Respiro o ar puro do lado de fora do restaurante e fecho os olhos por um momento. Porra, eu aceitei aquele caralho de ser madrinha. Melanie sabia que me chamando aqui, eu ia acabar cedendo depois de conhecer a cobra que ela inevitavelmente vai chamar de sogra.— Você me deve uma! — Digo bravo, e saio andando em direção ao meu carro.Ouço-a chamando por mim, mas continuo andando até o meu carro, que ficou estacionado de qualquer jeito, a dois quarteirões daqui. Seu salto estala na calçada de concreto, enquanto ela vem atrás de mim. Destranco o carro, e assim que nos acomodamos, arranco em alta velocidade.— Obrigada por me salvar. — Ela começa tímida, olho-a brevemente, ainda irritado com o desenrolar de tudo. — Sei que está bravo, mas não sabe como estou feliz que aceitou ser minha madrinha.— Só você está feliz com isso. — Digo com sinceridade, por que no fundo, sei que vai ser um inferno ajudar nesse planejamento, não consigo imaginar ver Melanie subindo no altar e nossas vidas muda
O Rock Cassino Club está fervendo de gente, isso não me surpreende, o local é simplesmente foda. É de segunda a segunda, completamente lotado e é sorte conseguir entrar sem pegar uma fila de no mínimo duas horas. Conforme vou me aproximando do Bar, rapidamente encontro Nate e Will entreditos em alguma conversa. Para alimentar o amor do meu irmão mais velho, sorrateiramente dou a volta e quando chego perto o suficiente, dou um salto em suas costas — igual fazia quando éramos menores — só para ouvi-lo chiar igual uma idosa da noventa anos.— Mas que porra é essa? — Ele grunhe, antes de perceber que sou eu. — Caralho Mark, você não cresce não?Ele logo se levanta do banco, esticando a coluna e reclamando que vai ficar dolorido o final de semana todo.Dou risada da sua cara emburrada e sento-me perto deles, Nate retoma o assunto, falando que vai tirar um ano sabático, que está enjoado da mesmice e precisa de aventura. Inclusive, andou pesquisando sobre voyeurismo e achou excitante para ca
Mark enlouqueceu.Meu irmão estava conversando com a gente e descobriu a Melanie do outro lado do espaço amplo do bar, em seguida viu um cara que nunca vi na vida e notei o exato momento em que ele perdeu o controle. Seus olhos pareciam brasas e ficou tão vermelho que pensei que ia infartar. Em um minuto ele estava aqui, no outro, parecia uma manada de rinoceronte, derrubando tudo pela frente.Tentei agarrá-lo de todo jeito, mas estava enfurecido de um jeito que nunca presenciei e conseguiu se desvencilhar de todas as minhas tentativas de pará-loFoi com uma enorme preocupação — e orgulho pelo homem que ele se tornou — que o vi acertar o primeiro soco, sem dar chance de o cara revidar. Depois, tudo virou um caos generalizado.Nate afastou as meninas de perto, temendo que fossem acertadas pelos socos, chutes, pontapés e o que mais eles achassem que era necessário na briga. Foram exatos 10 minutos de pancadaria, até eu conseguir tirar Mark de cima do indivíduo.— Porra Mark, se controle
Leva um segundo, e meu punho encontra a cara dele em uma velocidade vertiginosa, que ele nem sabe de onde veio a pancada que o levou ao chão novamente.— Porra. — Resmunga, apertando o nariz com força de novo, gemendo de dor.— Você nunca provaria que é homem, expondo uma mulher... pior ainda seu animal, expondo a sua mulher! Onde estava com a cabeça?— Enfiada no próprio rabo. — Sebastian diz ao meu lado, revoltado.— Como Mark soube disso?— Virou assunto no colégio. Ele socou todos os amigos do Owen e muitos outros que continuaram falando depois.— Porra, eu lembro da suspensão que ele levou... Foi a primeira vez que ele não admitiu o porquê, a única em que mentiu e todos nós sabíamos... Soube que tinha sido grave, mas nunca tive a confirmação de que envolvia a Melanie.Levanto-me e olho para o meu irmão, que ainda está sendo contido pelos amigos.Porra Mark.Esse moleque ao mesmo tempo que me dá orgulho, me deixa puto, porque ele guardou tudo isso para si mesmo sendo que podia con
