SeanEu sabia que a única pessoa que poderia me ajudar era Aida, então pedi a Aldous que fosse busca-la. Meu amigo usou o pergaminho de teletransporte e partiu imediatamente.Maeve continuava desmaiada e eu andava de uma lado a outro dentro da pequena cabana onde nós fomos recebidos. Os aldeões que estavam aguardando por ajuda estavam com a mesma feição de preocupação e eu estava cada vez mais nervoso.O tempo passava e Aldous não chegava trazendo a maga junto com ele. Um barulho do lado de fora chamou a atenção de todos nós que olhamos ao mesmo tempo através da porta. Aida havia chegado.Ela entrou na cabana, preocupada. Os aldeões se afastaram para que ela pudesse se aproximar.— O que aconteceu? - Questionou ao observar Maeve desmaiada e se aproximou dela, colocando a mão em seu rosto. - Ela está gelada.— Eu não sei. Quando chegamos ela já estava desmaiada em meus braços.Aida observou a multidão ao redor e eu sabia que aquilo a estava incomodando.— Poderiam abrir espaço, por fav
MaeveAinda não entendi o que aconteceu na viagem de teletransporte, a maga diz que minha magia reagiu com a magia contida no pergaminho, mas ainda não entendo como isso pode ter causado meu desmaio e acho que nem ela sabe explicar isso.Mas pelo menos eu estou me sentindo bem melhor agora, apenas um pouco entediada por ficar na janela durante todo o dia. Saio para o jardim, leio, tenho minhas aulas de magia, brinco com o Niko... mas estas coisas não são mais suficientes para mim.Naquele dia eu havia ficado muito contente, pois finalmente sairia das dependências do castelo, mas acabei desmaiando e não pude ver a aldeia para onde fomos e que fui muito bem recebida pelos súditos de Sean. Então, continuo com esse desejo de liberdade, de conhecer outras partes do reino.Sean tem saído todas as manhãs para a batalha, mas hoje ele disse que tinha uma surpresa para mim. Saiu do quarto ainda bem cedo, mas ainda não voltou. Saio da janela onde observava o Sol nascendo e iluminando as montanha
SeanHá alguns dias que a batalha estava controlada, não havia necessidade de que eu estivesse por lá sempre, então decido passar alguns dias ao lado de minha esposa. Uma guerra é sempre imprevisível, por isso devemos aproveitar os momentos de trégua e é isso que estou fazendo.— O que acha de visitarmos o lago hoje? - Questiono à Maeve que sorri com minha proposta, sei que ela vai dizer que sim no momento que alguém bate na porta de nossos aposentos com força.Ando até a porta irritado com seja lá quem for que está interrompendo nosso dia, abro-a e vejo um soldado jovem e nervoso. Eles sempre fazem isso, quando acham que vou ficar irritado, mandam um jovem para receber minha ira no lugar deles.— Posso saber que inferno está acontecendo para que você venha em minha porta a esta hora da manhã, quando estou planejando um passeio com minha esposa?O soldado gagueja no início, mas dá o recado que precisa transmitir.— Me... me desculpe, majestade, mas é que está acontecendo um inferno de
MaeveViajar até o Sudeste do reino era muito mais demorado do que imaginei. Acreditei que levaria muitas horas para chegar em meu destino final, e por isso optei por viajar a cavalo, para que pudesse chegar até Sean imediatamente, mas já estava escurecendo e ainda estávamos muito distantes do nosso destino.— Estamos tão longe assim, não dá para continuarmos? - Aldous sugeriu que parássemos na próxima vila e que nos hospedássemos por lá para passar a noite, mas se fosse possível eu iria preferir prosseguir pelo caminho, até encontrar a região Sudeste.— Seguir durante a noite é perigoso e não vou arriscar sua vida. Se algo acontecer a você por minha culpa, Sean irá me torturar e nem poderei contestá-lo porque eu mesmo terei vontade de fazer isso.Ri do exagero de Aldous. Seus cabelos claros estavam um pouco maiores, já atingiam o ombro, e não era possível notar a cor de seus olhos devido a noite que já caía sobre nós.— O que eu posso fazer? - Desmontei do cavalo quando Aldous fez o
