Você o faz como nenhum outro. E não precisa ser ninguém além de você, no seu tempo.
Hoje eu passei o dia na casa de uma prima. Não foi o dia mais agradável pra ser sincera. Acabei voltando pra casa com uma dor de cabeça fortíssima mas parece ser por conta das emoções de finalmente sair de casa, o que exigiu um certo esforço. Eu não sei se eu me "decepcionei" com o dia por conta do seu decorrer ou por conta da maneira como o enxerguei. Afinal, a ansiedade faz tudo parecer mais sem graça. Mas no fim das contas é necessário sair da sua zona de conforto e abandonar a casinha o quanto for possível, principalmente se você está passando por isso. Realmente a vida fora do quarto é libertadora. A luz do sol tem aquele alcance que não tem no quarto em que você fechou as cortinas e dormiu o dia todo enquanto ele ainda estava lá. O ar tem um cheiro de real e o vento te refresca como um ar condicionado não faz, simplesmente por ter jeito de vida, de natureza. A gente se obriga e se acomoda
Eu sempre achei não ter preço poder deitar na grama de olhos fechados e ouvir minhas músicas favoritas numa tarde qualquer. Aproveitar a sombra, o ar fresco, o som dos pássaros, ver que o mundo parece parar quando se permite fazer uma pausa assim. Olhar pro lado e ver um casal trocando carícias e perceber que o dia não corre tanto quanto parece. A gente é que está muito ocupado pra eternizar o q vivemos, até porque vivemos demais aquilo que não teríamos vontade de eternizar.A gente faz 1001 ajustes pra encaixar as necessidades burocráticas do dia-a-dia na nossa agenda, mas o sol se põe todos os dias e a gente nem vê. Quantos fenômenos astrológicos visíveis a olho nu eu já perdi? Eu me envergonharia de não ter mais experiências pra relatar pros meus netos ou pra, ao menos, me trazer o sentimento gratificante de realização. Algo tão simples, tão "próximo", tal bonito e a gente ainda assiste pela internet.A realidade é que nada se supera estático. Seja no ato de não mudar
As amizades sempre foram meu ponto fraco. Eu sempre coloquei toda a minha expectativa nelas. Em encontrar pessoas com quem eu poderia me abrir, me mostrar com toda a transparência e ser acolhida. Não faltaram advertências de que essa pessoa deveria ser eu. Mas existem lições que a gente só aprende criando a cara ou o coração, e essa é uma das minhas.Eu nunca fui muito boa em trabalhar em grupo. Sempre suspeitei ser a fonte dos conflitos por toda a minha personalidade de liderança e monopólio. É tão chato quanto parece. Imagino que lidar comigo realmente não seja muito fácil. Mas isso não justifica que as pessoas me tratem com desrespeito. Nunca justifica. Nada justifica que ninguém seja tratado com desrespeito.Hoje eu tive uma briga que poderia ser evitada e o que posso dizer é que não foi o melhor momento. Não que exista um bom momento pra ser tratado assim mas me sentindo tão sozinha quanto tenho me sentido ultimamente e em meio a tantos conflitos com os amigos, eu f
Dependência emocional. Esse é o nome do meu demônio. Aquela necessidade de um ouvido, um ombro e um bocado de aceitação. Aquela expectativa pesada demais pra que o outro carregue, por mais leve que seja. Tudo trás de volta a mim. Ao coração que eu coloco nas mãos alheias, que acaba sendo partido no fim das contas retoma a responsabilidade unicamente minha por aquilo que me diz respeito. Falando assim parece muito cruel e solitário, mas também pode ser lindo. É um processo. Eu tenho amor e compreensão pela enfermidade da vida e tenho entendido cada vez mais serenamente o fato das coisas se esvaírem e se esgotarem. É o que sinto que aconteceu com as minhas amizades. Forma boas pra mim um dia mas ultimamente não têm "se encaixado" mais na pessoa que me tornei, no que tenho vivido. E tudo bem. Não adianta querer consertar, querer encaixar, querer voltar. A gente vai crescendo e o passado vai insistindo em passar e as coisas vão doer com isso, mas podem doer menos se nos permitimos aceit
