Bruno segurou minha mão e me arrastou imediatamente para o carro! Ele nem sequer se importou em colocar o cinto de segurança. O carro esportivo disparou a uma velocidade impressionante de trezentas milhas por hora, e, mesmo já sendo tarde da noite, isso era extremamente perigoso pelas ruas da cidade. Meu rosto ficou pálido, e meu corpo parecia cada vez mais fraco, como se a qualquer momento eu fosse vomitar. Com as mãos trêmulas, comecei a procurar pelo cinto de segurança ao meu lado. — Bruno, você enlouqueceu?! Ele não piscava, seus olhos vermelhos fixos na estrada à frente, sem dar a mínima para o que eu dizia. A velocidade subiu para trezentas e vinte milhas por hora. — Bruno Henriques! Se você quer morrer, não me leve junto! Pare o carro! Quero descer! Os olhos de Bruno se contraíram ligeiramente, como se uma palavra tivesse tocado uma ferida, algo que o deixou especialmente sensível. Finalmente, ele reagiu. — Eu preferia morrer com você! A velocidade subiu para tre
Eu pensava: se não me divorciar, eu e ele também não conseguiremos seguir em frente. O amor dele era como uma rosa em uma estufa de vidro, parecia tão bela e cheia de vida, tão vibrante e desejada, mas eu não tinha a chave daquela estufa. O amor dele, eu só podia ouvir sobre ele de sua boca. Eu não sentia o perfume da rosa, mas sabia que a maioria delas tinha espinhos, e ao tocá-los, a dor era certa. Mesmo que eu tentasse moldar meu coração para se encaixar no dele, jamais conseguiria fazer com que nos completássemos. Isso eu sabia muito bem. Quando tentei ceder a ele, ele desapareceu da minha vida de forma abrupta. Fiquei sozinha enfrentando todas as minhas emoções, sem ninguém a quem me queixar, e depois de tanto esforço para superar o sofrimento, ele vinha me falar sobre não nos divorciarmos? Eu dei uma risada amarga. — Homem comum que acha que a ex era melhor, normalmente é porque a atual não chega nem aos pés da ex. Bruno, sendo tão inteligente, com certeza sab
Bruno foi empurrado por mim de forma que não conseguiu reagir a tempo. Ele não esperava que eu tivesse uma reação tão forte. Quando se levantou, acabou batendo com a cabeça no retrovisor, que foi esmagado e quase caiu. O som do impacto foi tão alto que até abafou minha voz, cheia de emoção. Depois, veio o silêncio absoluto. Bruno parecia não sentir dor, pois não emitiu nenhum som. E, de forma absurda, eu até pensei que, no momento em que bateu no retrovisor, havia algo como um alívio, uma sensação de libertação que se espalhava por ele. Ele fechou os olhos lentamente, enquanto processava suas emoções em silêncio. Depois de um longo tempo, seus cílios tremeram ligeiramente. Ele resistiu, resistiu ainda mais, e uma gota de lágrima escapou do canto de seus olhos fechados. Com a voz quase inaudível, ele perguntou: — O que aconteceu, afinal? O que foi que aconteceu entre nós? As mãos dele apertaram fortemente as minhas, e, ao olhar com mais atenção, percebi que ele estava
Bruno levantou os olhos e, seguindo meu olhar, olhou para fora da janela do carro.Este lugar não era estranho para nenhum de nós.Já estivemos aqui duas vezes, e hoje, ao voltar, seria a terceira.Ele deu um pequeno sobressalto, seu corpo tremendo visivelmente, e, de forma instintiva, tentou dar partida no carro, querendo fugir dali, agitado.Eu rapidamente segurei sua mão.Eu temia que ele acelerasse de novo, temia que eu e o bebê que carregava em meu ventre morrêssemos de verdade.Levantei os olhos para ele, com a outra mão sobre a barriga, e balancei a cabeça.Foi quando a tensão em seu corpo começou a se dissipar lentamente.Ele fez um esforço para relaxar o rosto rígido, então, com a mão, cobriu meus olhos.— Ana, você não acha que eu sou assustador assim?Eu não entendia por que ele me perguntava isso, mas ele continuou tentando se explicar.— Desculpe-me, mas toda vez que penso que você vai me deixar, fico fora de controle... Embora tenha conseguido me controlar.Sem poder evit
