Olho para cima preocupada com o silêncio excessivo do local, a música eletrônica estava abafada pelas portas trancadas e me pergunto como Max e os seguranças estavam conseguindo manter aquela quantidade de pessoas dentro do salão. Um gemido vindo do corredor chama minha atenção, caminho lentamente em direção aos sons tomando cuidado para meus saltos não fazerem barulho no piso ilustrado do hall de entrada que agora está manchado de sangue quase seco, puxo a abertura do meu vestido até a altura da coxa pegando dois punhais.
Seguro os dois punhais em posição de ataque e a música eletrônica abafa os resmungos vindos da cozinha, nesta parte da casa o som era bem mais alto do que o hall de entrada.
Teresa.
Eva— Odeio que outros homens te toquem — sussurra próximo a minha orelha caminhando em direção ao quarto. — Odeio com todas as minhas forças Eva.— Você deve parar de fumar. — Cruzo os braços torcendo o nariz ignorando sua possessividade exagerada.— Estou muito puto — rosna esfregando o nariz em minha orelha como se realmente quisesse tirar o cheiro do outro homem da minha pele.Acaricio os cabelos de sua nuca na tentativa de acalmá-lo enquanto ele sobe as escadas que levam ao andar dos nossos quartos. Ao passarmos pelo hall de entrada vejo seus homens retirando os corpos e limpando as manchas de sangue do chão.—
— Mesmo tendo medo e estando vulnerável não vou te deixar sozinho. Donatel, é uma de suas fraquezas, você acha que eu não sei? Ele é a fraqueza dos quatro, mesmo que o desejo de vocês seja matá-lo, vocês o temem. O temem porque foi ele que os tornou assim e quando cada um de vocês tem a oportunidade de matá-lo vocês hesitam. — Me levanto segurando o edredom em volta do meu corpo e paro abruptamente ao ouvir a pancada de sua mão contra a mesa que fica no centro do quarto que no momento se encontra quebrada em duas.— Não ouse falar comigo dessa maneira Eva. — Ele aponta para mim deixando exposta toda a frieza em seu olhar. — Você não entende porra nenhuma Eva, não entende metade do que é tudo isso. — Ele gesticula o lugar com a mão. —
DanteTudo que eu menos queria era uma briga com Eva, mas aqui estou remoendo nossa conversa com a cabeça cheia de preocupações e assuntos pendentes, além do casamento de Jack.Sei que não é fácil para Eva compreender a vida que levamos, apesar de ser bem treinada e saber lutar muito bem não conviveu em um ambiente como o nosso e muito menos teve que lutar como lutamos.Para ela me ver na linha de frente das batalhas é a mesma coisa de estar me atirando em frente ao fogo cruzado, mas não é bem assim, afinal aprendi a nunca deixar meus homens sós, lutarei com eles até o final.Eva não entende e não compreende como é ter esses sentimentos ou pensamentos, como é
Aproximo a furadeira ligada do seu olho direito. Ele tenta puxar o rosto, mas encosto a furadeira logo abaixo de seu olho subindo lentamente em direção ao seu globo ocular.— Eu falo — grita em desespero. — Eu falo, eu falo — ele grita.O solto deixando que ele respire melhor para que finalmente comece a dizer o que eu realmente quero saber.— Agora que as coisas estavam começando a ficar interessantes... é realmente uma pena, acho bom você dizer toda a verdade sem gracinha ou sarcasmo. Minha paciência e minha bondade já se esgotaram. — Sento na poltrona de frente para ele esperando que comece.Com dificuldade ele ergue o olhar para encarar meus ol
Eva— Bom dia Teresa — Cumprimento sem muito ânimo sentindo minha cabeça latejar.O dia estava nublado, com nuvens carregadas e a temperatura caia constantemente, não colaborando nem um pouco com meu atual estado de ânimo. Depois da discussão que tive com Dante, ele simplesmente sumiu e faz dias que não nos falamos, pra piorar tudo que como não me faz bem, mas o que mais me entristece é saber que ele nem mesmo tentou uma aproximação em tantos dias.— Eva você está emagrecendo, seu rosto está pálido. Você anda se alimentando adequadamente? — Teresa segura meu rosto com as mãos analisando meus olhos.— Nada que como para no meu estômag
DanteIrritação era meu segundo nome, além de ódio e intolerância, se um mísero inseto questionasse minhas ordens não viveria nem um único segundo a mais para contar história, tamanho era a minha irritação e quando finalmente estamos concluindo a missão de incendiar o último galpão, recebo a informação de que Eva desmaiou e estava na enfermaria.Angústia era um sentimento muito ameno para o que sentia, aflição, desespero não passa perto do que me consumia por dentro. Naquele instante não existia mais nada à minha frente, apenas o fato de que eu estava a quilômetros de distância da minha mulher e ela precisava de mim, além disso havíamos brigado, não, isso está errado. Eu ha
DanteObservo Eva sobre a maca com os braços cruzados no peito. Jack, Max, Royal e Robert se mantinham do outro lado do quarto e Teresa observava todos com os olhos estreitos. Sim, depois da minha conversa com Royal fui obrigado a ouvir os sermões de Teresa e porque me permiti a isso é simples, ela era como uma mãe para mim, para todos nós na verdade e no fundo ela tinha razão.O clima no ambiente era pesado e apesar de ter conversado com Robert sobre o fato de atacá-lo, não pedi desculpas e bom, ele também não pediu. Sabia que não era bem-vindo em minha casa, mas eu também sabia que tinha o dever de respeitá-lo por mais que isso me irrite.Meus pensamentos são quebrados quando ouço Eva resmungar e apoiar a mã
— Não vejo a hora de acabar de uma vez por todas com Donzel e Donatel. — Reclamo e ela ri negando com a cabeça.— Eles realmente estão dando trabalho, mas Dan, queria me desculpar por ter brigado com você naquela noite, não gosto quando você se afasta dessa maneira. Ficar tantos dias longe foi péssimo e o que mais me magoou foi o fato de que em nenhum momento tentou contato.— Não Eva, você tem razão em tudo o que disse naquela noite, mas gostaria de afirmar que não me afastei porque quis, na verdade, fui atrás dos galpões de Donzel espalhados pela Itália. Jack achou lícito não usar aparelhos eletrônicos, pois Donatel conhece seu sistema e poderia tentar entrar, por conta disso, foi necessário usarmos comu