“Heitor”Minha segunda feira estava sendo o purgatório. Eu precisava de uma assessora para ontem! É claro que eu estar de ressaca não ajudava muito. E ter dormido o mínimo também era péssimo. Talvez eu devesse parar com essa vida boêmia. Ri para mim mesmo com esse pensamento.Mas eu entrevistaria a Melissa Lascuran mais tarde e era praticamente certo que eu a contrataria, já havia me informado com alguns conhecidos e todos me garantiram que era uma profissional muito competente.A Júlia entrou em minha sala com vários papéis para eu assinar. E enquanto ia me passando resolveu jogar conversa fora.- Falei com a Mariana hoje. Ela me contou que finalmente contratou uma nova assessora para o Sr. Mellendez.- Ah, sim. A moça que o Lascuran indicou. Parece muito competente. – Comentei despreocupado enquanto assinava papéis.- É, foi o que a Mariana falou. Mas acho que ela não vai durar lá. – A Júlia prendeu minha atenção com esse comentário, levantei a cabeça e olhei para ela.- E por quê n
“Heitor”Achei que o mais prático seria ir ao shopping, lá eu encontraria tudo o que precisava. Fui primeiro até a loja de artigos religiosos, seria rápido e eu não queria ser um herege que leva objetos sexuais para uma loja de artigos religiosos. Quando entrei a loja tinha uma única funcionária que estava de papo com uma moça. Fui até elas e estava enviando uma mensagem para Hanna, dizendo que estava comprando um presentinho pra ela.Fui objetivo com a vendedora. Eu não queria perder tempo. Depois ela e a outra moça poderiam continuar trocando figurinhas. Mas a moça resolveu bancar a espertinha comigo e começamos a discutir quem a vendedora atenderia primeiro. Ela era irritante.Eu já estava impaciente quando tirei os olhos da tela do celular. Mas quando olhei a mulher a minha frente precisei me controlar muito para não pedir seu telefone. Ela era escandalosamente linda. Era uma morena de tirar o fôlego, com um corpo malhado e sensual. A boca dela era maravilhosa, parecia uma pequena
“Heitor"Cheguei no escritório muito empolgado, o dia hoje seria divertido, pois minha assessora começaria hoje e me livraria de toda a sobrecarga de trabalho, ainda tinha a fofoca sobre o Mellendez com a assessora dele e à noite eu veria a Hanna. Estava tudo muito bom.Quando a porta do elevador se abriu no último andar do meu prédio, onde ficava a minha sala, dei de cara com a Melissa Lascuran sentada de pernas e braços cruzados, balançando uma das pernas e bufando. Eu mal tinha saído do elevador e ela veio em minha direção.- Isso são horas de chegar, Martinez? Sua mesa está uma bagunça e você tem pilhas de assuntos pendentes. Esse negócio não tem gerência! Se você estiver pensando em falir, me avisa, porque eu nem perco meu tempo de começar a trabalhar aqui. – Melissa ia falando sem parar para respirar e a minha vontade era sair correndo e me esconder dela.- Eu gostei muito dela! – A Julia falou da sua mesa com um sorriso enorme, se divertindo com o meu sofrimento.Melissa já est
“Samantha”- Ai, mãe, estou tão chateada de não poder ir com você para o aniversário da Vó Elenice. – Falei com minha mãe enquanto almoçávamos no shopping.- Eu sei, filha. Mas ela vai adorar o seu presente e você precisa trabalhar. As responsabilidades sempre em primeiro lugar, Samantha. – Minha mãe falou.Minha mãe era uma mulher muito forte. Me criou sozinha. Meu pai nunca quis saber da responsabilidade. De vez em quando aparecia dizendo que queria me ver, mas era mais para implicar com a minha mãe. Então depois que fiz dezoito anos, coloquei ele pra correr. Não precisava de um pai que aparecia só quando achava conveniente para criar caso com a minha mãe. Era muito claro pra mim que ele não tinha nenhum interesse na filha.- Você vai ficar quantos dias lá? – Perguntei.- Uma semana. Tirei uns dias de folga e vou aproveitar. Eu também gosto do colinho de mãe. – Ela sorriu e eu retribui. - Você vai ficar bem?- Vou sim, mãe.- Agora me conta as novidades? Como vão as coisas na loja?
