JAMILLA COLEMANQuando eu descobri toda a verdade sobre a minha origem, decidi que aquele que viesse a cruzar o meu caminho, eu iria destruir. Depois da morte de Ella, eu tive que fazer o papel da boa irmã e da tia que faria de tudo pelo bem estar do seu sobrinho, semanas se passaram, enquanto Louis chegava ao fundo do poço, mergulhado no vício do álcool. Eu tive que aguentar aquele mini demônio, que embora tão pequeno, agia como se tivesse desconfiado que eu havia matado a sua mãe. Atormentado por tudo que presenciou, king tinha vários pesadelos, acordava gritando pela mãe, enquanto o pai estava dentro do seu próprio tormento.Eu precisava agir e foi o que fiz, pois, o segundo passo foi dado, pois tratei de colocar um anticolinérgico dentro da garrafa de uísque de Louis, sustância que foi extraída de uma planta capaz de provocar delírios e alucinações. Como o fedelho já estava dormindo contra a sua vontade, já que coloquei uma alta dosagem de sonífero no suco que ele tomou, o camin
LOUIS COLEMANAssim que o veículo parou em frente à entrada principal da minha casa,juntamente com meu amigo Liam, segui para dentro do ambiente. Ao passar pela porta, o barulho era intenso. Além dos meus filhos, estavam Emily e minhas sobrinhas. Dei mais alguns passos e enquanto Liam caminhou em direção a sua esposa, minha atenção se voltou para Jamilla que surgiu em minha frente. Como sempre a mulher alta e elegante, de cabelos e curtos, exalava um perfume sensual e não podia negar que o seu corpo era tão atraente quanto aquele belo rosto com uma boca bem desenhada e com lindos olhos que brilhavam como duas esmeraldas.— Você chegou cedo — disse e em seguida se aproximou e eu a beijei, assim que nossas bocas se afastaram, segui até onde king e Mael estavam. Mael veio logo correndo em minha direção, embora tenha quase nove anos, o meu pequeno sempre busca por atenção. Assim que fiz um cafuné em sua cabeça, uma de minhas mãos se moveu até a bochecha direita do meu primogênito e as
LOUIS COLEMAN Os barulhos das muitas vozes se misturavam com a melodia tocada e ecoavam a minha volta. Enquanto Jamilla falava, comecei a lutar contra a inquietação que tomou conta de todo o meu ser. Era algo semelhante ao que senti naquele maldito dia em que foi o pior de toda a minha existência. Minutos se passaram e o desconforto aumentou e meus órgãos internos começaram a funcionar a todo vapor. Algo estava me queimando por dentro e fazendo todos os meus demônios despertarem. No entanto, o barulho que ecoou no espaço me fez dar um pulo da cadeira e assim como eu, Liam se levantou e saímos correndo em direção aquela voz que se misturou com várias, onde havia muito desespero. Quando chegamos até o local que estavam, era como se tivessem aberto um buraco em meu peito e alguém segurava firme o meu coração, o apertando como uma espécie de tortura, anunciando que o intuito era de esmagar o meu órgão interno. Lutando contra qualquer sensação ruim, avanço em direção a King que não parav
JAMILLA COLEMAN A raiva se infiltrou em minhas entranhas por causa daquele maldito fedelho. Louis, pela primeira vez, agiu feito o demônio que é, mostrando sua fúria ao meu filho. Enxugo as lágrimas que descem pelo seu rosto e ao se sentar próximo a mim, fico espantada que mesmo ouvindo as palavras duras do pai, isso só o fez ter ainda mais ódio do irmão. - Agora eu quero ver a Mia e a Maya dizer que o king é mais bonito, ele está parecendo um monstro, aquele brilhoso. - Mael! - assim que ganhei sua atenção, continuo. - Você precisa se controlar, desta forma só estará fazendo com que o seu pai fique ainda mais unido a aquele maldito. Ele ficou pensativo, se levantou e então me encarou. - Pode deixar mamãe, que vou fazer de tudo para mostrar ao meu pai que sou melhor que ele e mereço ser o seu sucessor. Somente eu. - Tenha certeza que isso vai acontecer. - Oba! - disse e saiu saltitante rumo ao seu quarto. Levanto-me e caminho para o escritório, ao chegar no corredor, o meu celu
