OLIVER LUTHOR Eu precisava manter distância da Karah, tinha que pensar numa solução para esse problema, ou melhor, estava tentando achar uma maneira menos desagradável de dar a notícia a minha avó e a Karah também. Não estava nada fácil. Estar a uma porta de distância da mulher que eu desejava com todas as minhas forças e não ir até ela, não poder beijá-la e realizar todas as fantasias que eu tenho planejado para aquele corpo, é uma tortura. Minhas noites são atormentadas por uma insônia incessante e tudo porque não podia matar o tesão do caralho que me consumia. À noite quando voltei para casa, eu não conseguia fingir que estava tudo bem, não interagia e a Karah é minha avó perceberam. Eu notei a expressão franzida da minha avó, ela logo percebeu que tinha um problema e eu sabia que não poderia demorar a contar, a senhora Clarice me conhece bem demais e eu não conseguia mentir ou inventar uma desculpa para ela. No dia seguinte, eu levei a Luiza ao hospital e, como uma piada pront
Ela está realmente nervosa e não gostou nada da novidade. — Eu sei, vovó, mas foram poucas vezes e eu confiei que a Luiza tomava remédio. Sua risada irônica reverbera entre as paredes. — Você confiou nela? Oliver, eu conversei com você, te disse tudo que aconteceu entre ela e o Otávio e você ainda caiu na armadilha? Eu não acredito nisso! — ela esbravejou, sem esconder sua decepção. — Isso foi antes, vovó, depois da nossa conversa, eu a pedi para sair. Mas isso não importa agora. — O que você vai fazer? — Assumir e criar a criança, o que mais eu poderia fazer?— Ok, você está certo. Mas eu espero que você seja inteligente e saiba que isso não atrapalha em nada se você quiser ficar com a Karah. Você só precisa assumir e criar a criança, não a mãe — disse, fazendo-me rir da sua quase imposição. — Tudo bem, Vovó, eu sei disso. Pode ficar tranquila que eu irei resolver toda essa confusão. — Eu garanti, me sentindo aliviado após a conversa. Depois que conversei com a minha avó, e
KARAH LANG Após a minha tarde, eu não estranhei quando o Oliver não voltou cedo, a semana inteira ele estava saindo muito cedo e raramente voltava a tempo de jantar em casa. Na hora do lanche da tarde no jardim, a senhora Clarice estava com um semblante um pouco diferente, mas estava muito animada, fez até insinuações. — Minha querida, você está feliz hoje? — perguntou ela, um sorriso bem exagerado no rosto. — Eu estou normal, por quê? — respondi, sentindo minhas bochechas esquentarem. Estava bastante constrangida. Só de pensar em tudo que eu e o Oliver fizemos aqui, eu sentia muita vergonha do meu comportamento inadequado. A senhora Clarice me ofereceu ajuda, me trouxe para morar na casa dela e eu acabei ficando com o neto dela. E se ela for daquelas pessoas que prezam por costumes conservadores, onde seguem as etapas certas e não dividem a mesma cama sem uma certidão de casamento? Mas, ela sabe o que aconteceu entre mim e o neto dela, e pior, sabe que tudo começou comigo fingin
Ela começou a andar de um lado para o outro totalmente transtornada. — Não! Não! Isso não é possível. Você, uma empregadinha vadia, morando aqui na casa do Oliver? Isso não pode acontecer!— Isso já aconteceu, Luiza. É esse o seu nome, né? Então, o Oliver já sabe que todas as acusações que você fez contra mim eram mentiras. Ele acredita em mim agora. — Não! — Ela gritou, assustando-me. Eu não esperava essa reação tão descontrolada. Mas não me abalei, continuei olhando-a de cima, já que eu sou alguns centímetros mais alta. Eu queria causar uma cena aqui, estou morando de favor na casa deles e, mesmo que seja uma pessoa horrível, a Luiza é amiga da família e foi namorada do irmão, também ficou com o Oliver. Constatar essa última informação me faz sentir um aperto no peito. — O Oliver jamais convidaria uma faxineira, uma empregadinha de quinta categoria para morar aqui! Ele tem berço, nasceu numa família de prestígio, não se mistura com lixo. — Pois se isso é realmente uma verdade,
