"Nem sempre as coisas correm do jeito pretendido. Por vezes, não existe justiça, igualdade. Na verdade, a vida é um momento, uma etapa onde todos procuram realização, felicidade, harmonia!
Acontece que tudo deve ser conquistado com empenho, com força e com irreverência. É por isso que só os audazes, os corajosos, atingem seus objetivos. Não há tempo para ter medo da mudança; é ela que determina o sucesso. Sem medo, arrisque e mude tudo que está errado em você, em seu mundo!"*****************♡******************ANALUSabe quando você tem sonhos, mas não tem grana para realizar?É meu caso, meu sonho é cursar psicologia, mas para isso preciso de dinheiro.E eu fui atrás dos meus sonhos e foi assim que tudo começou.[...]Estava olhando o classificado do jornal até vê um anúncio que se encaixava nos meus horários.Procuro auxiliar de limpeza.Horário Segunda a SextaDe 07H às 18 horasSábado o dia inteiroDomingo FolgaEu sou uma menina de dezenove anos, começando a vida, o emprego me privaria de viver muitas coisas, mas preciso me formar e sei que vai valer a pena o esforço.Pulo do sofá, tomo um banho, visto uma calça jeans, uma blusa de manga comprida e tênis, anoto o endereço e vou até o local, que fica um pouco longe de onde moro.Salto do ônibus e caminho um pouco até lá, paro em frente a uma enorme mansão e não acredito que seja ali. Verifico mais uma vez o papel e sim, é aqui.Toco a campanhia e em alguns minutos, um senhor uniformizado me atende.— Bom dia moça...— Bom dia Senhor, me chamo Ana Lúcia, e vim para a entrevista...— De auxiliar? Tem certeza? —Ele me olha encabulado— Ora, certeza absoluta! — respondo erguendo a sobrancelha esquerda— Tudo bem. Entre!Entro reparando tudo, a casa é enorme e toda luxuosa com uma decoração antiga. Mas existe um silêncio mortal nesse lugar, algo que me incomoda, e eu adoro música e muito barulho, não sei como vivem nesse silêncio medonho.— A Senhora Morgana irá recebê-la.— Obrigada!"Essa deve ser a dona da casa." — penso comigoFico numa imensa sala à observar tudo. Observo atentamente os quadros que devem pagar minha faculdade de tão caros e também vejo uma rack cheia de fotos. Me aproximo para ver, mas sou interrompida por uma voz firme.— Bom dia! — uma mulher fala— Bom dia! — me viro sorrindo enquanto a mulher me encara com cara de desdenho— Sou Morgana, a governanta da casa.— Prazer! Sou Ana Lúcia, mas pode me chamar de Analu se preferir. — falo sorrindo, mas ela se mantém séria"Ai Senhor! Pelo visto estou de frente com uma bruxa."— Você sabe que isso é uma entrevista para auxiliar de limpeza? Está no lugar certo? — ela me repara dos pés a cabeça— Claro que sei! Não sou tão inocente quanto pareço. Eu preciso fazer faculdade e necessito de um emprego para pagar à mesma, esse foi o motivo pelo qual estou aqui. — falo a encarandoMoro com minha avó, meus pais nunca se importaram comigo, não sei nem quem são, sempre batalhei pelos meus sonhos, e nunca abaixei a cabeça para ninguém. E não seria agora que faria algo assim.— Por curiosidade, quantos anos você tem menina? — ela fala com o dedo apontado para mim— Tenho dezenove anos senhora, nunca tive mordomia, muito menos moleza, se é isso que está pensando. — respondo logo em seguida— Olha, como eu havia dito eu sou a governanta da casa. Nosso patrão está viajando à negócios, eu gostei da sua... digamos que ousadia e atitude. Mas o serviço braçal será pesado e acredito que não seja para você. E cozinhar você sabe? — ela pergunta— Oxe! Claro que sei! Sei inúmeras receitas gostosas e bolos maravilhosos.— Ótimo! Te deixarei na cozinha ajudando à Vera, se você conseguir se sair bem, ficará lá com ela, caso contrário... R.U.A. — ela fala firme a última palavra — Lembrando que o Senhor Fizterra é bem exigente. A sua data prevista de retorno é daqui a vinte e um dias, você terá quinze dias de experiência, eu irei avaliar, se for bem sucedida ótimo, se não, irei dispensá-la antes que ele retorne. Entendeu?— Sim senhora Morgana! Eu juro que você não irá se arrepender. — falo empolgada— Assim espero pequena menina. Amanhã às sete horas em ponto te aguardo aqui.Vou para casa toda empolgada para dar a notícia à minha vó sobre eu conseguir o emprego. De começo ela não acha muito adequado já que passarei muito tempo lá, mas me apoia pela força de vontade de ir atrás dos meus sonhos.Durmo feito uma pilha de nervos e ansiedade, eu preciso que tudo dê certo no primeiro dia.