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Capítulo 2

— Sério? Esse era o barzinho? - perguntei quando entramos no tal dito bar que a minha querida amiga recomendou, isso tá mais pra uma boate isso sim.

— Weza! - Exclamei perto da orelha dela, com a música assim era impossível falar baixo.

— Olha, avistei o Damon, vamos.

Atravessamos a multidão e paramos numa área calma. Não era a VIP, mas era muito melhor do que ficar perto daqueles corpos suados.

— Olá amorzinho - a Weza saudou o Damon com um Beijo e um abraço caloroso.

— Vocês atrasaram um pouco, olha como a boate está cheia.

— Coisinhas de mulher meu amor.

E por uns breves segundos eles esqueceram que eu estava aí.

— Theo, senti saudades - ele me abraçou e me deu beijinhos na bochecha em cumprimento.

— Eu também Dame - falei e fiz o mesmo gesto.

E a gente sentou, o Damon estava com os amigos como sempre, porém não estavam juntos naquele momento, parece que cada um foi caçar as suas presas.

...

1 hora se passou e eu já estou tonta, já vou no meu oitavo copo de vodca, a Weza e o Dame desapareceram faz exatamente uma hora, um dos amigos do Dame apareceu aqui o Mart, mas na mesma velocidade que ele veio, sumiu também.

Olhei ao redor da boate e era realmente muito bom o ambiente, vejo pessoas dançando, cantando, saltitando, brincando, sorrindo, outras, se pegando bem a vista de todos. Estava completamente perdida nos meus pensamentos, quando uma voz desconhecida falou pra mim.

— Posso sentar aqui? - Perguntou um desconhecido e quando me virei realmente gostei do que vi.

— Claro, tenho a máxima certeza de que eles não vão voltar agora.

— Obrigado.

Depois que se sentou não pude evitar, ele era muito bonito, muito agradável de se olhar, olhos castanhos, cabelo comprido e meio cacheado castanho claro com madeixas loiras, era alto, estrutura corporal encantadora, só pra não falar que estava vestido de uma maneira muito casual e que na verdade lhe assentou bem pra esse tipo de ambiente.

Quando saio dos meus devaneios olho pra cima e me apercebo que o estranho estava olhando pra mim, ele provavelmente notou que eu estava reparando-o, porque ele estava com um sorriso presunçoso e sugestivo.

— Viu alguma coisa interessante? - perguntou o desconhecido e deu um gole no seu copo que tenho quase a certeza que vodca também.

— E se eu tivesse? - Perguntei pra entrar no jogo.

— Eu adoraria lhe dar esse "algo interessante" ou talvez mais - ele encostou no assento.

— Isso é algum tipo de insinuação? - perguntei quando fiz o mesmo gesto.

— Podemos dizer talvez... Tenho observado você durante um bom tempo e notei que parece muito pensativa, numa boate o que é realmente estranho.

Em nenhum momento eu notei que estava constantemente a fugir da minha realidade, ultimamente não paro de pensar no meu relacionamento e isso me afasta de tudo.

— Aí está, está pensando nesse exato momento - falou quando estreitou os olhos.

— Qual é o mal de pensar?

— Não tem mal nenhum, é que pelas feições que você faz quando pensa, nota-se uma inquietação grandíssima, o que é provável que seja o motivo que faz você franzir o cenho constantemente.

— Bom... É verdade, não consigo evitar- falei depois de digerir o que ele disse.

— Se você está tão pensativa porquê que veio pra uma boate afinal?

— A minha amiga me trouxe, disse que eu tinha que me divertir um pouco pra me distrair de " pensar demais" - falei quando fiz gesto de aspas com os dedos.

— Aprecio muito amigos assim.

— É eu também, mas ela me abandonou e foi pra não sei onde com o namorado - falei e o fiz sorrir.

E que sorriso

— Qual o seu nome?

— Theo. - falei e dei um gole na minha bebida.

—Theo? De...

— Theo de Theoany.

Eu prefiro que as pessoas me chamem Theo porque elas praticamente massacram o meu nome na pronúncia.

— Theoany é um nome muito bonito, prazer eu sou o Bruno - falou quando estendeu a mão pra mim.

— O prazer é todo meu - falei e apertei a mão estendida.

— Bom isso pode ser o começo de uma grande amizade Theoany. - deu um enorme sorriso.

E novamente, que sorriso

...

Mais uma hora se passou e eu já não estou tão sóbria assim, posso até dizer que estou bêbada já, no caso estamos bêbados eu e o Bruno, ele não saiu de perto de mim em nenhum momento. Não entendo o porquê é que não vejo nem a minha amiga nem o Dame e não menos importante e ainda assim menos importante, os amigos dele, ninguém, absolutamente nenhum deles estava aqui.

O meu celular desligou e o Bruno está sem carga também, a boate parece mais frenética do que nunca, não faço ideia de que horas são, chegamos aqui as nove e meia e já estou aqui penso eu a duas horas, então deve ser por aí 11 horas.

Eu estava nesse exato momento a rir de uma piada que o Bruno contou, acho que foi pelo jeito engraçado que ele tentava dizer as palavras, porque sinceramente falar bem já não importava.

— Eu estava bem afrente do Dakota quando peguei numa tingela não... tigenla... não, não, — ele abanou a cabeça em negação com — tigelan - ele parecia perplexo por não conseguir dizer a palavra.

— Tigela Bruno. - falei enquanto ria da incapacidade de ele conseguir dizer a palavra, ele ficou tão fofo quando se apercebeu que a palavra era tigela e não as tentativas falhadas.

— Eu ia conseguir Theoany - falou com uma expressão de falso aborrecimento.

— Sim Brunozinho você ia conseguir - falei e de repente uma vontade imensa de dormir bateu em mim, eu estava cansada nunca havia bebido tanto.

— Não diz Brunozinho, eu sou grande. - falou com um sorriso muito malicioso.

— Eu acho... que eu... tenho de ir, embora - falei arrastando as palavras. — Os meus amigos não vão voltar, não voltaram a duas horas não é agora que eles vão... - não terminei de falar porque na minha tentativa falhada de levantar caí de bunda no chão.

— Merda. - falei ao fazer uma massagem na minha bunda dolorida.

— Vem, onde você mora? eu posso levar você - falou o Bruno quando levantou e me ajudou a levantar, e em sobressalto eu estava muito perto dele, eu consegui sentir o cheiro da vodca vindo da boca dele.

Olhei petrificada pra ele.

— Você é muito bonito. - falei sem pensar e corei no mesmo instante.

— E você é muito linda também. - falou com aquele sorriso gabarola como quem diz " eu sei que sou irresistível" e pensar nisso me fez sorrir.

— Vamos, eu vou te levar pra casa.

— Não dá, nós estamos bêbados. Brunozinho, você não pode guiar assim - falei quando senti que o aperto dele no meu corpo ficava mais forte.

— Eu não vou conduzir, vamos. - E ele me guiou até fora da boate num estacionamento e parou em um carro preto muito bonito eu não conheço marcas de carro então essa é a única descrição que eu posso dar.

Ele abriu a porta de trás, entramos no carro, apertou num botão qualquer e uma espécie de uma mini janela.

— Onde você mora? - perguntou.

— Não quero ir pra minha casa, me leva pra casa da Weza — falei e ouvi uma pergunta, mas a vontade de dormir me preencheu, eu apaguei.

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