Ao ouvir a voz vinda do alto da escada, a mulher à minha frente começou a chorar compulsivamente, agiu como se tivesse sido maltratada. — Tia, eu só queria vir fazer uma visita a senhora e conversar sobre o bebê. Eu queria vir assim que descobrimos, nas o Oliver me pediu para esperar ela dar a notícia primeiro… — suas palavras fazem cair por terra qualquer esperança de que essa história de gravidez fosse uma invenção dela. — Mas quando cheguei aqui, essa mulher começou a me atacar do nada. Eu não sei o que fiz com ela para ela me perseguir tanto. Eu olhei para sua cara e ela continuava chorando e, por incrível que pareça, até lágrimas tinha. É muito cínica. — Luiza, o Oliver havia dito para você não vir aqui. — a senhora Clarice respondeu, surpreendendo-me. E surpreendeu a ela também, já que encarou o alto da escada, mostrando confusão, mas se recuperou rápido. — Tia, eu só queria falar sobre o bebê e tentar criar um ambiente com harmonia para ele. Eu não queria criar nenhum
— Eu achei que você tivesse resolvido suas diferenças com o playboy, ele parecia estar bem preocupado quando me ligou para informar sobre sua internação — Lucas comentou, servindo-se de um copo de suco de laranja que eu fiz. Eu segui direto para o apartamento dele depois que deixei a mansão Luthor, não tinha outro lugar para voltar. — Eu também achei, mas estávamos errados, tudo não passou de uma ilusão. — cuspi as palavras amargamente. Só de pensar que eu me enganei tanto com aqueles momentos. Soltei uma risada ao pensar que eu realmente acreditei que ele sentia o mesmo por mim, mas no final eu estava apenas me enganando, ele só me usou, no final é exatamente como aquela desgraçada disse: um homem como o Oliver não se envolve de verdade com mulheres como eu. Eu fui tão ridícula. — Me conta o que aconteceu para você voltar aqui como uma Cinderela abandonada — ele pediu, fazendo-me rir com sua escolha de adjetivos. Então eu fiz um pequeno resumo das últimas duas horas. Não poupei
OLIVER LUTHOR Eu olhei a mulher jogada na poltrona com a expressão de quem não acreditava no que estava vendo e minha vontade era sacudi-la para que ela visse o que estava diante dos seus olhos. Ela se recusava a enxergar a verdade. Ela realmente achou que eu estava mentindo e preferiu acreditar na Luiza, a me dar o benefício da dúvida e conversar comigo antes de fugir. Aproximei-me mais, ficando a poucos centímetros de distância. — Não estava se escondendo? Não foi isso que pareceu quando você saiu sem dizer para onde estava indo! — Oliver, o que você quer aqui? Aliás, eu ainda não entendi essa sua amizade com o Lucas — ergueu a sobrancelha, desconfiada e eu não consegui segurar um sorriso. — Como vocês começaram a conversar?— Eu conversei com ele aquele dia que te levei ao hospital e desde então resolvemos manter contato. Por que, eu não posso ser amigo do seu amigo? — questionei, ainda rindo. O que a fez franzir a testa, provavelmente estranhando o meu comportamento. — Claro
A minha felicidade quando ela disse sim não podia ser medida, era grande demais. Ela enviou uma mensagem ao amigo avisando que estava voltando comigo e nós seguimos de volta para casa. — E se aquela mulher ainda estiver lá? — Karah perguntou quando nos aproximamos do condomínio. Não gostei de ver o receio estampado em sua expressão. — Se por acaso ela insistiu e desacatou a minha ordem de sumir da minha vista e nunca mais colocar os pés na minha casa, vai ser bom para deixar ainda mais claro para ela que eu não a quero e que agora você e eu estamos namorando. Você não acharia divertido ver ela sendo escoltada para fora pelos seguranças?! — Mas ela está grávida do seu filho. — E é só isso que me interessa, nada mais. Quando estacionei o carro na garagem, fiquei aliviado ao não ver o carro da Luiza, felizmente ela não esperou para criar mais problemas. Eu tive que me segurar para não rir ao encontrar a minha avó na sala, andando de um lado para outro, com certeza estava preocupad