Puta que pariu.A vontade que tenho, é de voltar naquele bar e ficar esmurrando Owen até transformar seu rosto em uma massa ensanguentada. Vê-lo despertou em mim toda a fúria que senti, quando ouvi os idiotas que andavam com ele para cima e para baixo pelo colégio, se gabando que o amigo ia provar a todos o quão viril ele era, aos 18 anos.Usando Melanie.Nunca, nesse caralho de mundo, eu deixaria uma porra dessa acontecer.Arrebentei o focinho de todos eles, não sobrou nenhum amiguinho para contar história e deixei o mauricinho por último, mas ele era muito frouxo. Fugiu antes que eu pudesse acertar minhas contas com ele. Um de seus amigos ficou encarregado — depois de apanhar de novo — de entregar a mensagem a ele, de que não importava quando, nem o local, nem quem visse, quando eu o encontrasse de novo, ele receberia a surra destinada a ele.Levei 7 fodidos anos para cumprir minha promessa e fui interrompido por meus irmãos, que estavam evitando que eu saísse de lá preso.Chego no
Não consigo dormir, desde que Melanie saiu daqui daquela forma, estou me revirando na cama sem pregar os olhos. Como é possível... Como ela pode escolher ir atrás dele para saber, ao invés de aguardar para conversarmos depois. Meus pais sempre me alertaram, para não tomar nenhuma decisão ou discutir algo quando estivesse com a cabeça quente, por que nesse momento, podemos sem querer soltar alguma coisa para machucar o outro no auge do momento e não importa o que façamos depois, ficará marcado para sempre.Melanie me machucou, e não foi necessário palavras.Porra, essa merda dói.Levanto-me da cama, inconformado e com a insônia me irritando ainda mais, e sigo direto para o frigobar que possuo no canto do quarto, arranco de lá uma garrafa de Whisky e subo até o terraço. O clima está propício para meu estado de ânimo. Um vento gelado me atinge, arrepiando meus pelos, mas isso não me para e vou até o parapeito, observar o mundo lá embaixo.Uma chuva fina começa a cair, deixando tudo ainda
— Foda-se, ninguém mandou me acordar. — Digo rindo e viro para retornar ao quarto. Ouvindo os resmungos de desgosto de todos eles ao verem minha bunda. Bando de homens com a masculinidade frágil.Depois de tomar um banho e me vestir, encontro-os sentados na bancada da cozinha, degustando de um excelente café da manhã, preparado pelo Dom.— Posso saber o que estão fazendo aqui? — Pergunto, me jogando em banqueta e me servindo com um pouco de tudo que tinha a disposição.— Primeiro, saber como você estava. — Seb começa.— Segundo, te arrebentar por esconder o que aconteceu anos atrás. — Will completa, fechando a cara e me lançando aquela carranca, que me fazia tremer na base quando era mais novo.— Não vinha ao caso. — Digo.— Claro que sim, por que você guardou para si mesmo, todos esses anos, essa vontade arrasadora de bater naquele cara? Não é bom guardar sentimentos tão nocivos. — Nate entra no assunto.— Nem lembrava da existência daquele arrombado, vivia feliz assim, mas quando af
Eu vivi a pior noite da minha vida, ao ver Mark surgindo completamente do nada e batendo em Owen de uma forma que nunca o vi agindo. O desespero que me acometeu, não consigo nem descrever em palavras e fui ficando cada vez pior, já que ninguém conseguia me explicar o que estava havendo.Quando fui atrás de Mark em seu apartamento, percebi rapidamente que ele ainda estava fora de si, mas, alguém precisava esclarecer as coisas e meu melhor amigo sempre foi esse alguém. Não estava nos meus planos o desentendimento que veio a seguir, muito menos a “ameaça” que fiz sobre ir atrás do Owen para saber as coisas. Eu vi, em seu olhar, a mágoa que causei. Mas, eu também estava magoada com tudo.No entanto, nada me preparou para o que ouvi a poucos minutos do causador de todo esse problema. Agora, eu entendi seu sumiço. O término repentino. Entendi as brigas que Mark se enfiou naquele ano e jurou para mim, que havia sido um desentendimento bobo. Como ele conseguiu manter isso para ele mesmo, dura