Quando saiu da casa de banho, Sara estava a servir a sobremesa, exibindo a sua nova batedeira, enquanto Alina se ria do gracejo de Clarisa.Emma sorriu com as ideias da sua assistente, enquanto apreciava a cremosidade da preparação carregada de calorias. Mais uns dias assim, e em breve voltaria às suas curvas habituais. Embora silenciosa, não podia negar que se sentia confortável ali.Leonardo sentou-se e comeu a sua sobremesa, tentando não olhar para ela.Quando terminaram, despediram-se para voltar ao trabalho, mas não sem antes Sara ter preparado alguns recipientes para Clarisa e Ema levarem para casa para o jantar. O que Leo tinha dito era verdade: a mãe delas tinha cozinhado quase na perfeição, graças ao facto de, com tantos electrodomésticos, o trabalho ser mais rápido e fácil.Nenhum deles recusou.Os três deixaram o apartamento, sentindo-se mais relaxados do que quando chegaram. Clarisa animou o ambiente no elevador e, em breve, cada um deles estava a caminho dos escritórios n
A Sra. Fritz despediu-se até ao dia seguinte e Leo dirigiu-se ao ginásio do seu amigo. Acenou a Clarisa, que também estava a sair, e partiu.Quando chegou, Samuel riu-se dele sem se conter.-Mas que fachadas são essas, Leo?-Não te rias, olha como gostam as raparigas que correm nas passadeiras....-É verdade, até pareces um homem rico com esse fato.-Eu tenho um emprego, por isso estás com sorte, posso pagar-te as dívidas.-São cerca de vinte e cinco, tens a certeza? -Tenho a certeza.-Mas claro, pegue num cheque, verá que tem fundos. Agora, se me dão licença, preciso de fazer alguma coisa.Amanhã vou tentar descontá-lo e, se não resultar, vou exigir o dobro, por um joker.Leonardo riu-se, pensando na cara de Sam quando visse que era bom dinheiro, e mudou de roupa nos balneários.Entreteve-se a fazer exercício, a esforçar-se ao máximo, a descarregar as tensões do dia.Depois subiu ao muro mais alto e, quando desceu, foi abordado por uma mulher alta e sinuosa, de cabelo ruivo.-Olá, Le
Emma tinha dormido melhor do que em muitos anos. Depois do encontro com Omar, regressou a casa, tomou um longo banho relaxante, jantou a deliciosa comida que Sara tinha preparado e foi para a cama muito feliz, quase como se não tivesse problemas.Assim, acordou com um semblante descontraído, vestida com a elegância de sempre, sabendo que nesse dia, na empresa, ainda estaria a trabalhar no seu próprio projeto e não em algo que detestava com todo o seu ser.Finalmente, depois de anos de esforço, de persistência, de suportar julgamentos e maus tratos de meio mundo, estava a caminho do futuro que desejava.Estava tão bem disposto que, quando Clarissa entrou sem permissão enquanto ele tomava o pequeno-almoço, não se zangou e cumprimentou-a como se nada tivesse acontecido:-Bom dia, Clari.Vejo que é um bom dia - disse a assistente, com um ar desconfiado - Ontem correu tudo bem com o Omar?Ema olhou para ela com um sorriso conhecedor:-Muito bem... Estás com ciúmes, Clari?Clarisa fingiu ab
À medida que o tempo passava na empresa e o plano da Sra. Fritz dava frutos, colocando a OldTree de novo nos lugares cimeiros, muitos dos sócios e membros da direção perderam as reticências em relação a Leonardo Ares, tal como Emma previra: desde que tivessem cada vez mais dinheiro, não lhes importava como, nem através de quem.Se Leo tinha conquistado o seu lugar dormindo com o patrão ou não, não lhes interessava.Era assim com quase todos eles, exceto, claro, com Aaron Stuart e um dos seus mais antigos associados, Frederick Meyer. Este último era o homem com quem Aaron tinha pressionado Emma para casar, de modo a criar outra aliança semelhante à que ela tinha tido com Karl. Apesar de ter idade suficiente para ser pai dela, o homem era alto e robusto, bem conservado, e teria sido perfeito, aos olhos do pai, para ajudar a controlar a jovem rebelde.Embora Fred tivesse a sua própria empresa, um pouco mais pequena do que a OldTree, tinha investido nesta última com a intenção de estar pe
