Atravessei o saguão do hotel onde meu irmão estava hospedado, sem nem perceber direito por onde estava caminhando, esbarrei em diversas pessoas que me xingaram, mas se eu disser que me importei, é uma mentira enorme.Completamente aéreo.A cada passo que eu dava, a certeza de que enlouqueci ficava cada vez mais real em minha mente, era a única explicação para tamanha insanidade.Nunca imaginei que ver Melanie dentro daquele vestido de noiva despertaria sentimentos tão...conflitantes dentro de mim. Inaceitável uma porra dessa.Dopado de adrenalina, fico puto que o elevador está demorando e comprovando que fiquei completamente insano, disparo a subir as escadas com destino ao quinquagésimo andar. Vou dominando os degraus de três em três e devido ao meu físico, não sinto o cansaço me abater. Minha mente está um turbilhão e a imagem da Mel se sobressai sob qualquer pensamento que eu possa ter.Como uma coisa dessa pode acontecer?Continuo subindo e sinto uma vontade incontrolável de grita
— Exatamente, é a Melanie. — Jonah concorda e olho-o sem entender. — É a garota de quem você não desgruda desde o colégio. É a mesma garota por quem você foi suspenso por ter batido em todos os amigos do ex-namorado dela. A garota, que seguiu você na universidade, e fez o curso em um local onde nunca se imaginou, somente para não ficar anos longe. — Ela faz uma pausa, enquanto absorvo tudo o que ele diz. — A mesma destrambelhada que vivia esbarrando nas coisas, derrubando tudo, era considerada esquisita por todo campus e que você defendeu com tudo de si, até aprenderem a respeitá-la. Foi por ela, que você fez uma viagem de última hora para a Irlanda, só pra abraçá-la quando ela disse que não sabia se ia aguentar viver longe. A mesma que você passou dois anos indo de loja em loja, procurando qualquer coisinha mínima para agradá-la quando voltasse de viagem.— Como sabe disso? — Pergunto chocado.— Acha que sou o único que percebeu tudo? Todos nós sabíamos Mark, cansamos de te avisar, m
Em algum momento, mandei minha localização e pedi que ela fosse me encontrar, que precisava muito falar com ela, que era importante e caso de vida ou morte. Minha provável morte. Ela prontamente havia respondido que estaria lá em dez minutos. O problema é que não lembro se ela realmente foi ou não. Não sei se falei algo para ela, se me declarei ou se piorei tudo. O álcool é um amigo traiçoeiro do caralho.Nunca mais vou beber.Mas o meu processo de negação enfim terminou, o tempo está passando e eu preciso reagir, nem que seja para em seguida sumir, por que vê-la casando não é uma possibilidade para mim. Finalmente aceitei que não tenho mais para onde fugir, é ela quem eu quero. Por ela, faria qualquer coisa, inclusive, me amarrar em um contrato feito por uma instituição falida como a do casamento.Por ela, sou capaz de ir até a lua e voltar.Peço aos deuses do amor, se é que existem, para me dar forçar e trazê-la para mim, porque não sei o que farei da vida sem ela.Sou completamente
Assim que saímos da clínica, Jonah me deixou na frente do prédio da Mel e sinto-me estranho, algo me diz que nada de bom vai sair da nossa conversa hoje. Passo pelo hall, cumprimento o porteiro que é novato e avisa que precisa ligar, antes de autorizar minha entrada.Ela leva longos dez minutos para atender e autorizar minha subida.Enquanto o elevador sobe pelos andares, meu coração começa a bombear loucamente. Respiro fundo e conto até cem, antes de encarar o corredor e a porta ao fundo.Antes mesmo que eu alcance a campainha, ela se abre, revelando uma Melanie desgrenhada com os olhos inchados, me encarando como se quisesse ver qualquer pessoa na frente dela, exceto eu.— Mel... — Começo.— O que você quer Mark? — Sua voz sai áspera, como nunca tinha ouvido antes. — Já dispensou a mulher da vez?— O que?— Você me mandou uma mensagem, dizendo que precisava conversar comigo urgente e me mandou sua localização. Eu, imbecil, obviamente fui até lá.— Escuta Melanie, ouve um tremendo ma
