— Ei! — Acordei a garota com quem dormi na noite passada sem muito romantismo, jogando sobre ela seu vestido vermelho e curto que chamou a minha atenção ontem a noite.
Não lembro o nome dela, mas sei que ela é bem gostosa. Entretanto, já estou entojado de sua presença ilustre na minha cama e quero que ela vá embora. Nota mental número um: não trazer mais vadias para casa, levá-las em um motel ou drive-in. É mais fácil de se livrar da bagagem nessas duas opções do que a opção que eu escolhi… isso que dá estar bêbado.
— Hmmm… — Ela se espreguiça e tira o vestido de cima do rosto, com um sorrisinho. A maq
A calça era apertada demais e tiveram que chamar a costureira para dar um jeito no botão que não queria fechar. Ela era mais nova do que eu achei que costureiras eram e muito mais bonita também. Fiquei em pé. Soltei o celular em cima da mesa do camarim ignorando o que seria a décima ligação da Leila. Não sei porque, mas eu queria preocupa-la achando que eu não fosse aparecer.E também por que ficar ligando? Com certeza a recepção do estúdio já tinha avisado que eu estava lá, certo? E quem disse que ela queria falar comigo? Aquele número ficava sempre com a Yolanda. — Ai! — Olho para baixo porque a costureira acabou de me alfinetar na barrig
— Como é? — Minha mente demora um pouco para compreender o que o Sr. Biarrari está me falando. Ouvi direito ou ele disse que se eu quiser ele vai demitir a Leila só porque brigamos nos bastidores?— É uma maneira de nos desculparmos com o senhor, foi realmente um infortúnio e uma falta de profissionalismo da Srta. Meirelles.— Falta de profissionalismo? E aquela… Daniela? A figurinista?— A Srta. Daniela Spiner é uma grandiosa profissional.Eu. Não. Acredito. Entro em casa e a sala está até o teto de flores.— Mas que merda é essa? — Tropeço num vaso de... Sei lá que flor é essa e estou bêbado.— Putz! — Mathias fala atrás de mim, rindo alto tirando onda com a minha cara. — Levou um puta fora hein!— Vai se foder, filho da puta! — Não sei se tou irado porque levei mesmo um fora ou porque o Mathias presenciou.As flores são devolução da floricultura. O papel está em cima da bancada e eu tenho um pouco de dificuldade pra ler. É a terceira Extra: Fabrício #4 — Devolução
Precisa de toda a banda e mais alguns atores globais que estavam ali perto para me apartar do Paparazzi pançudo que se atreveu a me flagrar colocando chifres no Bernardo, eu sei que o cara tirou a foto mais genial da noite, mas não posso simplesmente deixar isso ir parar nas capas de revista. Mais um monte de flashes acontece enquanto estou pisando na câmera, o cara me xinga de viado, eu fico mais irado e dou um soco nele… enfim. Deu para perceber que tive mais uma das minhas crises de celebridade musical, certo?Acabo tendo que assumir os danos financeiros do hospital para o onde o Paparazzi foi se tratar (e eles sempre escolhem os mais caros de propósito), uma máquina nova para ele continuar me enchendo o saco tirando fotos de mim e eu tenho que comprar todas as fotos da festa em que eu saí para
Parece que minha cabeça vai explodir, mas é dos meus olhos que duvido. Até paro de digitar o relatório que preciso enviar urgentemente para o canal jornalístico no qual trabalho (sobre tubarões brancos em Gansbaai, Africa do Sul; assunto que me fascina). Impressão minha ou acabei de ver a Leila passar na tela da televisão?Tenho certeza que era ela, porque estava tão linda que o camera man deve ter confundido ela com alguma artista e acabou seguindo um pouco seus movimentos. A Leila nunca usou um vestido daqueles comigo. Não estou assistindo o VMB, mas Juliana está. Ela é produtora e veio reforçar o tim
— Cala a boca, Juliana! — Resmungo e fecho o computador. — Preciso voltar para o Brasil agora!— Pra pagar mico?— Que mico?— Você viu o mesmo vídeo que eu, ou simplesmente resolveu ignorar o fato de que sua namorada tava beijando outro cara? — Juliana coloca as duas mãos na cabeça com os dedos para cima imitando chifres. Isso me deixa irritado.Ela é uma moça bem bonita, de cabelos curtos e lisos… magra, tão magra, que parece que passa fome, mas não tenho prazer nenhum em olhar aquela cena, ainda mais com ela insin
É quase duas e meia da manhã no Brasil quando Leila (finalmente) atende a minha ligação, do aeroporto de Cape Town (aqui são mais que seis horas da manhã).— Alô?— Leila?— Bê? Oi… nossa, são duas da manhã, aconteceu alguma coisa? — Ela reclama do horário, embora sua voz pareça ótima, como de quem ainda não foi dormir e está muito acordada.— Sim… — Procuro conter minha curiosidade e ciúme. Aposto que ela estava em algum lugar, um bar, a casa do Fabrício
Ponta do Ouro e Ponta Malongane me fazem esquecer totalmente do que eu deixei para trás no Brasil. Temos praias lindas, mas as localidades africanas são paraísos imaculados pela ganância humana (por enquanto).O hotel é construído em cascos de árvores que me lembram casas élficas dos livros de J.R.Tolkien, o mar límpido e azul rodeado por montanhas e recifes diversos. Aliás, são tantos passeios e explorações que os dias de trabalho passam voando.Conseguimos filmar muitas coisas e eu tive sorte de mergulhar em todas as vezes. Como a equipe de Ribas ficou desfalcada, cobri muitos buracos e com isso, cheguei à centímetros de Tubarões-Baleias gigantescos, tartarug