— Formação em cunha, já! — bradei ao me posicionar na vanguarda. — Precisamos abrir caminho até o dragão prateado, homens!
Todos pararam por um instante sem entender, mas não tiveram muito tempo para questionamentos com um exército inimigo a nossa frente avançando em carga.
— Marcus! Para onde foi o dragão prateado?
Súbito, ouvi um coro de rugidos altos e graves vindos de criaturas que saltaram por sobre todos e caíram dentro do cerco surpreendendo meu agressor que estacou e mal teve tempo de virar o pescoço antes de ser arrancado de cima de mim por um dos tigres na forma krinus.Ainda fiquei grogue por alguns segundos até recobrar a consciência e perceber que uma batalha feroz se desenrolava entre toda a tribo de tigres em suporte a centúria romana de meus comandados.Em um ponto dentro do círculo, alguns metros a min
A dragonesa se ergueu com fúria e lançou suas chamas nos ûnos a esmo. Corremos todos para perto dela para não sermos atingidos pelo fogo mortal que ela disparou trezentos e sessenta graus a sua volta com apenas um giro sobre as patas traseiras. Isso bastou para torrar a maioria deles e afugentar os que não foram atingidos pelas chamas. Como esperado, foi rápido e efetivo: o ataque a Nova Roma teve um fim sumário.O ar do entardecer foi tomado por fumaça e cheiro de carne queimada em pouco tempo. A nossa volta, um mar de corpos ardia e aos poucos as lamúrias foram desaparecendo e os soldados não atingidos já sumiam no horizonte em f
— Oh, meu amor, sentimos tanto tua falta — derreteu-se minha amada Micaela quando cheguei.— Eu também quase morri sem vocês, minha amada! — declarei ao tomá-la em meus braços e beijá-la com carinho.Finalmente eu estava em casa para vê-la e aos meus filhos.<
Os necromantes mantinham, estrategicamente, uma torre não muito alta sobre os portões da Fortaleza dos Ossos de ondem podiam comandar seus exércitos em caso de uma invasão inimiga. E nós chegamos a esse ponto no exato momento em que os romanos invadiram nosso campo de visão com, pelos menos, uma centena de soldados ûnos em seu encalço.A medida que se aproximavam, notamos que não eram simples soldados romanos.— — O que fizeste, pai? — interpelei quase chorando.— Não me questione. Recolha-te aos teus aposentos e nem uma palavra sobre isso com ninguém. Tua mulher e teus filhos também são meus hóspedes agora — lembrou-me.E aquilo, sem dúvida era uma ameaça. Obedeci imediatamente temendo o que ele poderia fazer. Temendo o que ele se tornara. 72 - YOLE REFUGIADO
Abri os olhos e ele estava lá, meu amado Martinus observando-me com ternura e amor. Estávamos deitados em um amontoado de peles de animais macias empilhadas no chão de terra batida.Ainda grogue, senti-me recém-desperta de um pesadelo. Beijei meu amor com saudade e arranquei-lhe as vestes. Era como se chegasse ao paraíso depois de passar pelo inferno.Ele demorou a corresponder, mas logo sentiu o estímulo por meio das minhas carícias nos pontos certos do seu corpo e fizemos o delicioso amor do reencontro.<
Quando Wlyn partriu, a noite já era avançada e então voltei à superfície e encontrei os tigres e o capitão Marcus.— Você está bem, nobre capitão? — solidarizei-me.— Como poderia, monsenhor Laius. Não sobrou nada nem ninguém…— Sobrou, sim. O rei Victorio deve estar a caminho de volta. Eu vi quan
Aos poucos recobrei a consciência. Primeiro vi um clarão embaçado, depois percebi movimentos a minha frente em um ambiente iluminado e fresco como um dia de primavera.Levantei o pescoço, olhei para minhas garras e asas intactas e tentei me situar no tempo e espaço, mas o que vi foi uma reunião de inúmeros dracos e, entre eles, o Mestre Wyrmygn.Ele me observava com ar de quem tentava compreender o que se passava. Contemplou o ambiente indefinido, aos irmãos dracos a volta e, nesse momento, notei que