Acordo com o despertador tocando tão longe, que por um momento fico desorientada sem saber onde estou ou que dia é. Tateio ao lado dá cama até localizar a fonte do barulho e desligo, puxando o celular na minha direção, vejo que é quinta feira. Preciso apenas sobreviver hoje e amanhã, daí finalmente terei uma folga de dois dias da infeliz da minha chefe.Ava foi piorando no decorrer da semana, começou com seu pedido para me substituir no meu primeiro dia, o que gerou uma ida ao departamento de recursos humanos e uma reunião de duas horas com os chefes. No fim, concordaram que era antiprofissional da parte dela, levar uma situação do passado em sua vida pessoal para o trabalho, portanto, não perdi meu emprego.Enquanto minha vida profissional seguia — caótica — mas seguia, minha vida pessoal estava tumultuada. Começando por Mark, que está irredutível sobre ser minha madrinha. Poxa, não é tão difícil assim. Depois, por Wayne que quer mudar tudo em meu apartamento para a inevitável chegad
Não respondo mais decidida a não discutir, mas tenho a certeza de que algo não está certo nessa mudança repentina. Wayne estava convicto de que ficaria no meu apartamento até o casamento, e que sua mãe ficaria em um hotel que fomos visitar juntos. Tanto, que essa foi a razão pela qual não voltei direto para a casa de Mark e agora ele simplesmente muda sem nem me avisar sobre isso?Desço do carro meio aérea, e entro na editora sem olhar para onde estou indo direito, quando as portas do elevador se abrem, alguém esbarra em mim entrando ao meu lado. A primeira coisa que sinto é o perfume. É um cheiro almiscarado, com um toque de sândalo e pimenta preta. Marcante e intenso. Ergo os olhos para identificar o autor, já imaginando quem seja, já que esse perfume é característico dele desde a época do ensino médio, era uma das coisas que amava nele. Seu cheiro era único. Quando olho para Owen, sou tomada por uma miríade de sensações, e solto um ofego.Meu peito acelera da mesma forma de quando e
Respiro fundo e dou um leve sorriso.— Vamos? — Digo, e antes que eu possa me mover, ele coloca as duas mãos nos lados do meu rosto e me beija castamente. Retribuo o beijo, hesitante no início, mas, logo me perco no momento e ele aprofunda o beijo, dando-me leves mordidinhas que me deixam arrepiada. Me afasto do seu toque quando percebo que estamos ficando animados demais para um lugar público.Soltando um gemido de frustração, ele me puxa pela mão e seguimos para o encontro com a minha sogra.Chegamos no restaurante que ela escolheu, exclusivo de frutos do mar, será que Wayne não contou que sou alérgica aos mais variados tipos de frutos do mar, principalmente camarão? Lanço um olhar sorrateiro ao meu noivo, que pela primeira vez, não está fixo no celular e me olha atentamente também.— Por que aqui? — Pergunto baixinho.— Minha mãe ama frutos do mar.— Esqueceu que sou alérgica?Ele enruga a testa, visivelmente confuso.— Alérgica?Não é possível, ele esqueceu uma informação extremam
— E quem é você? — A sogra da Melanie pergunta.Essa mulher parece o susto daqueles filmes de terror. Diria até que ela parece com a Freira, mas seria uma tremenda ofensa com a coitada, que é belíssima perto dela. Essa mulher é uma mistura macabra, não tem descrição não.Sua voz lembra da Isma, a conselheira do imperador, naquele desenho infantil.Ô mulher horrível.— Sou o Mark, melhor amigo da Mel. — Estendo a mão como manda a etiqueta, embora, esse ser humano na minha frente não saiba o que é isso.Ela me lança um olhar enojado e em seguida, diz com a voz odiosa.— Melhor amigo homem, Melanie? — Desdenha.— Sim, nos conhecemos desde o colégio. — Melanie explica, e me dá um sorriso gostoso, que me aquece por dentro.— Bom, fico feliz em conhecê-lo, mas sua presença não é nece...— Ah, perdoe meu erro, devia ter explicado logo. — Começo, interrompendo-a de propósito e abro um sorriso radiante, que só Melanie conhece como irônico. — Esqueci de outro título que adquiri recentemente...
