Geralmente era preciso estar assustada para que magias pequenas e acidentais acontecessem. Lilandra não era muito tolerante quando descobria que contra as ordens, Cassie manipulava inofensivos feitiços para o deleite da irmã mais velha.
Naquela tarde como era esperado mais uma vez Willian havia recusado o pedido da filha mais nova para participar das comemorações da festa da colheita. Kassuim poderia ser o que a velha cozinheira acreditava uma criança dócil e afetuosa, mas o temperamento forte não negava suas origens. A negativa tivera um efeito desastroso para surpresa e espanto de Willian observando os copos e garrafas reduzidos a estilhaços espalhados pelo chão depois que a criança revoltada tinha gritado com frustração a injustiça de ser privada de prazeres pequenos.
-Ela ainda é apenas uma criança. - A voz de Willian exibia frustra&
-Não pode viajar assim. Não com o pequeno com febre. A menina é mais forte, mas o irmãozinho...Precisa pensar na segurança dos filhos de vocês. Posso mandar chamar Rick....A voz de Richard era um estrondo de raiva profunda e impaciente ao voltar a colidir com o ombro contra a madeira maciça. Trêmula, Kassuim se levantou respirando com dificuldade caminhando em torpor em direção a porta. O quarto. Um arrepio a percorreu notando o mobiliário em total desordem e as garrafas espatifadas.Suando frio ela colou o rosto contra a madeira. Deus amado! Os infelizes pesadelos nunca tinham fim. Odiava magia e feiticeiros. A febre... Não se sentia nada bem...Parecia ter pego a mesma moléstia do pequeno e....-Quem...?-Cassie! Diabos! Sou eu, Richard Morgan. Abra a porta. – Ele ordenou bruscamente forçando a porta na qual ela se amparava.-Quer me dizer
Kassuim desviou o rosto sem jeito. Não devia pensar naquelas coisas. Tentou se lembrar que nem mesmo apreciava beijos. Machucavam e doíam. Detestava as poucas ocasiões em que Thalagar conseguira surpreendê-la com as carícias repulsivas que lhe davam nojo.Rick voltou-se para ela, refreando a irritação ao captar a repulsa dela, absorvendo as sensações curiosas e de interesse, jurando que mataria Thalagar na primeira oportunidade.-Acha que passei pela apreciação, minha senhora? – ele brincou com naturalidade se aproximando devagar.Kassuim mordeu os lábios, ardendo de vergonha e fulminada. Virgem Santíssima! Aquele homem era por direito seu marido. Ela tinha obrigações como esposa a cumprir. O desconforto só piorou sentindo o colchão de penas afundar com o peso dele.-Eu nunca tinha visto...- ela engoliu em seco mortificada.
Por que ela iria confiar nele depois disso? Maldição dupla. Estava sem saber o que fazer. Ia claro atrás da esposa e acabar com a insanidade dela de criar confusões com Valerius. A ideia o fazia sentir os cabelos da nuca se arrepiarem. Ele se lembrava de Katie. Se Valerius descobrisse que Kassuim era sua esposa... Santo Deus! Na verdade ia berrar aos quatro ventos que a garota era sua esposa. E ai do infeliz que se aproximasse ou olhasse para ela.Eu sou um idiota! Deveria ter contado a ela a verdade sobre Katie. Maldição!Ele havia jurado nada falar a respeito da primeira esposa em consideração a Padraic. O velho homem era um ancião e ninguém teria esperado a traição de Katherine ao se aventurar num romance fora do casamento com Valerius. Aquele homem o odiava e com todos os motivos.Deus amado. Proteja essa tola!