Às cinco da manhã já estou de pé. Tomo um banho, visto uma calça legging, uma bata comprida, uma sapatilha e faço um rabo de cavalo. Às seis horas saio de casa me dando quinze minutos de adiantamento no serviço.— Bom dia menina! Você voltou! — fala o rapaz uniformizado que eu suponho ser o mordomo— E porque não voltaria? Oxe, estou disposta a trabalhar! — falo firme e vejo ele dando um sorriso— Entre! Já estão à sua espera.Entro na casa e mais uma vez continuo a observar tudo, parece um castelo de tão grande— Bom dia Analu, confesso que achei que iria desistir. — Morgana me chamou pelo meu apelido, isso deve ser um bom sinal— Bom dia Senhora Morgana! Eu sou osso ruim de roer, não desisto fácil das coisas. — falo com entusiasmo— Ótimo! Venha até meu escritório que vou te mostrar quanto será o seu salário se você ficar, e lhe dar um uniforme provisório.Pego o contrato e leio atentamente. O salário é absurdamente grande para mim, vai dar para pagar a faculdade e ajudar minha vó em casa. Então preciso fazer valer a pena.— De acordo? — ela pergunta depois de um tempo— Claro que sim, nunca vi tanto dinheiro na vida. — Digo empolgada e ela sorri com sarcasmo— Vá se trocar que Vera à espera na cozinha.Vou a um banheiro que é do tamanho do meu quarto, tinha um espelho enorme e a banheira cabe no mínimo duas de mim. Aqui é tudo tão ostensivo, que dá até medo de tocar.Coloco uma calça e uma blusa branca que fica igual um vestido. O uniforme é claramente bem maior do que eu, que tenho apenas um metro e sessenta e cinco centímetros de altura, mas tá bom já que será provisório.Já na cozinha sou apresentada a Vera, uma senhora um pouco mais nova que minha vó, e logo de cara já peguei um carinho por ela.— Tão menina, você deveria está buscando sonhos e não presa nessa cozinha. — ela diz assim que a senhora Morgana se vai— E eu estou buscando meus sonhos, por isso estou aqui, preciso do dinheiro para minha faculdade e também para ajudar minha avó.Ela sorri e as rugas de expressão aparecem no canto dos seus olhos.— Então vamos lá. O almoço de hoje será pato ao molho de laranja. Vou te ensinar como se faz, é um dos pratos preferidos do Senhor Fizterra. E ele é bem exigente na alimentação.— Com laranja? Minha vó faz um com macarrão que é de cair o queixo de tão gostoso.Novamente ela sorri...— Vamos começar com o tempero.Vera vai me mostrando tudo. E assim foi nosso primeiro dia, almoço pronto sem nenhum elogio, mas também sem nada contra. No segundo dia fiz uma broa com queijo para tomar café, e a senhora Morgana provou, porém mais uma vez não disse nada. Mas sei que gostou, pois comeu dois pedaços e o senhor Otávio o mordomo também gostou. Ele ao menos me parabenizou e disse que agora sim iria engordar um pouco, já que terá comida com "sustança", como ele mesmo diz.— A última vez que comi uma broa gostosa assim, foi na minha época de menino, feito pela minha avó. — seu Otávio fala enquanto tomava um gole de café— Sim ela tem gostinho de avó, a receita é da minha vozinha. — falo toda contenteA cozinha é um dos meus lugares preferidos, sempre gostei de cozinhar, miha vó trabalhou durante muito tempo e eu tinha que me virar para comer, e foi então que começei a aprender a cozinhar e ter gosto por isso. Sei muitas receitas, não tão sofisiticadas, mas muito boas, creio que me darei bem aqui.[...]Com uma semana de experiência fiz uma rabada para eles, no começo dona Vera disse que eu era doida de arriscar, a senhora Morgana me julgou, mas quando provou ficou até com a boca suja de gordura de tanto que comeu. E no final do expediente me chamou para que eu assinasse o contrato que consiste em três meses de experiência, caso dê tudo certo, renovaram o mesmo.Estou radiante e pela primeira vez tudo está dando certo na minha vida. E como estamos no mês de outubro eu só entrarei na faculdade ano que vem, tempo suficiente para juntar mais um dinheirinho e dar de entrada no curso. Graças à Deus tudo está se caminhando bem e estou cada vez mais perto de conquistar um dos meus sonhos. Só espero que a chegada desse senhor Fizterra não mude nada do lugar e que eu continue em paz trabalhando aqui nessa casa por um longo tempo.Eu me chamo Ana Lúcia, mas me chamam de Analu, tenho dezenove anos, um metro e sessenta e cinco centímetros de altura, branca, cabelos ruivos, tenho um corpo normal, nem magra e nem gorda. Mas nada disso é mais importante do que realizar os meus sonhos e cada dia que passa percebo que estou no caminho certo, e logo poderei oferecer uma vida melhor à minha avó. Afinal esse sempre foi o meu maior objetivo: Que àquela que me ofereceu tudo e me deu tanto amor, tenha uma vida sossegada.E assim será!Continua...▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎ANALUAlguns dias depois...Faltando dois dias para o tão temido patrão chegar, então resolvo tirar algumas dúvidas com Vera, que já é minha amiga íntima aqui, na verdade ela e senhor Otávio são pessoas incriveis. Dona Morgana saiu para comprar os mimos do patrão, e apesar do seu jeito rígido moldado para agradar o senhor ranzinza, ela já mudou muito seu jeito comigo, e até parece gostar do meu serviço. Agora estamos nós três na cozinha tomando um suco e como uma curiosa aproveito para comecar meu interrogatório. — Qual o nome do nosso patrão? —acreditem, mas só ouço as pessoas chamarem ele por Senhor Fizterra— Santiago, mas um aviso, não o chame pelo nome, ele não gosta. Na verdade só se direcione à ele o necessário. Ele é uma pessoa calada, fria, arrogante e bastante ignorante, então se queres mater o emprego, seja discreta. — dona Vera fala— Nossa! Falando assim até parece que ele é um monstro. — falo— Não, um monstro não, mas chega perto. — Vera termina de falar — Ele não é
ANALUApós o ocorrido na hora do almoço, meu digníssimo patrão não deu mais as caras, a não ser faltando uns dez minutos para eu ir embora. E como sempre disposto a tirar a minha paz.— Não jantarei em casa. — ele avisa dando as costas e vai emboraAssim que ele sai tomo a liberdade de imitar.— "Não vou jantar em casa." — faço uma voz diferenteVerinha sorri e fala:— Ah menina, tome juízo!— Apenas um pouco de humor não faz mal a ninguém, desde a hora que ele chegou que essa casa parece estar de luto. Eu hein. Deus é mais!Junto minhas coisas para ir embora, dou um beijo no rosto de Verinha, um abraço em Otávio, e jogo beijo para Morgana. Ela ainda está brava comigo por causa do esporro que recebeu, mas logo a faço amolecer novamente.Antes de cruzar o portão de saída já coloco meu fone no ouvido para satisfazer meu vício de música, pois por culpa do poderoso chefão já estava em abstinência.Assim que chego na porta da minha casa já sinto cheiro daquela sopinha de legumes que só as
ANALUÀs cinco horas da manhã meu abençoado despertador toca, quase taco ele na parede, posso dormir doze horas seguidas que ainda continuo com sono, mesmo tendo o hábito de acordar cedo.Tomo um banho e lavo meus cabelos ruivos naturais. Sou branca igual leite, daquelas ruivas que tem sardinhas pelo corpo. Antes eu me importava em passar maquiagem para tampar as que cobrem minha bochecha, mas hoje em dia não me importo mais. E mais um detalhe sobre mim, eu tive apenas um namorado em minha vida, ele foi meu primeiro beijo, meu primeiro e único sexo. Nós terminamos porque com três anos de namoro ele queria casar, e eu disse que não abandonaria minha vó e meus estudos, essas são minhas prioridades e como não eram as mesmas que a dele decidimos que seria melhor assim. Tem dois meses que isso aconteceu, se eu sofri? Creio que não! Eu me dei bem desde nova com a ausência dos meus pais, então não é qualquer coisa que me abala. Mas não estou interessada em outros relacionamentos tenho objet
ANALUVou até a varanda e encontro Otávio parado olhando para o céu. — Oi! — digo— Precisa de alguma coisa?— Não, aliás na verdade, quero fazer só uma pergunta... — falo um pouco sem jeito — Pode fazer...— Você dorme aqui? Aliás, hoje você dormirá aqui?— Não, eu tenho uma família, na qual sempre retorno ao sair daqui.— Ah sim... — falo meia constrangida— Porque? Algum problema? — Otávio me olha desconfiado— Não, não... — falo desviando o olhar e tentando disfarçar o meu medoMedo era pouco, eu estava era completamente apavorada com a possibilidade de ficar a sós com o Santiago. Ele é lindo, másculo e todo misterioso. O tipo de homem que deixa qualquer mulher rendida aos seus pés. Só em fechar os olhos e imaginar aquela barba passando pelo meu pescoço e nuca já me faz perder os sentidos. Merda de babaca mais gostoso é esse! De onde surgiu esse homem? Eu tinha que vir trabalhar justamente nessa casa? "Ai meu Deus do céu! Não sei o que fazer, desde que o vi só de toalha não c
