“Emiliano Quintana”Eu estava de pé na sala de estar da casa da minha mãe, eu precisava de conselhos e ela sempre foi a minha melhor conselheira. O que aconteceu no casamento do Martim e da Abigail no dia anterior havia me estressado por completo.- Emiliano, meu filho, que bom que você veio tomar o café da manhã comigo! – Minha mãe desceu as escadas e veio em minha direção já de braços abertos.- Mãe, bom dia! – Eu a abracei e lhe dei um beijo no rosto.- Vem, vamos nos sentar. – Ela saiu me puxando até a sala de jantar onde a mesa já estava posta. – Que papelão da sua noiva ontem, hein?!Claro que a minha mãe tocaria no assunto, a Camila e ela não eram muito próximas. Para falar bem a verdade, a minha mãe não era nem um pouco fã da Camila.- Mãe, não foi ela, foi a prima. A Camila ficou coberta de tinta. – Eu não consegui esconder o riso.- Aquilo foi bem feito pra ela! Mas eu estou falando do quanto ela provoca a Abigail, Emiliano. Ou você não percebe? Não vê que ela vive implicand
“Camila Fernandes”O que deu no Emiliano para me ligar tão cedo com essa história de vamos conversar? Tudo bem que ele ficou nervoso ontem com o que a Letícia fez, mas no fim das contas quem levou a pior fui eu. Droga! Eu precisava pensar em alguma coisa, não podia perder o Emiliano, ainda mais por causa da idiota da Letícia que nem sabe fazer as coisas.E eu ainda preciso colocá-la pra fora. Me levantei e fui até o outro quarto acordar a Letícia.- Letícia! Acorda, Letícia! – Eu a sacudi, mas ela se virou para o outro lado.- Ai, me deixa, Câmi! – Ela reclamou, mas ela não ia atrapalhar os meus planos.Eu fui até a área de serviço, peguei um balde e enchi de água, voltei para o quarto e virei o balde na cabeça dela.- Aaaaaahhh! Sua louca! – A Letícia pulou da cama reclamando. – Perdeu o medo da morte, Camila? Porque eu vou te matar!- Vai matar nada! Vai é arrumar suas coisas e cair fora. – Eu estalei os dedos.- Que palhaçada é essa, Camila? – A Letícia gritou irritada.- Palhaçada
“Martim Monterrey”Aquele café da manhã na cama com a Abigail tinha sido perfeito, cheio de beijos e carinhos, e depois eu a tive em meus braços outra vez. Eu não tinha a menor idéia de como, mas essa coelhinha estava me prendendo no seu laço. Seu jeito espontâneo me deixava encantado, sua diversão e entusiasmo com as coisas mais simples eram um charme que me hipnotizava, eu estava cada vez mais fascinado por ela e louco para descobrir tudo o que eu ainda não sabia.- O que você acha de irmos à praia? Lá na pedra, pegar um sol, dar uns amassos sentindo a brisa do mar... – Eu beijava o seu pescoço enquanto ela penteava o cabelo em frente ao espelho do banheiro.- E depois nós podemos almoçar na cidade e andar por aí? – Ela tinha os olhos bem abertos como se estivesse se empolgando com a idéia.- Podemos tudo o que você quiser, coelhinha, até voltar pra esse quarto e passar a tarde na cama. – Eu dei uma mordidinha em seu ombro e ela fechou os olhos, parecia ter gostado daquilo.- Você é
“Abigail”Acordei sentindo mãos fortes em meus braços e lábios quentes sobre a minha pele. O Martim estava cobrindo as minhas costas de beijos quentes e úmidos e passando suas mãos suavemente em mim. Aquilo era uma delícia.- Huuumm... esse é o meu novo jeito preferido de acordar. – Eu falei antes de abrir os olhos e senti o seu riso em minha pele.- E qual era o anterior? – Ele perguntou curioso.- Acordar com a cabeça no seu peito e a mão nesse seu abdômen trincado! – Respondi sem pensar.- Eu sabia! – Sua voz divertida soou no meu ouvido, seu hálito quente me deixando arrepiada. – Todas as vezes que dividimos a cama você se aproveitou do meu corpinho!- Ah, vou mentir pra quê? – Eu abri os olhos e me virei para encará-lo. Ele estava sorrindo. – Mas chamar tudo isso de corpinho é ofensivo, né, ursinho! Isso é um corpão, querido, e um corpão gostoso além da conta. – Ele deu uma gargalhada muito divertida e eu passei a mão pelo seu peito.- Eu disse que essas mãozinhas são gananciosas
