Depois de receber o endereço onde a vendedora se encontrava, Maria Paula vestiu uma blusa de manga, uma calça jeans e um casaco que a aquecesse o suficiente para receber o ar frio da madrugada. Olhando para Olivia para se certificar de que ela continuaria dormindo, abriu a porta do quarto lentamente para que ela não fizesse barulho e saiu em silêncio.
Quando ela chegou à loja, a vendedora logo a reconheceu devido à foto do aplicativo de mensagens. E por isso, logo trouxe a sua encomenda. No momento em que Maria Paula entregou a quantia prometida, abriu o pacote e viu que a fantasia contava com uma capa que tinha uma gola alta. E não só isso, mas todo o conjunto tinha duas cores, a parte interna da roupa era tingida de vermelho e a parte externa tinha a cor preta, como uma capa tradicional de vampiros que pode ser observada em filmes de terror. Mas ao revirar todo o pacote, Maria Paula não encontrou a peça pr
Algumas horas depois, tanto Maria Paula quanto Olivia foram acordadas pelos intensos raios dourados do sol que atravessavam as finas e claras cortinas do quarto e iluminavam todo o cômodo. Mas além da imensa claridade que entrava no quarto, Olivia e Maria Paula se lembraram que estavam em uma cidade de interior depois de ouvirem o cantar dos pássaros que vinham até as árvores do quintal do hotel. Ao longe, elas ouviam o som dos galos que, provavelmente, cantavam alegremente todos os dias pela manhã.Olivia acordou se sentindo muito melhor e com fome, por isso, chamou Maria Paula para que elas fossem rapidamente escovar os dentes e aproveitar o café da manhã daquele hotel, pois a refeição seria servida somente até as dez horas da manhã, e quando Olivia olhou o relógio se assustou, pois já eram quase nove horas, indicando que elas deveriam se arrumar depressa.Depois de senti
Chegando a hora de ir ao parque, Maria Paula foi tomar o seu banho se sentindo muito animada por finalmente ter chegado o dia de colocar o seu plano em prática. Vendo Maria Paula que devido ao chuveiro estar liberando água quente e que por isso o boxe ficava cada vez mais embaçado, ela começou a escrever com a ponta do dedo indicador o nome de Olivia. E quando ela terminava de escrever a última letra do nome, ela o riscava com o mesmo dedo. Enquanto isso, ela pensava no que poderia fazer para se livrar da amiga. Depois de ter finalmente decidido a forma com que ela executaria o seu plano, ela abriu um sorriso maquiavélico e levantou a cabeça de modo que a água do chuveiro caísse sobre o seu rosto, lavasse os seus cabelos e aquecesse os seus pensamentos.Depois de passar um pouco de shampoo nos fios desde a raiz e o condicionador somente nas pontas, Maria Paula os enxaguou até que todo o seu cabelo
Antes mesmo de se aproximarem do parque, Olivia já sentia a adrenalina invadir o seu corpo e acelerar o seu coração, pois se lembrou da aposta que tinha feito com Maria Paula no dia anterior. E estava torcendo para que ela não se lembrasse, pois ela não queria se sentir mal novamente e acabar com a sua noite.Enquanto elas caminhavam lado a lado pelo parque, Maria Paula observava atentamente a todos os brinquedos até que o seu olhar encontrou, ao longe, os grandes e coloridos desenhos de monstros que enfeitavam a fachada do trem fantasma. E quanto mais elas se aproximavam, mais altos eram os gritos das pessoas que tinham a curiosidade de saber o que acontecia depois que o carrinho entrava na parte que é tomada pela escuridão e onde os visitantes ficam à mercê do poder das trevas.De repente, Maria Paula perguntou a Olivia: – Vamos andar no trem fantasma hoje?– Não sei. Eu qu
