Eu olhei para ela perplexa, sentindo uma sensação estranha no coração. Ela pegou um lenço umedecido, limpando as mãos enquanto me olhava e sorria com um rosto encantador. - Ele sempre gosta de dizer que eu sou prima dele!- Não é verdade? - Eu perguntei, sentindo que Daniel estava me enganando e meu coração estava desconfortável.- É, mais ou menos! Mas, na verdade, eu sou filha adotiva da minha mãe! - Giovana disse de forma leve, seus olhos cheios de sorriso enquanto olhavam para mim. De repente, meu coração bateu mais rápido algumas vezes, sentindo uma sensação de impotência. Mais uma irmã sem laços de sangue! Por que eu não conseguia superar essa questão de irmã? Eu não continuei, apenas a olhei, esperando que ela continuasse. Mas, interiormente, eu estava um pouco irritada por falar demais. Falar demais pode levar a perdas. Ao dizer isso, ela naturalmente sabia que eu era próxima o suficiente de Daniel para que ele pudesse me contar que ela era a prima dele.- Minha mãe é tia
Ao ver o nome dele, meu coração acelerou um pouco. Não sabia como descrever minha emoção. Originalmente, eu pensava em recusar a chamada, mas por acaso, acabei atendendo. Logo, ouvi a voz dele do outro lado.- Por que demorou tanto para atender?Surpreendentemente, sua primeira frase foi uma reclamação! Revirei os olhos instantaneamente. Ele ainda reclamava, como se eu fosse lenta, como se eu tivesse a intenção de não atender!Vendo que eu não respondia, ele perguntou: - O que foi?- Nada... Nada demais. Respondi com alguma insegurança, minha confiança estava um pouco abalada.- Sinto que você não está feliz ao ouvir minha voz. - Ele perguntou sensivelmente.- Deveria estar feliz? - Respondi com uma pergunta, pensando. - Agora você se lembrou de mim, tenho que agradecer por isso?- Por que você não me ligou durante todo esse tempo, nem mesmo quando soube que eu voltei?Ele parecia um tanto descontente, com uma atitude como se isso fosse algo natural.- Você também sabe que eu voltei
Essa refeição foi, naturalmente, um grande sucesso, sendo a primeira vez desde que me mudei aqui que tivemos um jantar tão animado e alegre. Meus pais não riam tanto há muito tempo, e hoje foi um sorriso genuíno. Especialmente meu pai que até tomou uma cerveja. Eu estava muito preocupada, mas ele insistia que estava tudo bem.Depois do jantar e de muita conversa, Mateus se levantou para se despedir. Eu me ofereci para o levar de volta, já que o apartamento que ele alugou não ficava muito longe de onde eu morava.Ao acompanhar ele para fora, Mateus sugeriu: - Que tal darmos uma volta? Eu comi demais e, além disso, você pode me contar mais sobre a situação com Afonso.Concordei com prazer. Enquanto caminhávamos lado a lado para fora da Mansão do Sul, contei a ele toda a história de Afonso, desde o início até a situação atual. Já que eu o trouxe para a empresa, considerava Mateus como meu parceiro de negócios e não via motivo para esconder certas coisas dele.Meu telefone tocou no bolso
O carro retornou ao resort. Ao descer, ele apressadamente seguiu à frente, ignorando minha presença. Em meu coração, eu o censurava. Afinal, foi ele quem me seguiu, por que agiu assim?O motorista também desceu rapidamente do carro, me chamando em voz baixa.- Srta. Luiza!Eu parei e olhei para ele. Ele lançou um olhar rápido para Daniel, que estava se afastando rapidamente, e disse: - O Sr. Daniel ficou ocupado por uma semana, voltando incessantemente da Cidade C só para te ver. Ele não comeu ainda, e você...- Rápido!A voz fria e severa de Daniel veio da frente, me assustando. O motorista imediatamente calou a boca, mas seus olhos, repletos de palavras não ditas, olharam para mim com resignação. Me senti desconfortável de repente. Me colocando no lugar dele, compreendi seus sentimentos e poderia perdoar sua súbita mudança de humor. Fiz um sinal para o motorista, me virei e corri para alcançar Daniel, adotando uma postura mais amigável.Ao entrarmos na casa, ele tirou o casaco e
