VIVIANE

Depois de ficarmos abraçados na cama, tive que encarar a realidade: estava quase na hora do enterro do meu pai, a hora de dar o último adeus.

Jh: Morena, vou lá no morro e já volto. Vou trocar de roupa, mas vai ser rápido, te prometo.

Viviane: Vou ficar aqui te esperando.

Ele me dá um beijo e sai, e essa sensação de ficar sozinha me invade. Pego meu celular e olho as últimas fotos que tirei com meu pai no domingo. Tanta coisa ainda para ser dita, e não pude dizer. Vou até minha gaveta e pego a chave que ele me entregou da casa, coloco na minha bolsa e, quando eu tiver coragem, irei até essa casa ou até mesmo colocá-la à venda. Estava olhando as fotos quando minha mãe entra no quarto sem bater.

Sofia: Filha, desde ontem você está nesse quarto e não desceu para tomar café. Você precisa reagir também! Viviane, quem morreu foi seu pai, não você.

Viviane: A gente nem o enterramos e você parece que está muito bem, né? Para uma viúva que acabou de perder o marido, você está ótima.