- Depois de Malu e Anon, não é mesmo? – ironizei – Fiquei chateada quando confessou que sou a terceira na sua lista de amor verdadeiro.
Anon olhou para Ben, arqueando a sobrancelha:
- Você me ama, Ben?
Ah, porra, eu não acredito que Ben não havia dito a Anon ainda!
- Amor? Eu disse amor? Não, eu quis dizer “sentimentos profundos”. – Tentei disfarçar.
- Ben, abra o console no painel, na sua frente, por favor. – Heitor pediu.
- Agora? Sim... – Ben concordou, abrindo – O que precisa, Thorzinho? Não tem nada aqui.
- Achei que pudesse ter uma colherinha. Creio que nosso amigo Anon está precisando. – Heitor começou a rir debochadamente.
- Colherinha? Por que eu precisaria de colher, senhor? – Anon perguntou, confuso.
- Sabe o que eu mais gosto neste bando de doidos? – Ben tocou o braço d
- Mama? – Maria me estendeu os braços.Senti meu coração partir em mil pedaços e fui na direção dela, sendo puxado para dentro da casa. A porta fechou e Daniel passou a chave.- O que você faz aqui? – Ele perguntou.Maria Lua seguiu com os braços na minha direção e Daniel me impediu de chegar perto dela. Foi o suficiente para ela começar a chorar veementemente.Celine veio na minha direção e me entregou a menina:- Detesto este choro dela. É uma mimada e manhosa.Fechei meus olhos, sentindo o cheiro dos cabelos dela entrando pelas minhas narinas. Ela estava com a pele quentinha, o sangue circulando no corpo, as bochechas rosadas.Deitou a cabeça no meu ombro e parou de chorar imediatamente.- Mamãe está aqui, meu amor.- Papai? – Ela olhou nos meus olhos.- Papai também! – afirmei, vendo um sorriso no rosto dela, daqueles que fazia eu perder o juízo e doar um rim sem pensar duas vezes.Limpei as lágrimas que ainda estavam no rostinho dela e perguntei:- Está com fome?Ela fez sinal af
- Não... Não planejamos juntos. Você planejou, Celine. Por mim, ficávamos juntos e você sabe disso. Eu só queria você.- Caralho... Vocês têm um caso? – Heitor perguntou.- Não é um mero caso... Faz anos que estamos juntos... Muitos anos. – Ele respondeu.- Você foi a mentora disso tudo, sograsta? – Perguntei, aturdida.- Me dê a menina, Celine. – Heitor pediu novamente.- Que porra, entregue a menina! – Daniel gritou. – Não aguento o choro dela.Celine entregou Malu a Heitor. Senti meu coração se aquietar por hora.Ouvimos um estouro na porta dos fundos e da frente, ao mesmo tempo. Daniel não teve tempo de empunhar a arma. Ficou tão nervoso que ela caiu no chão. Antes que ele conseguisse pegar, Anon 1 a resgatou.- Celine? – Allan olhou para a ex mulher dentro da casa.- O que você faz aqui? – Ela perguntou, surpresa.As armas de todos estavam apontadas na direção de Celine e Daniel. Corri até Heitor e Maria Lua e os abracei, temendo que algo ainda pudesse acontecer ali. Não queria q
Arrumei meu vestido uma última vez antes de entrar na igreja. Maria Lua não parava quieta e temi que a dama de honra não chegasse até o altar, podendo fugir ou sair correndo com as alianças para qualquer lugar, nem que fosse atrás de Be, o gato que estava de gravata, perdido pelo grande salão, repleto de pessoas que eu mal conhecia.Mandy ajeitou meu vestido atrás e disse:- Eu acho que você escolheu um vestido muito justo, querida. Tomara que não rasgue enquanto estiver andando ao som da marcha nupcial.- Vire esta boca para lá, vó... Seria uma vergonha.- Mandy, querida, se isso acontecer eu corto o pescoço da sua neta. – Ben falou, abanando-se com a mão – Estou tão nervoso! Acho que vou ter um ataque, juro!- Olha para mim, Ben – peguei o rosto dele com as duas mãos e encarei seus olhos brilhantes, como duas pedras preciosas na pele limpa e completamente perfeita e bem cuidada – Você merece cada segundo disso... Aproveite o seu dia, amor da minha vida.Ele deu um beijo nos meus láb
- Tarado.- Louca.Ouvimos um estrondo do outro lado da igreja e todos viraram para a parte lateral, onde uma imagem de santo estava no chão, Nicolete com as faces ruborizadas e Maria Lua com seu gato Be finalmente no colo:- Fujão! – A palavra dela ecoou pelo ambiente.- Por Deus! – sai correndo em direção à elas, as pernas abrindo demais para o tecido justo, fazendo a fenda rasgar uns 10 centímetros, fazendo os olhares de crítica para Malu voltarem-se para mim.Parei, a mão tentando tapar a fenda, voltando-me demais para frente enquanto o zíper se abria atrás. Suspirei, devagar, para não ficar sem vestido.Senti o blazer de Heitor sobre mim, cobrindo-me:- Sigam a cerimônia, por favor. Vou tirar minhas mulheres daqui para que o casamento possa ocorrer normalmente. – Ele disse em voz alta, um sorriso sem graça.Fechei o blazer, vendo Nicolete retirar Maria Lua pela porta lateral. Acenei para Allan, que retribuiu o gesto, sorrindo e balançando a cabeça, junto de Anon 2.- Eu cuido del