AnaluNo meio da noite sinto uma forte vontade de fazer xixi, levanto e vejo um clarão no banheiro."Putz! Eu dormi e não apaguei a luz."Caminho meio sonolenta, e quando chego na porta do banheiro dou de cara com Santiago escovando os dentes.— Meu Deus, o que fazes aqui? Seu quarto não tem banheiro?Ele me olha e vira o rosto, acaba de escovar seus dentes, enquanto meu rosto queima de vergonha pela camisola.— Na verdade tenho, esse é meu quarto, aquela que você deitou é minha cama, acho que quem se confundiu foi você.Nesse exato momento meu rosto queima de vergonha, sinto minha alma saindo de dentro de min, pela primeira vez estou sem resposta, ainda mais agora tendo o vislumbre desse homem somente de samba canção.— Se quiser pode continuar ai. Não tem problema.Olho assustada desviando a todo momento do seu peitoral desnudo...— E você?— Também continuarei aqui...— Na cama? Comigo? — falo com os olhos arregalados— Sim! Meu quarto e minha cama! Caso não queira continuar aqui,
ANALUCom muito custo consigo dormir novamente, mas assim que o primeiro raio de Sol passa pela brecha da janela, abro meus olhos. Não faço idéia de que horas são, a única certeza que tenho é que preciso ir embora o mais rápido possível. Me levanto, faço minha higiene pessoal, visto minha calça jeans, uma blusa básica de manga preta, junto minhas coisas e saio do quarto como se eu estivesse cometido um crime. E o frio na barriga me consome. Mas assim que piso na sala o senhor Otávio me aborda.— Bom dia muleca... — ele sempre bem humorado— Bom dia senhor Otávio. — dou um abraço nele que retribui carinhosamente "Ele me trás paz, gosto demais da presença dele."— O senhor Fizterra disse que assim que acordasse fosse ao escritório dele.— Obrigada! — digo sem muito ânimoCom passos lentos caminho até seu escritório, dou duas batidas na porta que está fechada.— Entre! — ele ordena com a voz de sempreEntro e deixo a porta meia aberta para dar tempo de fugir, caso seja necessário. — B
AnaluAlguns minutos dentro desse cassino foram suficientes para eu já me sentir eufórica. É um mundo diferente do que tenho o costume de conviver. São homens aparentemente bem vestidos e com a conta bancária gorda, acompanhados de mulheres que ficam na torcida para que ganhem algo e depois partilhem desse valor com elas. Fora que aqui tem muita bebida, cigarro e todas essas porcarias que procuro me manter bem longe. Enfim, estou me sentindo literalmente um peixe fora d'água.— Quer beber algo amiga? — Nay pergunta— Não! — respondo rápido, mas depois me arrependo — Aliás, na verdade, sim, uma garrafa d'água. — falo observando tudo— Ah, não! Água não! Então é melhor nem pedir nada. — Nay fala parecendo irritadaEntão reviro meus olhos e digo:— OK! Peça algo, uma bebida, porém a mais fraquinha...— Deixa comigo... — ela fala animada indo buscar a bebidaEnquanto isso vou andando feito uma turista e observando tudo o que conseguia. Alguns homens me olham com aquele olhar de quem diz:
ANALUAbro os olhos e vejo que acordei em cima da hora.— Ai meu Deus do céu, estou atrasada! — falo e bufo de ódio relembrando tudo o que ocorreu na noite anterior e como banquei a estúpida diante daquele senhor das trevas — Urgh! Eu detesto aquele babaca! — resmungo e dou um salto da cama para iniciar mais um diaTodos os dias eu levanto às cinco da manhã, tomo banho, um café e me arrumo para poder sair de casa até as seis horas no máximo. Mas só que hoje está tudo invertido, agora já são seis horas da manhã, então preciso correr se não quiser chegar atrasada e levar um carão do senhor babaca. Dou um pulo da cama, jogo uma água rápida no corpo, me visto com o uniforme, pego minha bolsa, dou um beijo na testa de minha avó e pego um táxi. Esse é o único jeito de não chegar atrasada, ainda mais depois do ocorrido de ontem o bonito deve está querendo um motivo só para implicar comigo.Chego no serviço exatamente às seis e cinquenta e dois, por sorte já estava vestida. Entro na cozinha a