Porque o desprendimento é algo muito difícil de conquistar. É muito mais fácil encontrar algo em que se apegar e cuidar disso. Mas se o alvo do seu apego tem pernas, você vai se encontrar sem ter pra onde correr.Hoje foi um dia de tranquilidade depois de uma semana de muitas emoções.Terminei de arrumar meu quarto, coloquei as coisas no lugar e dormi. Acordei bem tarde. O dia continuou um vazio, mas dessa vez parecia que tinha dado um desconto pra um coração cansado e sensível.Esse tipo de sensação é aquela de trabalho cumprido, roupas lavadas e de recolher aquilo que é seu, muitas vezes se deparando com aspectos que já nem se lembra que existem em si. Vem com uma dor gratificante, um cansaço revigorante é uma impressão d renascer de novo, como a se tivesse dado as costas a si mesmo e tido finalmente a oportunidade de se conhecer de novo. Afinal, as pessoas mudam o tempo todo, e se você não acompanha seu próprio cr
Tomar uma decisão pode exigir esforço mas depois de ser tomada, gera ainda mais disposição por meio do sentimento de produtividade, trabalho cumprido e de ser capaz. É justamente devido a isso a eficiência de se permitir sentir-se orgulhosa e realizada com as pequenas conquistas do dia-a-dia, como levantar da cama.Para alguém com ansiedade, até mesmo as pequenas coisas exigem mais força e energia. As pequenas coisas se tornam grandes e isso não diz respeito apenas às responsabilidades, mas aos sentimentos. O peso que tem estar com ansiedade somado ao peso de ser julgada por suas "incapacidades", ou melhor, dificuldades, é enorme.Perceber a si mesmo com os sentimentos, pensamentos e obstruções do transtorno é frustrante. O peso colocado nos ombros com cada "fracasso" é desincentivante, a energia passa a ser consumida com pensamentos desgastantes e que vão deixando a pessoa cada vez mais prostrada. Por isso tenho dito sobre a magnitude das interações negativas pa com alg
É nos momentos que vencemos as dificuldades e concluímos algo que nos anima, que percebemos como os outros realmente não estão atentos a nossa situação. Não o suficiente para poderem julgar nosso desempenho. Isso porque para apontar o dedo sempre haverá aos montes, mas para dar a mão e reconhecer a complexidade da situação e tudo o que a envolve, dificilmente. É uma das verdades mais difíceis de encarar, pois é revelada justamente no momento das necessidades. Quando sentir que precisa de uma mão e tiver que se satisfazer com as próprias.Por melhor que eu achasse estar lidando com as coisas, a somatização se responsabilizou por indicar o contrário. Acordei com uma dor muito forte no peito que irradiava nas costas. Além da dor no corpo e cabeça. Minha mãe logo atribuiu ao término, mas já senti a dor da angústia outras vezes e essa era muito mais intensa e aparentemente física.Dormi e tive pesadelos que não me lembro. Eu queria gritar mas não conseguia. Tive muito medo. U
Eu não contava com esse tipo de reação porque eu realmente não estava ciente de estar me sentindo de qualquer maneira que não em paz.As vezes achar estar bem não quer dizer estar bem. Isso é um aspecto a meu respeito que eu tive que reconhecer, mas que ainda não aprendi a lidar.Hoje eu chorei um pouco. Houve uma época da minha vida, não muito distante, em que eu chorava m torno de 4 vezes por semana. A ansiedade me trouxe apatia. Fez as lágrimas mais difíceis de caírem, mas a tristeza mais presente. Eu sempre gostei de chorar.Estou me sentindo um pacote de rancor. Estive bem alguns dias atrás. Estive fazendo contato com antigos amigos e rindo de uma forma que eu não lembrava a última vez que tinha feito. Foi uma sensação ótima de liberdade e vida. Como se eu estivesse adormecida a algum tempo e finalmente despertasse. Eu não tinha percebido o quanto estive distante.Bem, mas isso passou. Eu me esforço o máximo pra me levar pelo equilíbrio. Mas se for pra d
Sobre sentir algo que eu tenho conhecimento de não ser digno, eu acho que a vida é feita do nosso crescimento e superação. É isso inclui as mazelas da nossa personalidade. Seja a possessividade, a inveja, a maldade. É feita de vencer os nossos demônios. Dia após dia eu me vejo derrotando os meus, sendo forte e cada vez mais madura, mesmo que hoje eu não tenha conseguido me sentir da forma como eu queria e acredito que deveria me sentir. Mas isso não significa que hoje eles tenham me vencido, de forma alguma.Dos tempos que tive passado, o que estou passando tem sido bom. Hoje foi um dia em que eu ainda estive confusa, pensativa em um misto de sentimentos que ía de vontade de jogar coisas até paz e orgulho de mim mesma. Toda essa dor sutil que tenho sentido faz parte de todo esse contexto, essa vivência necessária, o desbravamento de um momento. Não é ansiedade ou depressão, e é muito bom viver algo que não esteja preso a essa única realidade. Me mostra que existe vida al