“Abigail Zapata Monterrey”O Martim e eu passamos o dia na cama, nada do lado de fora daquele quarto nos importava. Eu só queria ficar em seus braços, ganhar os seus beijos e não pensar em mais nada. Mas à noite ele insistiu para que saíssemos para jantar.- Por que a gente não deixa pra sair amanhã, ursinho? – Eu perguntei enquanto pegava a sandália no armário para calçar.- Porque amanhã nós vamos voltar para a casinha. – Ele deu um beijo no meu pescoço e tirou a sandália das minhas mãos. – Ou você quer continuar aqui no hotel? Também podemos ficar.- Não, eu quero ir para a casinha. Eu gosto de lá! De frente para o mar. – Eu sorri e me sentei na cama. Ele se abaixou e calçou as sandálias em mim.- Então vamos sair, você vai gostar. – Ele se levantou animado e me puxou.Nós saímos do hotel e caminhamos um pouco, até um restaurante que ficava bem perto. Da outra vez em que estivemos aqui eu tinha notado esse restaurante, ele era pequeno, tinha uma varandinha cercada por grades baixas
“Martim Monterrey”Acordei na manhã seguinte sentindo as mãozinhas quentes da Abigail passeando por mim. Na noite anterior nós havíamos combinado de acordar cedo e tomar o café da manhã no restaurante do hotel, para não chegarmos tarde à casinha.- Como você quer chegar cedo na casinha e ir para a praia se me acorda desse jeito? – Eu perguntei antes de abrir os olhos.- Como você quer que eu resista a você dormindo nu ao meu lado? – Ela respondeu e eu ri.Eu adorava as suas respostinhas atrevidas, sempre gostei, desde o primeiro dia, quando ela fez aquela carinha de falsa inocência para me dizer que o suco mancharia a minha camisa.- Você sabe que me deve uma camisa, não sabe? – Eu me virei sobre ela.- De onde você tirou isso? – Ela perguntou e seus olhos brilhavam tanto que me deixaram sem fôlego.- Aquele seu suquinho gelado no dia em que eu te vi pela primeira vez. Manchou a minha camisa. – Eu respondi.- Foi culpa sua. E manchou o meu vestido. – Eu ri, nenhum de nós dois nunca ir
“Martim Monterrey”A semana na praia com a Abigail foi perfeita e deliciosa. Nós conversamos muito, tomamos sol e demos uns amassos na pedra, caminhamos de mãos dadas na praia ao entardecer, assistimos ao pôr do sol, fizemos amor no mar e a cabeceira daquela cama bateu tanto na parede que eu precisaria mandar consertar a parede e refazer a pintura.Se algum momento eu pensei que ir pra cama com a Abigail faria com que a tensão sexual entre nós se esvaísse, agora eu já começava a achar que transar com ela só fazia aumentar aquela tensão sexual. Ela era linda, perfeita e sexy, e eu começava a desconfiar que gostava mais de sexo do que eu. Aquela mulher era uma tarada. Perfeita pra mim!Mas ela também aprendeu de alguma forma a conseguir de mim tudo o que queria. Eu não podia dizer não a ela, era impossível. E foi por isso que ela me convenceu a acordar cedo em pleno domingo e voltar pra casa pela manhã, ao invés de voltar no fim do dia como eu tinha planejado. Agora nós estávamos tocand
“Magda Zapata”Ainda era manhã de segunda feira e aquele homem estava sentado diante de mim no lobby do hotel me dizendo que tinha feito o trabalho que eu encomendei e que eu havia jogado o meu dinheiro fora.- Sr. Salvador, o senhor está me dizendo que eles realmente se comportam como um casal? – Eu olhava para o detetive particular, um homem calvo, de bigode e óculos redondinho, que parecia mais um vendedor de livros do que um detetive.- D. Magda, eu estou dizendo que eles são o casal mais apaixonado que eu já vi na vida! E eu estou nessa de detetive particular há mais de vinte anos. Nem os amantes que eu já flagrei eram tão apaixonados quanto esses dois. – O detetive me olhava como se aquilo fosse algo admirável.- Mas não é possível! – Eu olhava as fotos da Abigail com o tal Martim e quase não podia acreditar.Em todas aquelas fotos eles estavam se beijando, abraçados, com olhares apaixonados um para o outro. Eu me perguntava em que momento aquela detestável havia deixado de gost