Vou tentando caminhar passando pelos corredores até chegar ao jardim da casa, um muro de altura média cerca a casa, separando-a da mata. A parte de trás da casa é completamente destruída, muita sujeira e coisas velhas estão espalhadas pelo local, uma mulher está parada a um metro de distância ao lado de uma câmera no tripé, e então me recordo dela, é a mesma que estava no quarto e no shopping, e a mesma que Phillip nosmostrou em casa, Estella. O capanga me joga no chão com toda força, bato minha cabeça na arvore e ele chuta minhas pernas— Ajoelha — Grita pra mimMesmo com muita dificuldade fico de joelhos de frente para Estella, discretamente coloco a mão em minha barriga que está muito dolorida, fecho meus olhos e choro silenciosamente ouvindo o barulho do vento e das folhas na mata— Vai dar tudo certo — Eu não sei, posso estar delirando mas tenho certeza que ouvir a voz da minha mãe— Olha que bonito, a coitadinha e a traidora — Ouço a voz de Roy, viro um pouco meu rosto para o l
— Isso porra! — Comemora Justin e Max dando umas batidas nas minhas costas — Não podemos fazer isso — O delegado responde se aproximando para pegar a carta, solto uma risada sem graça sem acreditar que deixei a segurança da minha mulher nas mãos deles imprestável — Delegado, me desculpe — Começo — Mas eu assumirei o resgate de agora em diante, você e sua equipe tiveram várias horas para fazer algo e não conseguiram nada. A única coisa que pedirei é para prender os capangas de Roy quando o resgate acabar — Falo para o delegado que está com os braços cruzados olhando pra mim com raiva — David quero que junte todos os seguranças mais antigos que temos, pois não confio nesses novos então pode dispensa-los, depois prepare as armas e os carros — Ordeno e ele imediatamente faz o que lhe foi mandado — Max comece a verificar o rastreador e a localizá-lo, por favor — Aponto para ele que já faz o que peço — Justin, verifique o vídeo que o Roy mandou e veja se Lunna ainda está com o relógio —
— CHAMEM A AMBULÂNCIA — Grita David ao meu lado vendo meu pânico — Não vai dar tempo — Falo pegando Lunna em meus braços e sinto como seu corpo está leve — Prepare meu carro David Vejo David correr para fora da casa e o sigo rapidamente com Lunna, mal entro no carro e David saí disparado, aliso o cabelo de Lunna a chamando mas sem resultado — Anjo, fica comigo — Acaricio seu rosto, e meu coração doí ao vê-la toda machucada — Fica com as meninas Lunna... Luta pela gente — Peço entrando em desespero David consegue chegar no hospital mais próximo com muita rapidez, com sua ajuda pego Lunna em meus braços e entro no hospital aos gritos por ajuda — ME AJUDEM, MINHA MULHER PRECISA DE AJUDA — Grito e logo aparecem vários enfermeiros com a maca e tiram ela dos meus braços e a levam às pressas para a emergência, tento ir atrás mais sou barrado — Senhor, me desculpe mas o senhor não pode entrar — Diz uma enfermeira colocando as mãos em meus braços na tentativa de me impedir de entrar na s
— Se me permite dizer agora além de médico, mais também como pessoa — Começa — Sua noiva e seu filho são dois guerreiros, poderiam ter morrido, pela condição que ela chegou aqui deviam estar mortos, Parabéns rapaz — Relata batendo firme em meu ombro — Agora sugiro que vocês vão para casa e descansem, a paciente saiu de uma cirurgia tensa e infelizmente não poderei liberar as visitas agora, ela precisa descansar,amanhã somente um de vocês podem vir para visita — Explica e se despedeMe sento nas cadeiras que se encontra na sala de espera com meus cotovelos nos meus joelhos e a cabeça nas minhas mãos, eu vou ter um filho e eu quase perdi ele. Sinto alguém sentar do meu lado e apertar minha nuca sem machucar me balançando— Parabéns irmão, ela é muito forte e vai se recuperar rápido, fica tranquilo — Max fala beijando minha cabeça enquanto Justin bate em minhas costas, esses caras são meu irmãos— Filho, vamos pra casa — Diz minha mãe — Você precisa dormir. — Me levanto e todos saímos j