Rick tinha passado a noite de vigília. A mente invocava recordações que ele preferia esquecer de 1 ano atrás. Havia alguma coisa atrás de sua mulher...Aquilo poderia lembrar um homem.Tinha a vaga fisionomia do que poderia ter sido homem. Deus, sequer parecia humano! Ah, aquilo não era ICHICHO. Era bem pior. Ele falava e todo o ar ao redor parecia congelar e paralisar com o frio intenso.RichaRD Morgan olhou ao redor procurando por armas com desespero. O que matava uma coisa como aquela?-É sério mesmo? – ele o mirou aturdido. – E você nem imagina o quanto me deixou surpreso.Era a imagem de um homem gigantesco que emergia do espelho em trazes negros e queimados, exibindo um corpo coberto por queimaduras com um rosto retorcido e aterrorizante. Jackwill Turner se materializava diante de seus olhos. Ele provavelmente delirava. Só que todos seus instintos gritavam em alerta. Lenda
Ele prendeu a respiração ao sentir o impacto violento que o jogava contra a parede do outro lado da cabine. Aquilo além de feio era forte. Apoiou-se contra os cotovelos, respirando fundo. Sua nova cadeira trabalhada de carvalho era apenas destroços. A pedra de luz caída no chão a sua frente rescendia a magia. Novos gritos eram urgentes e revelavam tumulto. Ele ouvia Adam e Giles discutirem. E mais alguns outros. A bordo do Coral faziam parte da tripulação um total de vinte lobos.-Não encontrei Kassuim nesse tumulto. Sabe onde está a garota? – Michael quis saber.-Onde acha que está Kassuim? Aqui, com todos os infernos! Adivinhem quem essa coisaEstá procurando?-A garota? Mas por quê?-É uma longa estória, Mike. Abra a maldita porta ou não vai saber. Não ia acreditar.Richard Morgan não queria explicar aquilo. K
Não eram suas melhores lembranças.Olhou para a esposa que dormia ainda com febre. Lili havia providenciado uma ama seca para as crianças esperando Cassie se recuperar.Captar as imagens na mente dela através da telepatia..."A vida na taverna monsieur estava se tornando uma terrível provação. A lista de tarefas de Cassie nunca acabava. Naquela semana, assim que recebesse seu salário, deixaria esquecida a vida de empregada. Teria que encontrar outra maneira de sobreviver em Chabone até que Jackie trouxesse o navio para o porto. Por que cedo ou tarde Jackie ia aparecer, não ia? Ela simplesmente não tinha ideia de como. E procurar Richard Morgan não era uma solução a ser considerada. Qualquer tortura em tarefas horríveis era preferível a precisar ou pedir ajuda ao homem miserável. Depois de todas as histórias contadas... Havia Mayra
Aquela mulher era... era...-É realmente um lugar admirável aqui. Olhe para eles... humanos. Não posso deixar de me surpreender com os prazeres e misérias humanas. Procura pela garota... Apesar de toda raiva... Por quê? Vingança?Richard ficou rígido, olhando ao redor.Tudo ao redor ficou subitamente frio. Evitou pensamentos perturbadores com todas as suas forças. Ela não era humano! Não poderia ser! Tudo bem a essa altura. Ele á tinha visto até um lich. Porque tanta surpresa? Deixou a caneca de bebida sobre a mesa, incapaz de ignorar a sensação de alfinetadas na nuca e no pescoço.-Como...?-Como sei? - a voz da mulher perguntou.E era o som e o hálito fresco das montanhas naqueles dias mais frios ao amanhecer.-Minhas chaves... As Peças de 4... Devem voltar ao santuário... Não se altera o destino tra&cc
Havia algumas poucas vantagens em se trabalhar na taberna de monsieur. Cassie sabia que mesmo na cidade com os moradores de mais recursos abrigados no campo sua sorte era tremenda.A maior parte das tarefas oferecidas... Céus. As tabernas ao redor do cais ofereciam trabalho que nada tinha de muito honesto. Pelo menos na taberna Galo de Ouro...A lista sem fim de suas obrigações não incluíam nada além das tarefas da cozinha e servir as refeições. Claro que entre as garotas...Cassie pouca se envolvia nas conversas. MaryJane que supervisionava a cozinha na ausência da cozinheira sempre ajudava. Podia ser excelente com as facas...Mas quando o trabalho era equilibrar bandejas com tigelas fumegantes de comidas...Ela era a desajeitada. Tudo acontecia...A pilha de pratos... Ela pestanejou contendo a frustração. Tinham que colocar a pilha justamente ali onde podia cair? Justo a louça suja que ela pre