Assim que descemos os degraus da escada lateral, a cerimônia ainda rolando, fomos para a área externa.Qual não foi minha surpresa ao deparar-me com Anya e Breno conversando com Nic, enquanto Maria Lua estava no colo dela, com Be no colo.Corri até eles, quase caindo com os saltos finos afundando na grama fofa.Parei no meio deles e Nic, impedindo-os de verem minha filha:- O que vocês estão fazendo aqui? – Perguntei, sentindo a raiva ficar incontida dentro de mim.- Nós... Só viemos ver a menina. – Anya disse.- Vocês não podem vê-la. Ela é nossa filha. – Heitor falou firmemente – Se voltarem a se aproximar, vou pedir uma medida protetiva contra vocês.- Realmente só queríamos ver a menina. Afinal, não queremos ter o mesmo fim que Daniel. – Breno disse.- Não entendi... – Me fiz de desentendida.- Acha mesmo que acreditamos que Daniel sumiu ou foi embora? Ele simplesmente desapareceu do país.- Não sabemos sobre ele – falei – E nem quero saber.- Bem, ao contrário de minha esposa, eu
- Já vou avisar o médico dele. – Heitor falou, pegando o celular e fazendo a ligação.- Não precisa... Não adianta mais. Eu não quero ficar num quarto de hospital. Minha hora chegou, Heitor.Peguei a mão de Allan e disse:- Você não pode falar assim. Nós precisamos de você, Casavelha.Ele gargalhou, com dificuldade:- Só você para me fazer rir, Babi...- Eu sempre vou estar aqui, Allan... Sempre. Eu amo você. – Deitei minha cabeça no ombro dele.- Ah, Babi, se você soubesse o quanto isso me faz bem... Ouvir que você me ama – a mão dele alisou meus cabelos – Sou tão grato por Deus ter colocado a filha de Bia no meu caminho. – Ele recostou a cabeça no encosto do banco. A respiração estava espaçada e parecia que puxava o ar com dificuldade.Segui ali, com a cabeça deitada no peito dele, ouvindo seu coração bater, o corpo quente, a pele áspera. Ele havia emagrecido visivelmente nas últimas semanas.- Sabe o que eu acho? Que fiquei na prorrogação... Cada dia a mais do que o previsto é foi
Assim que entrei na sala, acompanhado do médico, vi meu pai enrolado num monte de fios que controlavam cada movimento dele. Sabia o quanto ele odiava aquela situação e o motivo pelo qual fugia: tudo se repetia, já tinha acontecido anteriormente.Me aproximei da cama e peguei a mão dele, que a apertou:- Estou cansado. – Ele disse, de olhos fechados.- Então descanse.- É complicado saber que não vamos mais nos ver... – Os olhos dele seguiam fechados – Vou sentir saudades.- Não, você não vai sentir saudades. Mas eu vou...- Sei que não fui um pai perfeito. E por isso peço perdão. Mas entenda, nunca foi com má intenção. Sempre amei você, por mais filho da puta que eu tenha sido.- Acho que todo mundo tem uma fase filho da puta na vida. O bom é que podemos nos dar conta disso um dia. Você fez o melhor que pôde.- Faça valer cada gota do meu suor... Mas não ponha a North B. acima da sua família, como eu fiz.- Não vou fazer isso. Não se preocupe.- Agora... Me dê um beijo, meu filho. E v
- Confessa que está com ciúme...- Estou morrendo, me corroendo de ciúme. – Confessei.Ela sorriu e tocou meu rosto carinhosamente. Ajeitei a bandana com o nome da banda na cabeça dela:- Você está linda! – Me ouvi dizendo.- Nem brinca. Estou gorda. Olha o tamanho dos meus peitos.- Perfeitos... – Olhei os seios fartos dentro da camiseta... Adivinha de quem? Bon Jovi.Assim que chegamos ao final do corredor, pude ver o nome de Jon na porta branca do camarim. Reconheci a assessora dele, que me acenou, chamando na sua direção:- Casanova... Que prazer revê-lo!Ela não havia mudado nada. E seguia simpática. Me estendeu a mão, em forma de cumprimento e Bárbara pôs-se entre nós, tocando a mão dela:- Prazer por que mesmo? – Arqueou a sobrancelha.A assessora, que eu não lembrava o nome de cor, ficou ruborizada imediatamente:- Você deve ser Bárbara Casanova.- Em carne, osso e barriga. Mais carne do que osso. Grávida! – ela pareceu arquear a barriga para frente.- Nossa, que legal! Parabé