Minha preocupação com Lunna era visível, havia dado meu número para o médico que estava responsável por ela no hospital, e minha ansiedade por notícias me fazem olhar de minuto à minuto meu celular para ver se havia recebido algum telefonema ou mensagem — Senhor Zumach, David o aguarda em seu escritório — Informa Tina adentrando na sala de jantar roubando atenção de todos. Após pedir licença a todos me levanto para saber o que de tão importante David quer me falar Me sinto aliviado de sair daquele ambiente, porque mesmo entendendo o que está acontecendo e o sentimento de todos não deixa de ser pesado o clima, tinha me esquecido brevemente que teria essa conversa com o David, porém uma coisa eu já imaginava, que meu pai estaria envolvido na conversa e não me sento preparado para falar sobre ele. Entro no meu escritório encontrando o meu chefe de segurançaobservando a vista que tinha do meu escritório — Bom dia David, sente-se por favor — Peço fechando a porta caminhando em direção
— Sou James Zumach, filho dele — Informo — Só um minuto — Verifica no computador e rapidamente volta sua atenção pra mim — Senhor Zumach, você pode esperar seu pai na sala quatro, só segui este corredor, é a segunda porta a sua direta, o policial Marcos irá te conduzir e sua conversa será supervisionada por um dos nossos policiais— Comunica — Ele não pode receber visitas, como você é o filho tem somente trinta minutos — Tudo bem, obrigado —Agradeço. Na companhia de um policial sigo para a sala que me foi informada, cumprimento o policial que provavelmente ficará na sala apenas com um aceno de cabeça e ele abre a porta pra mim. A sala é bem pequena, contém apenas uma mesa e duas cadeiras uma de frente para outra, e um grande vidro preto que tenho certeza que estaremos sendo observados, me sento em uma das cadeiraspara esperar o canalha Não demora muito Roy entra algemado, vestindo um macacão laranja horroroso, sua aparência é ainda pior do que tinha visto na casa abandonada, seus
Me levanto com toda a brutalidade saindo da sala em passos largos ouvindo Roy gritar aos quatro ventos, chego no meu carro desnorteado batendo a porta com força, ligando meu Suv para rapidamente começar a dirigir em alta velocidade sem rumo, soco o volante com raiva do Roy, da minha mãe. Ouço meu celular tocar e pelo aparelho de som vejo o nome de Max na tela, não atendo, sei que pode ser sobre aLunna, porém não posso ir no hospital agora, não quero encontrar minha mulher enquanto transbordo de raiva e também sei que minha mãe vai estar lá e a última coisa que eu quero é encontrar ela. Já passam das dez da noite e agora que decido ir para o hospital ver minha mulher, passei o dia inteiro inerte na praia, desliguei meu celular, não quis atender ligações de ninguém, e muito menos responder as mensagens, a única coisa que fiz antes de vir para o hospital foi mandar uma mensagem para Max dizendo que se minha mãe estivesse ou na minha casa ou no hospital era para leva-la para casa, nesse
— Quero uma bateria e exames quando ela acordar, e pede uma consulta com a obstetra para realizar uma ultra, quero ver se o bebê evoluiu assim como ela — A voz vai ficando longe e então o silencio, me deixandorelaxada sentindo as dores sendo aliviadas pela medicação em minha veia ainda absorvendo a melhor notícia que eu poderia receber “ Estou em um lugar lindo repleto de árvores floridas, um gramado formando um enorme tapete, o dia está ensolarado, o lugar não é estranho parece que já estive aqui, é bom, um sentimento de casa bem aconchegante. Fecho meus olhos sentindo a paz tomar conta do meu coração — Filha — Ouço a voz da minha mãe. Com um susto me viro encontrando minha mãe e meu pai de mãos dadas com um enorme sorriso no rosto, sem esperar nem mais um segundo corro em direção a eles osabraçando deixando as lágrimas escorrerem no meu rosto extravasando toda a saudade que sinto deles — Que saudade de vocês — Me declaro — Eu os amo tanto — Também estava com saudades de você p