O movimento de Bruno parou por um instante, mas ele não deu atenção alguma. O beijo voltou a acontecer, e o ar, carregado de desejo, se misturava com o seu cheiro, criando uma sensação estranha, indescritível.O perfume que ele costumava usar desapareceu, dando lugar a um leve odor de sangue e de desinfetante. Mas foi apenas por um momento. Em seguida, sob o quase frenético desejo dele, tanto meus pensamentos quanto minha razão se perderam, submergindo por completo.Aquele beijo não podia ser chamado de suave, mas parecia ser algo que ele aguardara por milênios como uma redenção. A tensão, a prova, a luta... Tudo desapareceu. Quando ele percebeu que eu não estava mais tão resistente, seus movimentos começaram a diminuir. Seus lábios tocavam os meus em pequenos beijos, como se estivesse selando sua vitória.Então, ele se atirou para cima de mim, enterrando a cabeça em meu pescoço. Eu estava completamente entregue aos seus braços, como um simples travesseiro sendo apertado contra o seu
Enquanto Bruno mandava uma mensagem, eu já tinha desbloqueado o painel de controle central do carro. Quando ele terminou de se comunicar com Gisele, eu já tinha aberto a porta do carro e saído. O vento frio me envolveu de imediato, entrando pelas minhas roupas e fazendo-me tremer de tanto frio. Dentro de mim, não parava de reclamar. Hoje estava sendo um dia de azar: uma festa que poderia ter sido tranquila foi interrompida, e sempre que Bruno estava por perto, Gisele estava em cena, inevitavelmente. Não havia como fugir disso, o que me deixava irritada! Só de pensar em Gisele, parecia que o ar ao meu redor estava carregado de uma sensação estranha. Eu vomitei um pouco, e, instintivamente, me curvei, segurando-me em uma árvore na beira da estrada. Lágrimas e muco escorriam sem controle. Bruno me alcançou e, ao me ver naquele estado deplorável, ficou paralisado por um instante. Quando ele me tocou, o vômito veio com mais força. O cheiro dele parecia pior ainda, deixando-m
No hospital, o médico sequer teve tempo de xingar Bruno, indo direto para a aplicação da injeção de preservação da gravidez. Eu o impedi de fazer o procedimento, apenas olhei para Bruno e lhe disse minha decisão. — O que vocês estão esperando? Já te avisei para não ficar tão agitada, não era para ficar assim. Você não quer mais o bebê? Se não quer, por que tomou todas aquelas injeções antes? — Você é o pai da criança? A esposa está tão frágil e você a deixou engravidar, e quando ela engravidou, não fez nada por ela. Sempre vem sozinha ao hospital, faz as injeções em silêncio e vai embora. Até um médico que vê muitos pacientes fica com o coração partido. Nem vem aqui, mas ela cuida bem do bebê sozinha. Agora você aparece e a faz sofrer com risco de aborto espontâneo! Isso me deixa louco! — O médico balançou a cabeça. — Vou dar a vocês cinco minutos para conversar. Depois, preciso aplicar a injeção! Bruno folheava meu prontuário com um semblante terrivelmente sombrio. Desde que
Bruno deu um passo à frente e agarrou com força o colarinho do jaleco do médico. — O que você disse? Fale isso novamente! O médico suspirou, visivelmente sem saber o que fazer, e disse, com tom pesaroso: — Aceite nossas condolências. As mãos de Bruno começaram a tremer, e sua garganta se apertou. Ele queria questionar mais, mas as palavras ficaram presas, não saíam de sua boca, não desciam de sua garganta. Ele empurrou o médico para o lado e, como um louco, correu em direção à sala de cirurgia, sem se importar com nada. O médico, que antes estava imune ao aperto de Bruno, de repente se posicionou à sua frente, com os braços abertos, bloqueando-lhe o caminho. — Senhor, você não pode entrar! — Saia da frente! Os olhos de Bruno estavam vermelhos, e ele estava impaciente demais para trocar palavras. — Senhor, a Presidente Ana não quer vê-lo! Bruno ficou parado por um momento. — Você sabe quem sou eu? O médico assentiu. Ele, claro, sabia quem Bruno era, e justament