SeanDeveria voltar ao castelo, mas de maneira alguma viajarei sem ver minha mulher e deixa-la em segurança. Como a maga havia dito que era urgente, penso na possibilidade de fazer o percurso de volta ao castelo a cavalo, pois sei que os encontrarei em algum lugar próximo a região Sudeste.Quando me viro para falar com Aida, vejo que a mulher já se foi sem que eu percebesse. Talvez tenha ficado parado e pensativo por tempo demais.Retiro a roupa de batalha e passo um pano molhado no corpo para tirar o excesso de sujeira, pois não há como tomar banho aqui. Visto um conjunto limpo de couro e me preparo para sair da tenda quando sou interrompido por um soldado.— Majestade, com licença. - O soldado diz ao entrar em minha tenda - Aldous acaba de chegar com a rainha, estão no acampamento.— Eles estão aqui? - Questiono incrédulo. Aldous não seria tão imbecil em trazer minha esposa para o campo de batalha.Não importa se a batalha acabou, nunca se sabe se no dia seguinte o inimigo estará lá
SeanEu tinha um pressentimento ruim, era como se eu soubesse que algo daria errado, mas eu precisava partir para o castelo, resolver seja lá qual fosse o problema e retornar o mais rápido possível.Exigi a Aldous que cuidasse de minha esposa, mas dentro das muralhas do forte, ela estaria bem. Mas antes de partir, preciso recomendar a ela que fique no forte, pois sei que ela é teimosa e não ouvirá os protestos do nosso amigo.Subo as escadas antes de partir para ver minha esposa que já deve estar devidamente instalada.— Posso entrar? - Pergunto ao abrir uma fresta da porta, mas sem olhar para dentro.— Claro que pode, Sean.Entro e fecho a porta.— Precisa ir mesmo? - Ela fala em um tom tão triste que me parte o coração, mas nada posso fazer quando o dever me chama.— Preciso, sim. - Ela está sentada sobre a cama grande e macia com sua sacola de couro sobre a perna, deveria estar procurando o que vestir.Maeve abaixa a cabeça e torce o tecido das roupas na mão.— Achei que ficaria co
AldousEnquanto estava estirado no chão, sentindo o veneno percorrer meu corpo e a dor tomar níveis extraordinários, acabei desmaiando e acordando um tempo depois sentindo um amargor estranho em minha boca.Sento-me na cama em uma urgência incompreensível para outras pessoas, mas eu sabia que precisava falar com Sean o mais rápido possível. Quanto mais o tempo passa, maior o risco de minha amiga nas mãos das forças malignas.— Acalme-se, o senhor deve estar fraco. - Ouço uma voz feminina e me espanto ao ver quem é.— Você? Onde está Maeve? O que fez com ela?— Do que está falando, senhor? Não sei o que aconteceu com nossa rainha, ela desapareceu. - Falou a mulher alarmada, mas eu a reconheci muito bem, não adianta fingir diante de mim agora.— Como não sabe se foi você que a levou - Acuso e a mulher parece ficar nervosa - Diga agora mesmo onde está a rainha Maeve. - Exijo.— Eu não sei, senhor - As lágrimas começam a brotar dos olhos dela, mas sei que é fingimento, são armas para queb
MaevePisco os olhos e uma dor de cabeça intensa me faz me encolher onde estou. Espero a onda de dor aliviar e abro os olhos com dificuldade, percebendo que estou em um lugar húmido e escuro. Observo as correntes antigas e enferrujadas que pendem das paredes de pedra escura e entendo que estou em uma masmorra.— Finalmente acordou - Uma voz masculina fala, mas é como a voz que ouvi da mulher que me trouxe para cá, rosnados se misturam com a voz humana, resultando em um som sinistro aos meus ouvidos.— Quem é você? - Questiono tentando levantar minha cabeça na direção do homem ou do ser que se encontra na minha frente.— Quem eu sou não importa, o que importa é que por causa de você, conseguiremos capturar o rei Sean.— É uma armadilha, não é? Vocês não querem nada comigo, eu não sou nada pra vocês, vocês querem meu marido.— Garota esperta - fala ele com aquela voz estranha e se aproxima.É um corpo masculino com longos cabelos escuros, olhos turvos de uma fumaça viva e nebulosa, o co