Respiro o ar puro do lado de fora do restaurante e fecho os olhos por um momento. Porra, eu aceitei aquele caralho de ser madrinha. Melanie sabia que me chamando aqui, eu ia acabar cedendo depois de conhecer a cobra que ela inevitavelmente vai chamar de sogra.— Você me deve uma! — Digo bravo, e saio andando em direção ao meu carro.Ouço-a chamando por mim, mas continuo andando até o meu carro, que ficou estacionado de qualquer jeito, a dois quarteirões daqui. Seu salto estala na calçada de concreto, enquanto ela vem atrás de mim. Destranco o carro, e assim que nos acomodamos, arranco em alta velocidade.— Obrigada por me salvar. — Ela começa tímida, olho-a brevemente, ainda irritado com o desenrolar de tudo. — Sei que está bravo, mas não sabe como estou feliz que aceitou ser minha madrinha.— Só você está feliz com isso. — Digo com sinceridade, por que no fundo, sei que vai ser um inferno ajudar nesse planejamento, não consigo imaginar ver Melanie subindo no altar e nossas vidas muda
O Rock Cassino Club está fervendo de gente, isso não me surpreende, o local é simplesmente foda. É de segunda a segunda, completamente lotado e é sorte conseguir entrar sem pegar uma fila de no mínimo duas horas. Conforme vou me aproximando do Bar, rapidamente encontro Nate e Will entreditos em alguma conversa. Para alimentar o amor do meu irmão mais velho, sorrateiramente dou a volta e quando chego perto o suficiente, dou um salto em suas costas — igual fazia quando éramos menores — só para ouvi-lo chiar igual uma idosa da noventa anos.— Mas que porra é essa? — Ele grunhe, antes de perceber que sou eu. — Caralho Mark, você não cresce não?Ele logo se levanta do banco, esticando a coluna e reclamando que vai ficar dolorido o final de semana todo.Dou risada da sua cara emburrada e sento-me perto deles, Nate retoma o assunto, falando que vai tirar um ano sabático, que está enjoado da mesmice e precisa de aventura. Inclusive, andou pesquisando sobre voyeurismo e achou excitante para ca
Mark enlouqueceu.Meu irmão estava conversando com a gente e descobriu a Melanie do outro lado do espaço amplo do bar, em seguida viu um cara que nunca vi na vida e notei o exato momento em que ele perdeu o controle. Seus olhos pareciam brasas e ficou tão vermelho que pensei que ia infartar. Em um minuto ele estava aqui, no outro, parecia uma manada de rinoceronte, derrubando tudo pela frente.Tentei agarrá-lo de todo jeito, mas estava enfurecido de um jeito que nunca presenciei e conseguiu se desvencilhar de todas as minhas tentativas de pará-loFoi com uma enorme preocupação — e orgulho pelo homem que ele se tornou — que o vi acertar o primeiro soco, sem dar chance de o cara revidar. Depois, tudo virou um caos generalizado.Nate afastou as meninas de perto, temendo que fossem acertadas pelos socos, chutes, pontapés e o que mais eles achassem que era necessário na briga. Foram exatos 10 minutos de pancadaria, até eu conseguir tirar Mark de cima do indivíduo.— Porra Mark, se controle
Leva um segundo, e meu punho encontra a cara dele em uma velocidade vertiginosa, que ele nem sabe de onde veio a pancada que o levou ao chão novamente.— Porra. — Resmunga, apertando o nariz com força de novo, gemendo de dor.— Você nunca provaria que é homem, expondo uma mulher... pior ainda seu animal, expondo a sua mulher! Onde estava com a cabeça?— Enfiada no próprio rabo. — Sebastian diz ao meu lado, revoltado.— Como Mark soube disso?— Virou assunto no colégio. Ele socou todos os amigos do Owen e muitos outros que continuaram falando depois.— Porra, eu lembro da suspensão que ele levou... Foi a primeira vez que ele não admitiu o porquê, a única em que mentiu e todos nós sabíamos... Soube que tinha sido grave, mas nunca tive a confirmação de que envolvia a Melanie.Levanto-me e olho para o meu irmão, que ainda está sendo contido pelos amigos.Porra Mark.Esse moleque ao mesmo tempo que me dá orgulho, me deixa puto, porque ele guardou tudo isso para si mesmo sendo que podia con