Fred sentou-se atrás da secretária, apontando para a cadeira à sua frente enquanto sorria sarcasticamente para Leonardo. Leo sentou-se onde ele indicou, com relutância. Não tinha qualquer vontade de ouvir as mentiras que o homem iria, sem dúvida, contar, nem estava minimamente interessado no que quer que fosse que se escondia no passado da Sra. Fritz.No entanto, se tinham traidores por perto, e se essas pessoas estavam a conspirar contra eles, depois de tudo o que tinham conseguido, fazia todo o sentido conhecer os seus inimigos.Como diz o ditado:"Amigos, perto. Inimigos, mais perto ainda.Leo tinha a certeza de que, independentemente do que Frederick Meyer pudesse dizer, a sua opinião sobre a Sra. Emma Fritz não mudaria. Devia demasiado à mulher para a julgar de acordo com as palavras de um homem como aquele que tinha diante de si. E ele tinha-lhe jurado lealdade.-Bem, já me sentei. Estou a ouvir, Sr. Meyer.Chame-me Fred, meu jovem. Afinal de contas, tenho a certeza que podemos
Fred e Aaron estavam a conversar no escritório de Aaron. Eram amigos há muitos anos, antes de Aaron Stuart casar com a mãe de Emma.Também tinham sido sempre sócios, em todo o tipo de negócios. Frederick Meyer, porém, conseguia ver coisas em Emma que o seu amigo não via. Estava tão cego por um rancor inexplicável contra a jovem que não se apercebeu de que ela, mesmo com a sua vida sexual ativa, não era nenhuma tola.E embora Fred a conhecesse desde que nascera, desejara-a desde as primeiras curvas do seu corpo.Tinha ficado desiludido quando Aaron a juntou a Karl, mas isso não durou muito tempo. A má notícia era que Emma sabia como aproveitar o poder e já não cedia às suas tentativas de a conquistar.-Receio que a sua filha tenha o tal Ares numa rédea curta. De certeza que ela deve ser uma óptima amante. Já passaram semanas desde a nossa conversa e tudo continua na mesma. Ele não voltou para me vir buscar.A culpa é tua, foste imprudente em citá-lo enquanto comias a tua secretária. O h
Nessa semana, Aaron Stuart convocou uma reunião extraordinária da direção. Queria apresentar todos os membros, alguns dos seus amigos, para investirem na OldTree e conseguirem mais alguns sócios.Para isso, tinha de dissimular habilmente o facto de que esses homens estavam a seu favor e, sobretudo, convencer o casal Emma e Ares desta manobra, para que os outros o seguissem.Este capital permitir-lhes-ia, por sua vez, expandir-se para outros países, agora que o negócio estava bem implantado no mercado local, e essa seria a sua arma para conquistar o favor de Emma. O pai sabia que ela tinha passado os últimos anos a convencê-los dessa expansão.E, se isso falhasse, havia outra carta a seu favor, que ela não tinha partilhado com Frederick Meyer. Embora ele fosse seu amigo e parceiro de negócios há anos, ela sabia que o interesse de Fred pela filha às vezes beirava a obsessão. Isso era cada vez mais evidente à medida que ele envelhecia, quando todas as mulheres que o homem levava para a s
Benedict Black estava na cidade há vários dias, visitando a firma quase todos os dias, e o escritório de Emma, mais particularmente, com intenções bem evidentes.Esta, consciente do perigo de um homem tão irresistível como ele, fazia questão de que, nas visitas de negócios, Clarice ou o Sr. Ares estivessem sempre presentes. Assim, ela evitava qualquer possível insinuação do semideus de olhos verdes.Aaron Stuart estava a perder a paciência quando Meyer o visitou no seu escritório com um sorriso inevitável.Há anos que lhe digo que a Emma não é estúpida, e você insiste em ignorar-me. Ela é demasiado esperta para se apaixonar por aquele Black, por mais tarado que seja. Eu teria tirado essa ideia absurda da tua cabeça se te tivesses dignado a partilhá-la comigo. Pensei que procurava um parceiro poderoso, não um genro bonito.-Não me provoques. Conheço-o muito bem, Fred... não quereria ninguém ao lado da minha filha a não ser você. E ela já provou que não está interessada em si e, portant