Nikolai
A gargalhada dos meus irmãos faz com que eu me odeie por ter decidido contar a eles o ocorrido. Não me preocupei em manter segredo sobre grandes detalhes escondidos, já que Aleksandra deve imaginar que não casaria às escondidas e não importaria a desculpa, meus irmãos não acreditariam em qualquer coisa que dissesse.
Porém, não deixo de me sentir um idiota ao ouvir suas risadas.
Já o meu pai parece estar falando sobre qualquer outro assunto que não a minha ideia louca de me casar com a mulher que admitiu ter sido convidada a me matar. Não sei se por não se preocupar com o que escolherei ou se por chegar a uma conclusão semelhante a minha não demonstra preocupação.
Nikolai“O inferno deve ter sido aberto sem que eu saiba”, penso ao ver o cano da arma apontado para a minha cara quando no final dela não há mais do que uma mulher recém-saída da adolescência.Dizem que você não pode levar o dedo ao gatilho até que esteja pronto para matar e ela o tem bem ali, não há um único traço de que possa mudar de ideia, está pronta para explodir o meu crânio e jamais imaginei que veria tantas mulheres tentando me matar em pouco tempo.— Quem permitiu que você subisse até aqui? — pergunta ao verificar os sujeitos atrás de mim que foram instruídos a não fazerem nada, independente do que vissem, pois não queria
NikolaiDisse que não deveriam agir de modo algum. Qualquer coisa poderia piorar consideravelmente minha situação com Aleksandra, não posso me dar o luxo disso agora. Não quando parece ser tão querida por minha família antes mesmo de a conhecerem de verdade.Me enterraria ainda mais na merda se acontecesse, nem quero pensar nisso.Ordeno com um único olhar que voltem a ser apenas pilares bonitinhos antes que eu tenha que sacar uma arma e mostrar o porquê de minhas ordens não serem descumpridas sem que as consequências cacem suas bundas.— Acho que não são treinados para terem nervos de aço — debocha a mulher. — Por que não vão à cozinha já que precisa f
AleksandraNo espaço entre o berço dos gêmeos há um grande conjunto de colchonetes que é onde Jasmine gosta de deitar-se para os observar enquanto se mantém agarrada a sua pelúcia com tanto entusiasmo, como se o bichinho pudesse conversar com ela.Levanta-se com calma, pois está acostumada ao que precisa fazer para evitar que os gêmeos acordem. Caminha devagar ao beijar minha mão para agradecer o suco, pequeno hábito que não entendo como adquiriu, mas faz bastante uso quando não pode alcançar as bochechas.— Tome devagar — digo e ela concorda ao ir sentar-se no mesmo lugar. — Você pode se aproximar para vê-los. — Achei que seria preciso falar, considerando que parece ter petrificado ao encarar os dois ber&cc
AleksandraLevei uma porrada na cabeça por acaso? “Você não tem que admirar uma cena como essa”, reforço em minha cabeça perdendo um pouco da noção quando é aquele a me observar com um riso preso em seu rosto como se tivessem o colado ali com supercola.— Não a deixe chegar perto da sua orelha ou vai acabar sem ela — aviso ao correr com todas as forças para longe do transe que estava se aproximando de mim. Não preciso disso. Com certeza não preciso procurar por mais problemas quando já tenho uma coleção deles com os quais lidar diariamente.— Está fazendo ela parecer um mini monstrinho — diz sem conseguir ti
NikolaiO segurança verifica o carro duas vezes mesmo que esteja no banco da frente com Aleksandra no volante enquanto Valentina está no banco traseiro brincando com as crianças, mas não ocupada o bastante para não rir de forma debochada para os homens ao acenar quando falam sobre liberar nossa entrada depois de verificarem o fundo do veículo contra bombas.— Manter pessoas verificando os veículos é a opção mais segura? — Pergunta Aleksandra.— Por quê?— Para mim não parece que fizeram um bom trabalho — diz. Olha pelo retrovisor para sua amiga. — O que acha Tina?— Se eu estivesse com c4 embaixo dos bebês conseguir&ia
Nikolai— Uau, vocês realmente não desperdiçaram energia — diz ao verificar o sujeito que mostra a sua surpresa no segundo que percebe quem ela é. — Posso ver que sabe quem eu sou.— Nikolai parece ter ouvido o que eu disse e trouxe a mulher dele para debaixo de suas asas — Aleksandra vira o pescoço lentamente para me encarar e posso ver a braveza inflando os seus olhos e se pudesse já estaria me fatiando inteiro, mas se estamos aqui não é pelo desejo de parceria? — Mas vai adiantar de alguma coisa? Deve saber que ele não protegeu sequer o irmão.— Você sempre fala muito ou está empolgado em me ver? — pergunta ao se aproximar dele me deixando com uma gastura na boca do estômago, dado que não consi
Nikolai— Já se sentiu dessa forma? Traído ao ponto de não conseguir nem mesmo olhar para pessoa vindo na sua frente falar sobre amor? — pergunta e eu não consigo focar em nada além do modo como ela se mexe ao deixar que as palavras corram sem exibir o quanto um dia elas foderam com o seu coração. — Jurava que tinha uma mãe, mas na verdade estava sendo chicoteada pelo próprio diabo.— Devo sentir pena de você? Que pena que teve pais horríveis — responde o prisioneiro.— Não, você não precisa sentir pena, porque eu me vinguei por cada uma das vezes em que fui violada de forma impiedosa para que pudessem se lembrar de mim mesmo ao serem torturados no inferno — diz colocando uma mão sobre o ombro d
AleksandraO que deu nele?Estava apenas mostrando como poderia fazer para tentar levar o sujeito ao ponto onde eu poderia empurrá-lo com facilidade de um penhasco, mas o que eu recebi? Um surto em forma de crítica? Não vê que só me faz pensar que não tomei a melhor decisão?Ainda estou expondo outra pessoa além de mim. Claro que depois do que fez ao ir parar em meu apartamento não tinha como impedir as meninas de se envolverem, mas é um problema meu e tem cada vez mais pessoas entrando nele por sua causa, isso quando não estava surtando.O que vai fazer se começar a perder o controle e pôr mais pessoas em risco?Vislumbro a sombra de um sujeito ao se aproxima