discutir com alguém à beira da morte. Ela apenas sorriu e não disse mais nada.Daniel conversou com meu pai por um tempo antes de sair.Depois de colocar Ivana para dormir, Nanda surpreendentemente bateu na minha porta, e eu rapidamente a deixei entrar.Ela parecia um pouco desconfortável na minha frente, então estendi minha mão e a fiz sentar no sofá. - Você quer falar sobre alguma coisa?- É... Não é nada, só queria ficar um pouco mais com você! As palavras dela eram proferidas com cautela, o que me deixou profundamente tocada. Eu era daquelas que não suportavam ver os fracos assim, então me sentei ao lado dela, como costumava fazer quando ainda estava n
Eu a encarei diretamente e perguntei, mas ela baixou a cabeça sem me olhar. Sabia que ela ainda não havia se conformado. Eu e seu filho estávamos no mesmo barco, naturalmente ela estaria ao lado dele, isso eu entendia.- Aquela casinha, morei lá por 8 anos. Sei que casas espaçosas e iluminadas são boas, mas naquela época eu não tinha muitas ideias. Só pensava que aquilo era um lar, não precisava de muito espaço, contanto que eu o tivesse, já estava bom!Falei com tristeza, naquele momento, olhando para trás, percebi como fui tola. Continuei a dizer:- Mas ele passou por cima de mim, ignorando o futuro educacional e profissional da Ivana, e comprou uma casa para Joyce na Mansão do Sul, que eu tanto tinha gostado. Pense, não sou idiota, não sou tão ingênua ao ponto de ser continuamente humilhada por vocês. Então, tinha que recuperar minhas próprias coisas. Isso está errado?Olhei para Nanda, que abaixou a cabeça em silêncio, então eu disse:- Então, você mora aqui, não pense demais.- Só
Naquela noite, não dormi bem. Sempre que pensava nas memórias com Vitor, não conseguia encontrar paz. Sentia pena da Nanda, mas era impotente. As pessoas tinham família para as apoiar quando envelheciam, mas e a Nanda? Ela sabia muito bem que não tinha uma família. Toda a sua vida foi uma tristeza, e agora, no final, ela precisava implorar por misericórdia para o filho. Mas, ela estava quase no fim da sua jornada.Depois que Nanda passou a morar comigo, Vitor a visitou uma vez. Ele olhou para a mãe, comprou muitos suprimentos, como se estivesse visitando uma vizinha, mas não mencionou a levar de volta. Talvez ele sentisse que ela seria mais bem cuidada comigo!Ele contou a Nanda que Bruna foi detida por 15 dias devido ao incidente na Mansão Sul. Nanda ficou satisfeita com isso, pensando que era uma punição organizada pelo filho, mas na verdade foi ideia do Daniel. No entanto, não contei a verdade para ela.Deixei ela lembrar das boas ações do filho quando partisse!Daniel me ajudou a
Daniel o cumprimentou com um aperto de mão e entrou na sala VIP. Ao entrar, notei que todos ali eram figuras proeminentes e influentes da Cidade J. Todos eles cumprimentavam Daniel com muita cortesia.Daniel desempenhou um papel fundamental na organização deste encontro, convidando numerosos consórcios estrangeiros para participar, cada um trazendo consigo projetos significativos.A escolha deste momento para o encontro foi estratégica, visto que os planos para o segundo semestre estavam em pleno curso.Eles tinham a intenção de realizar uma reunião aqui.Daniel designou alguém para me levar para a sala VIP preparada para nós, uma luxuosa suíte que não diferia muito em terra firme.Era muito tranquilo lá, e provavelmente todos que ficariam naquela área eram convidados VIP, sem movimentação desnecessária de pessoas.Depois de pendurar meu casaco, saí do quarto para tomar um pouco de ar fresco no deque. De longe, vi que ainda havia muitas pessoas subindo a bordo, todas elas bem-vestidas