No dia seguinte... LOUIS COLEMAN Deixei minha mansão a cerca de 10 minutos, além do carro que estou, mais dois veículos estão fazendo a minha escolta. King estava estranho e pediu que eu não fosse viajar, algo que antes nunca havia acontecido, o que me fez atribuir o seu comportamento ao medo de encarar a realidade que está vivendo hoje. Além do compromisso com a minha família, eu assumi outro bem maior com a SCU, onde derramei o meu próprio sangue e jurei que daria sempre o meu melhor. O carregamento de hoje é um dos mais importantes que recebemos no ano e ao estar em nossos depósitos, a distribuição é feita para diversos territórios através do velho esquema das sacas de trigo, já que consegui alguém para tomar contar das terras dos Martins e dar continuidade a produção. Volto meus pensamentos para o meu filho e seu olhar triste em me ver partir. Sei que ele já passou por vários obstáculos, e nem mesmo eu tenho a força que ele tem, King ainda não sabe o tamanho do seu potencial
Uma hora atrás... LIAM DURAND AFLITO! JAMAIS HAVIA ME SENTIDO desta forma como se os órgãos dentro da minha caixa torácica estivessem em chamas. Um desconforto que desde o momento que cheguei ao deposito, está se intensificando ainda mais. De repente meus pensamentos foram interrompidos pelo som do aparelho em meu bolso e já em posse do meu celular, atendo a ligação. — Chefe! — Estava esperando a ligação de vocês. A ordem dada por Louis é que amanhã, assim que vocês chegarem à França, antes que sigam para Yvoire, passem em Cran-Gevrier e peguem o garoto e se o pai relutar, já sabem o que devem fazer, mas o menino deve ser levado para o Fort Abaddon. — Assim será feito... Trocamos mais algumas palavras e ao encerrar a ligação, fiquei pensando no que Louis tinha falado sobre aquela criança. De certo, conheço o ferreiro que é seu pai, um homem conhecido por ser um dos melhores na arte de forjar metal, o vi algumas vezes anos atrás quando o lugar que vive, que é ex-comuna francesa,
KING COLEMAN Ontem desde a saída do meu pai que não conseguia me livrar daquela agonia. O meu corpo estava muito quente e mesmo tomando um banho gelado, aquilo não se dissipou. Minha cabeça estava latejando e quando tornei um comprimido, o sono acabou me envolvendo, no entanto, não sei por quanto tempo fiquei desacordado, só sei que acordei sobressalto e desta vez a inquietação era muito mais intensa, deixei o quarto para vir até a cozinha e ao passar pela sala e ver a porta aberta, algo me puxou naquela direção, no entanto, ao ver a cena a minha frente, eu senti como se algo tivesse sendo cravado em meu peito. Eu me negava a acreditar, mas sabia que algo de ruim havia acontecido. O nó em minha garganta se desfez e um ruído alto saiu me rasgando por dentro, porém, ao me aproximar daquele carro, era uma dor semelhante a que senti anos atrás, mas agora eu sabia descrever o que estava sentindo. Todavia, a sensação era que tinha algo dando voltas em meu corpo, por mais que estivesse dian
KING COLEMAN Um calor circulou veloz pelo meu corpo e atormentado pela fúria que fervilhava em meu íntimo, eu podia sentir que algo havia tomado conta do meu corpo, fazendo minhas feições mudarem, minha mandíbula não parava de estalar, entretanto, ao ouvir a ordem dada por aquela maldita, eu queria partir para cima deles dois, mas sabia que aquele brutamontes era muito mais forte e um ato insano poderia não me dar a chance de vingar os meus pais. De repente Tornado começou a bater na porta da cocheira com as patas traseiras e foi no momento de susto deles, ao ver o cavalo furioso, que acabei correndo para fora do ambiente. Olhei para os lados e não havia nenhum soldado por perto e só me restava duas opções, percorrer o longo caminho até chegar à mansão, ou ir até o mausoléu e através da passagem secreta ter a chance de entrar em contato com o tio Liam. Minhas pernas voltaram a se mover e eu saí em disparada. Ao chegar dentro do lugar, acionei o botão e assim que a porta foi aberta