Quando ele viu os quatro pratos e a sopa pronta na mesa, seus olhos brilharam com uma emoção indescritível que passou rapidamente. Em seguida, estendeu a mão para pegar o prato que eu lhe ofereci e começou a comer com muita seriedade e elegância. Desta vez ele comeu bastante, parecia realmente faminto. Fiquei ao lado dele, apoiando o queixo com uma mão, observando atentamente cada movimento dele, com medo de perder qualquer expressão momentânea. Cada gesto, cada sorriso, me fascinava. Enquanto ele comia, levantava ocasionalmente seus olhos profundos para me olhar, nosso olhar mútuo durava muito tempo sem cansar.- Ainda não viu o suficiente?Ele colocou o prato já vazio de lado, tendo comido a maior parte dos pratos. - Tenho que admitir, você tem um talento incrível para cozinhar!Sorri levemente. - Essa é a frase que os cozinheiros mais gostam de ouvir!Me levantei para pegar os pratos, mas ele me deteve, estendendo a mão para me puxar. - Vamos dar um passeio. Quanto tempo você
As palavras dele aumentaram aquele sentimento inexplicável de passividade dentro de mim, e subitamente se aprofundaram um pouco mais. Esse sentimento de falta de controle sempre me deixou inquieta. Baixei os olhos um pouco nervosa, abraçando sua cintura estreita. Internamente, eu estava em confusão. Admitia que minha afeição por ele já não era apenas um leve interesse, mas sim uma queda involuntária na armadilha de sua gentileza. Sim, era uma armadilha. Eu sempre tive a sensação de que caí irremediavelmente nela. No entanto, ele permanecia excepcionalmente lúcido, como um timoneiro que, nas sombras, controlava tudo. Parecia que ele estava sempre ciente do que se passava em meu coração, mas eu não sabia nada sobre ele. Quando ele dizia que gostava de mim, eu só encarava como um modo de se desculpar. Não conseguia entender de jeito nenhum, do ponto de vista dele, o significado da palavra "gosto" que ele me dizia.Sua posição, sua condição, sua aparência, sua idade... Tudo, absolutame
Passado muito tempo, ele finalmente me soltou e disse com firmeza perto do meu ouvido: - Teoria absurda! Apenas esta vez, não quero ouvir uma segunda vez! Se acontecer, você está acabada!Eu o encarei em silêncio, sem saber que sentimento abalava meu coração. Ele estendeu a mão para afastar as lágrimas do meu rosto e, em seguida, entrelaçou os dedos aos meus, me conduzindo para o interior do pátio. Chegando próximo a um elevador panorâmico, ele me puxou para dentro, subindo até o ponto mais alto. Surpreendentemente, era um mirante, um verdadeiro paraíso aos olhos. Ali, já preparado, estava um vinho tinto delicadamente escolhido.Ele me serviu uma taça e a entregou em minhas mãos, aconselhando suavemente: - Beba o vinho, fará bem para você!Como se estivesse enfeitiçada, olhei para seu rosto extraordinariamente belo, tomei um gole generoso da bebida e, em seguida, respirei profundamente. Minhas emoções pareciam se acalmar. Ele me guiou até a beira do corrimão, sob o céu profundo, o
Amanda permaneceu ali, me observando e aguardando minha decisão. Eu a encarei por um momento e disse: - Então, vamos lá! Todos são bem-vindos!Minhas palavras arrancaram um sorriso satisfeito de Amanda. - Parece que o lobo está desejando um próspero ano novo para a galinha, sem boas intenções!- Quem tem o controle não somos nós? Cair ou não cair, quem decide somos nós! - Disse eu com desdém. - Aceitaremos quem vier! Vamos lá!- Está bem! Fique à vontade! Eu vou buscar ele! - Amanda disse antes de se virar e sair. Eu a observei se afastando, arqueando as sobrancelhas. Essa garota, eu gostava dela. Em pouco tempo, João, sorrindo, foi trazido por Amanda. Era um tio gorducho, na casa dos trinta ou quarenta, que vinha direto na minha direção, me cumprimentando com uma inclinação e um sorriso.- Srta. Luiza, bom dia!- Sr. João, olá. Por favor, se sente!Indiquei a cadeira à frente da minha mesa, sem considerar a área do sofá.- Obrigado, obrigado!Ele vinha até mim, se sentando respei