Giovana mal teve tempo de expressar suas intenções maliciosas quando uma voz veio de trás.- O que você está fazendo aqui?Virei a cabeça e vi Daniel. Seus olhos claros percorreram Giovana por um momento antes que ele perguntasse:- O que estão conversando?Giovana imediatamente engoliu as palavras que estava prestes a dizer, seu rosto mostrou um leve pânico, mas logo mudou de expressão, levantando a mão para segurar o braço de Daniel.- Primo, eu estava apenas conversando com Luiza, não era nada sério.Eu mantive um sorriso calmo o tempo todo, agindo como se nada tivesse acontecido, observando Giovana mudar de comportamento rapidamente.Mas por dentro, senti uma pontada de arrependimento. Mais uma vez, perdi uma oportunidade. Tenho certeza de que o que Giovana ia me dizer era apenas mais uma versão da mesma história. Essas coisas eram como fragmentos de memória que se encaixavam lentamente em minha mente.Daniel estendeu a mão e segurou a minha sem hesitar na frente de Giovana.- Vamo
Havia poucas pessoas no convés. Ele me abraçava enquanto estávamos na proa do navio. - A posição do Titanic é bem aqui, você também pode sentir isso!Ele sussurrava essas palavras doces no meu ouvido, seus braços me envolviam, quentes e reconfortantes. Naquele momento, eu me sentia profundamente feliz, envolta pela beleza ao meu redor e pelo amor sem limites. Quase me esquecia de tudo.Gritei para o mar, deixando todo o peso ir embora. Na proa do navio, realmente parecia que estávamos voando sobre o mar!Mas os momentos felizes sempre eram passageiros. Logo, a luz dourada do pôr do sol desapareceu com o crepúsculo, e o mar assumiu um tom mais sombrio.Daniel olhou para o relógio. - Hora de ir. A cerimônia de abertura está prestes a começar!Quando chegamos ao salão central, estava lotado. Todos sorriam e estavam animados, eu me senti um pouco atordoada. Isso não parecia em nada uma feira comercial, mas sim uma grande festa de Carnaval.Mas vi muitos rostos familiares. O mais surpreen
Levantei o olhar e vi diante de mim não outra pessoa senão Isabela.Para ser sincera, era a primeira vez que me encontrava frente a frente com Isabela. Eu a olhei calmamente, não muito certa do motivo dela estar ali comigo. Afinal, não tínhamos nenhum tipo de conexão, muito menos assuntos em comum para conversar.No entanto, ela foi a primeira a falar:- Sra. Luiza! Posso falar com você por um momento?Não pude deixar de me surpreender por um instante, olhei para ela por alguns segundos. - Claro!Vendo que eu concordei com um aceno de cabeça, ela lançou um olhar na direção de Daniel e, em seguida, olhou para mim antes de se virar e caminhar em direção ao salão lateral.Os dois lados deste salão central tinham pequenas alcovas, naquele momento várias pessoas estavam sentadas, conversando animadamente.Eu também olhei para trás para ver Daniel, com medo de que ele ficasse preocupado se não me encontrasse. Quando nossos olhares se encontraram, apontei na direção em que Isabela estava ind
Na verdade, eu sabia muito pouco sobre o incidente envolvendo Ângela. Nos últimos dias, eu estava ocupada com as atualizações da empresa e ainda não tinha tido a chance de perguntar sobre os desdobramentos do ocorrido com Ângela.Mas naquele dia, ouvi Daniel dizer a Isaac que "seu pessoal estava envolvido".Quando ele mencionou "seu pessoal" para Isaac, na minha cabeça, ele deveria estar se referindo ao pessoal de Isabela.Depois que fiz a pergunta, houve um momento de silêncio enquanto ela brincava com o copo em suas mãos, parecendo estar lutando internamente se deveria ou não dizer o que vinha a seguir.Eu não estava com pressa, apenas a encarava, esperando que ela desse alguma explicação.- Aquele não era o meu pessoal! - Ela começou a falar, negando, e depois hesitou antes de continuar. - Era o pessoal do Isaac!Fiquei chocada por um momento. O pessoal de Isaac?A expressão dela estava sombria e indecifrável, um tanto difícil de entender. Mas eu não conseguia encontrar uma razão pa