“Heitor”Almoçamos com a minha mãe e a Julia na terça, depois da confusão dos presentes trocados, e elas me enlouqueceram com aquilo.- Mãe, tenho mais uma coisa pra você. – Tirei do bolso do paletó o cartão que aquela estranha linda deixou na loja do shopping e entreguei para minha mãe.- O que é isso? – Minha mãe perguntou.Contei a história e as três mulheres a minha frente riam feito crianças e zombavam de mim. Minha mãe leu o cartão e o passou para a Melissa e a Julia. Secando uma lágrima no canto do olho de tanto rir, ela me falou:- Heitor Martinez, eu sou uma boa mãe e te dei educação! Esse seu comportamento na loja é absurdo. Recomendo que você volte lá e se desculpe com a vendedora e que se um dia você tornar a encontrar essa moça, você se desculpe com ela também.- Mãe, eu não vou voltar a loja para me desculpar. – Respondi.- Ah, vai, vai sim! Você é melhor que isso Heitor. E você vai voltar e se desculpar porque eu não criei um homem arrogante e prepotente! – Minha mãe fa
“Heitor”- Martinez, por hoje chega. – Já passavam das sete da noite da sexta feira quando a Melissa resolveu me libertar.- O quê? Vai me soltar mais cedo hoje de novo? – Perguntei sorrindo pra ela.- Se quiser eu deixo uma tarefa pra você fazer, mas eu vou embora. Foi uma semana cansativa, você dá muito trabalho.- Não, sem tarefas, por favor. Eu também estou cansado. Mas, gostaria de te agradecer.- Ah, é? – Melissa se recostou na cadeira com um sorrisinho do gato que pegou o rato.- É. Talvez eu me arrependa de dizer isso, mas eu vou ser sincero, você me puxou de volta para a realidade. Eu estava descuidado com a minha empresa e você me colocou no caminho certo de novo. Obrigado.- Eu disse que você precisava de mim! – Melissa ampliou o sorriso. – Só por causa disso eu vou te dar o fim de semana livre. Mas nada de chegar de ressaca aqui na segunda, viu?- Prometo que não! – Levantei a mão e garanti a ela.Melissa juntou suas coisas e saiu. Peguei o celular e liguei para o Patrício
“Samantha”- Nossa, ainda bem que hoje é domingo e o shopping fecha mais cedo. – Manu falou quando nos encontramos na porta da loja em que eu trabalhava.- Nem fala, Manu, meus pés estão me matando! – Respondi fazendo cara de dor.- E hoje nós não temos carona, o Pablo está de folga. – Manu me avisou.- Que bom pra ele. Ele tem sido muito bacana com a gente.- É mesmo. Ele é super gente boa. Topa rachar um taxi? Tô mega cansada pra pegar ônibus. – Manu propôs e eu dei graças a deus.- Eu pago o taxi, Manuzinha. Também estou morta. – Saímos rindo.Quando passamos pela porta fomos cercadas pelo Rômulo. Ele tinha um sorriso cínico no rosto. Eu não tinha reparado que ele estava ali. Ele parou na minha frente e me segurou pelo braço.- Vamos, Samantha, vou te levar em casa e a gente aproveita pra conversar. – Rômulo falou como se estivesse me dando uma ordem.- Rômulo, me solta. Não tenho nada pra conversar com você. – Respondi.- Claro que tem, minha querida. Vamos, quanto antes você para
“Heitor”Passei o domingo inteiro pensando na minha deusa. Pensei em ir a loja vê-la, mas talvez não fosse uma boa idéia abordá-la no trabalho, então tive uma idéia. Hoje eu almocei na casa da minha irmã e ela estava contando sobre como o meu cunhado a conquistou. Eles se conheceram no colégio e o meu cunhado mandava um amigo entregar bilhetinhos com umas cantadinhas bobas para ela, mesmo antes de serem apresentados, e ela achou tão engraçado que deu uma chance pra ele.Por que não? Vou fazer como era antigamente e usar a idéia do meu cunhado. Peguei o celular e liguei para o meu sobrinho, que atendeu com voz de sono.- Oi, tio. Aconteceu alguma coisa?- Desculpa, Enzo, esqueci que você dorme cedo. – Falei olhando o relógio e vendo que eram mais de onze horas.- Tem escola amanhã, tio!- É, eu sei, mas quero saber se você pode me ajudar com um lance essa semana.- Sabe que eu ajudo. O que é?- Vou mandar o motorista te buscar na escola. Eu aviso sua mãe.- Tá bom. Tchau!No dia seguin