Enquanto Maria Paula olhava os brinquedos e barracas ao redor, ela planejava o que falar para que o seu plano desse certo. Até que ela quebrou o silêncio e disse, enquanto pegava nas mãos de Olivia a fim de chamar a sua atenção:– Olivia, eu quero muito que você conheça o trem fantasma desse parque. Reitero que eu adorei!Distraída por ver uma criança tentando fisgar o último peixinho para que ela pudesse ganhar o melhor prêmio da barraca, Olivia não prestou atenção ao que Maria Paula havia acabado de falar. E soltando as mãos da amiga, Olivia caminhou em direção a barraca a fim de tentar ajudar o menino que ela não conhecia, mas pelo qual já tinha apego dentro de seu coração. E Olivia estava disposta a fazer o possível para que aquele garotinho, que aparentava ter no máximo sete anos, ganhasse o prêmi
Quando o carrinho de Olivia começou a andar e partir do momento em que ele passou por aquela cortina que não permitia entrar qualquer nível de claridade para o interior do brinquedo, ela permaneceu tranquila, pois a única coisa que ela via na sua frente eram os trilhos em que o carrinho iria passar nos próximos segundos. Entretanto, quando o carrinho se aproximou da primeira curva, a luz se acendeu e ela teve uma visão muito clara de um homem com machado na mão, cuja arma se aproximava da cabeça dela, mas que por sorte e pelo carrinho ter acelerado ela não se machucou. Esse pequeno susto fez com que ela desse apenas um sorriso, pois ela precisava manter a sua palavra de que não sentiria medo dos fantasmas que ela poderia encontrar naquele brinquedo.Mesmo que Olivia mantivesse os seus pensamentos firmes de que aquilo tudo não se tratava de realidade, apenas de bonecos que tinham a finalidade de assus
Vendo Olivia que a vampira não voltava para continuar lhe causando ferimentos, ela se levantou do chão lentamente e com muita dificuldade, se apoiou nas paredes escuras e se sentindo cada vez mais fraca, pois já tinha perdido uma quantidade considerável de sangue. Além de seus ferimentos que estavam lhe causando muita dor, ela estava se sentindo com o corpo todo trêmulo e sem força, pois estava tomada pela ansiedade e pelo pavor de continuar sendo machucada por uma pessoa, cujo rosto ela não conseguia ver, fazendo com que ela nem imaginasse quem estaria por trás daquela capa de vampiro nem usando aqueles caninos brilhantes, assustadores e afiados, muito menos, o motivo pelo qual estava fazendo toda essa crueldade com ela.Andando muito lentamente pelos trilhos, e indo em direção ao início da viagem de modo que ela chegasse a frente do brinquedo e que alguém viesse ajudá-la, Olivia
Nesse momento, a outra policial que desceu do carro, e que tinha cabelos lisos e castanhos escuros, se aproximou de Maria Paula e perguntou:– O que você está fazendo aqui? O parque já fechou por hoje. E não sabemos quando ele vai ser reaberto, diante dessa tragédia que ocorreu. Você é alguma parenta da jovem?– Sou amiga dela.– Você saberia nos dizer o que aconteceu com ela?– Eu não sei. Eu não estava perto dela na hora. – Respondeu Maria Paula, com a voz trêmula de medo da consequência do que ela mesma tinha provocado.Indignado com a resposta de Maria Paula, o responsável pelo brinquedo se manifestou, dizendo: – Eu também queria saber essa resposta, pois eu estive aqui o tempo todo e vi que ela estava sempre chamando essa jovem para que elas fossem juntas no trem fantasma. Mas na hora mesmo de entrar no carrinho ela
Enquanto Olivia ia junto com a equipe de saúde e com uma das policiais dentro da ambulância, um dos enfermeiros se dedicava a limpar os seus ferimentos. Aproximando de si o frasco de soro fisiológico e uma quantidade considerável de gaze e de algodão, ele se sentou ao lado da cabeça de Olivia a fim de começar pelo ferimento do pescoço, sobre o qual estava um pedaço de tecido na tentativa de pressionar o local do ferimento, mas como o local ainda estava muito sujo, impossibilitava que os médicos vissem claramente o que tinha acontecido naquela região. Depois de passar, cuidadosamente, a gaze, a qual estava mergulhada no soro fisiológico, no entorno do tecido, a região foi ficando mais limpa, o que ajudaria muito os médicos quando ela chegasse ao hospital, pois aumentaria significativamente as chances de poder ser tratada da melhor forma possível.Depois de limpar o sangue ao