— Mark... eu vou me casar.Ela joga um balde de água fria em mim— Eu... não se case com ele, Melanie!Tombando a cabeça para o lado, ela me encara como se não conseguisse me ver e depois de alguns minutos, fecha os olhos.Prendo a respiração enquanto aguardo sua reação, mas é no momento em que ela abre os olhos, que me sinto sem chão.Seus olhos, antes tão calorosos e cheios de vida, agora parecem dois blocos de gelo e me encaram como se eu não passasse de um completo desconhecido.— Mel? — Pergunto baixinho.— Você achou mesmo, que depois de tudo o que presenciei ontem, iria me convencer com esse papinho furado?— Eu...— Não acredito em você Mark!— Melanie.— Eu recebi algumas mensagens uns dias atrás, recebi fotos. Não quis acreditar no que estava vendo e procurei motivos para aquela imagem ser real, sem me sentir traída.— Não sei do que está falando Mel— Deixa de ser cínico! — Ela grita, enfurecida e me calo, completamente perdido. — Você esteve esse tempo todo me traindo pela
— Calma aí, o que? Nós não estamos falando da mesma pessoa. Desde quando a prima do Wayne é sua chefe e a traíra da sua infância?— Eu te vi ontem, Mark, aos beijos com a Ava.— Porra, nem sei quem é essa Ava, você nunca me mostrou nenhuma foto. O nome da prima do embuste é Nata alguma coisa. — Paro de falar e tento recordar o maldito nome. — Natalie! Isso, o nome dela é Natalie, não Ava. E eu não a beijei.Caralho, será que beijei a ruiva e não me lembro? Que inferno!— Eu vi Mark!— Mel...— Não, vá fazer o que você sabe fazer de melhor, Mark. — Ela joga. — Se envolver com uma mulher por noite.A dor me atinge como uma faca, sinto-me sangrar internamente.— Não acredito no seu amor.A primeira lágrima escorre dos meus olhos e não tenho força nenhuma para controlar, estou parecendo um garotinho perdido na frente dela e ela por sua vez, está pisando em mim como se eu fosse uma formiguinha incômoda.— Mel...— Eu vou me casar em três dias Mark, amo o meu noivo. Você vir aqui, depois de
2 ANOS DEPOISHoje eu completo 25 anos e não tenho ânimo nem para me levantar da cama.Estou a meses evitando contato com o mundo, recusando convites para sair e recebendo ligações atrás de ligações, visitas inesperadas que acabam saindo daqui chateadas, porque estou sendo uma péssima companhia ultimamente. Então, para minha completa surpresa, hoje fui surpreendida com a visita de Jonah — irmão do Mark — que eu nem sabia que estava em solo Americano. Ele chegou de supetão, avisando que veio passar uma nova temporada em São Francisco e que sua primeira parada foi meu apartamento.Não consigo entender o porquê.No lugar deles, fingiria que eu não existo e mudaria de calçada se trombasse comigo.Eu fui a causadora do sumiço de Mark, por minha culpa ele foi embora sem pensar duas vezes. Por minha causa, sua família estava desolada com seu afastamento, mesmo que ele entrasse em contato de tempos em tempos. Como eu sei disso? Eles me contam, me alimentam com essas informações pingadas. É de
Devo admitir, o local até que está bem animado para uma quarta feira. Sou puxada pela mão por uma eufórica Liv, até a mesa onde se encontra Will, com sua carranca característica e Nate.— Mel, você veio. — Nate se levanta para me cumprimentar, depois de me dar um abraço apertado e um beijinho na testa, ele me afasta o suficiente para me olhar nos olhos. — Como você está?Solto o ar, que nem sabia que estava prendendo e abro o sorriso que aprendi nesses últimos dois anos, quando não queria mais que se preocupassem comigo.— Estou bem.Ele me lança um olhar questionador, deixando claro que não comprou minha resposta, mas deixa por isso mesmo e respiro aliviada.— Bem-vinda de volta Mel, sentimos sua falta. — Will também me cumprimenta com um abraço apertado e um beijinho no rosto. Dou um sorriso sutil e sento-me entre os dois. Logo, inicia uma conversa animada sobre quem vai encarar o karaokê primeiro e digo que passo. Mas é obvio que não aceitam minha decisão, e me comunicam que a músi