“Samantha”O resto dos dias com o Enzo e a Clara foi ótimo, eles estavam eufóricos porque teriam um priminho ou priminha e estavam fazendo qualquer coisa para me bajular, assim como o Heitor, confesso que eu estava gostando muito disso.Heitor não perdeu tempo e conseguiu uma consulta pra mim com o Dr. Molina, o que nem foi difícil, já que agora ele namorava minha sogra. Assim, depois de me despedir dos garotos e mandá-los para a escola, Heitor me levou ao médico.Heitor parecia uma criança de tanta empolgação. Prestou atenção em cada recomendação médica, fez perguntas e pediu para o médico anotar tudo. Saímos do consultório muito animados e cheios de planos e depois de passar em uma farmácia e comprar tudo o que o médico receitou, Heitor me deixou no trabalho.Havia um arranjo de flores sobre a minha mesa. Eram flores do campo, ou algo assim. Até bonitinho, mas eu tive uma sensação estranha quando vi aquilo. Peguei o cartão no meio das flores e toda a felicidade que eu estava sentind
“Samantha”No fim do dia, Heitor me avisou que chegaria mais tarde em casa, tinha trabalho acumulado e o motorista iria me buscar. Depois do que aconteceu no almoço, eu estava com uma certa tendência em imaginar coisas.Com essa tendência a imaginar coisas, fiquei me corroendo com a incerteza por mais de uma hora, enviei uma mensagem para a Melissa, perguntando se ele estava no escritório e ela me confirmou, mas tive que contar a ela sobre o motivo da minha preocupação.Fui pra casa e quando cheguei estava tudo muito quieto. As crianças tinham voltado pra casa hoje e eu já sentia falta delas. Mas não demorou muito para o Canela aparecer e fazer a maior festa comigo. Desde que chegou ele decidiu se instalar na cozinha, ficava a maior parte do tempo lá, ao redor da Maria que lhe dava atenção, conversava com ele e lhe fazia mil agrados. Então, colocamos sua caminha lá, mas sempre que chegávamos, ele vinha correndo eufórico.- Canela! Como foi o seu dia, amiguinho? Hum? – Perguntei brinca
“Samantha”Na última semana fui acordada todas as noites, no meio da madrugada, com o celular tocando e quando eu atendia ninguém falava nada do outro lado. A única coisa que eu ouvia era uma respiração pesada, como se a pessoa do outro lado estivesse ofegante, e isso me deixava agoniada.Isso estava me deixando com os nervos a flor da pele. Eu estava nervosa, ansiosa e não dormia bem, já estava com olheiras horríveis e cansada.- Sam... Sam! – A voz do Heitor me tirou dos meus devaneios.- Hein?! O que foi, meu lindo? – Suspirei.- Sam, você precisa dormir. – Heitor estava visivelmente chateado. – Deveríamos trocar o número do seu celular.- Não é necessário. Isso vai parar. – Eu não queria trocar o número que estava comigo há tanto tempo.- Então passe a deixar o celular desligado à noite, se alguém precisar falar com você, vai ligar pra mim.- É uma boa idéia, vou fazer isso. Mas agora, preciso ir para o trabalho. – Me levantei enquanto falava.- Fica em casa hoje e descansa, tenho
“Heitor”Eu estava bastante estressado. Samantha havia passado uma situação horrível ontem só porque deixou o segurança do lado de fora da loja. Reinaldo havia passado dos limites e isso eu não ia relevar.Liguei para o Flávio, que sugeriu que a Sam fizesse uma denúncia, mas ela estava muito abalada, praticamente não dormiu e insistiu em ir trabalhar, me deixando ainda mais preocupado.Cheguei ao escritório de péssimo humor, eu precisava tirar essa pedra no meu sapato que era o Reinaldo. Outra vez ele ousou tocar na Samantha, mas isso não ia ficar assim.Eu estava com os pensamentos totalmente voltados para a Samantha e já estava estressado demais e preocupado demais. Peguei o paletó e saí do escritório.Cheguei na garagem e ao me aproximar do meu carro eu não acreditei na cara de pau da pessoa que estava me esperando. Ela estava usando um vestido muito curto e vulgar.- Nicole, desencosta do meu carro que eu estou com pressa. – Já fui falando, porque não estava com disposição de ouvi
“Enzo”- Fofinho, você vai mesmo passar o final de semana longe de mim? – Luna estava abraçada a minha cintura com uma carinha triste.- Bonequinha, é um fim de semana apenas. Além do mais, seus pais vão levar você pra fazenda. Só vou conhecer a avó da tia Sam e volto rapidinho. – Expliquei mais uma vez para a Luna.- Meu deus, vocês dois são muito melosos! – Ivy fez uma careta pra gente.- Isso é porque a gente se ama, irmã. – Luna falou com a irmã.- Ah, claro! – Ivy sorriu.Nós estávamos no shopping esperando a tia Sam e o tio Heitor. Chamei a Luna pra ir comigo, já que ficaríamos o fim de semana sem nos ver e a Ivy veio a tira colo, ela estava interessada em falar com a tia Sam.- Ivy, o que você quer falar com a tia Sam? – Eu estava curioso com isso.- Não vou te contar. Conheço sua boca grande, cunhadinho! – Era o que me faltava, minha cunhada também apontando minhas pequenas falhas. – Eu ainda não esqueci que você contou sobre o Vinícius pra minha mãe.- Em minha defesa, eu não
“Heitor”Depois do que aconteceu no shopping com o Enzo marquei com minha mãe e a Hebe. Eu precisava deixar as duas a par da situação antes de viajar. Claro que a Hebe ficou uma fera, ela é uma mãe leoa e depois que descobriu a verdadeira face do Reinaldo não o queria perto dos filhos.Aproveitei para contar a elas sobre a surpresa que eu estava preparando para a Samantha. Eu estava ansioso e preocupado. Minha mãe e a Hebe tentaram me acalmar dizendo que a Sam iria gostar.O resto da semana passou depressa e na madrugada de sábado viajamos para a casa da avó da Sam, que morava no interior, um pouco longe da nossa cidade. Samantha estava empolgada e muito animada. Na hora do almoço nós chegamos na casa da avó. Sam foi entrando como uma criança, correndo pela casa, até encontrar a avó na cozinha e a envolver em um longo abraço.- Vóóó! – Samantha estava muito feliz.- Sassá, minha querida, que saudade! – A senhora baixinha e de olhos meigos abraçou a Samantha.- Vó, trouxe quatro pessoa
“Heitor”Combinei com a Clara para manter a Sam longe do quintal, entretida com o tricô com ela e a avó e pedi ao Enzo que ajudasse com os planos que fiz com a Perla e o Joaquim para a surpresa da Samantha. Nós arrumaríamos a mesa do jantar no quintal que estava repleto de flores e era muito bem cuidado.As horas passaram depressa, mas conseguimos deixar tudo pronto. A Perla me contou que quando a Sam era criança brincava muito nesse quintal e sempre gostou muito daqui, então era perfeito para o que eu queria fazer.Conversei com a vó Elenice, afinal eu estava em sua casa e ela ficou emocionada com o que eu queria fazer e me chamou bem sorrateira em seu quarto e me entregou algo muito especial para compor a minha surpresa. Seu gesto me emocionou muito.A noite o jantar foi servido no quintal. Dona Elenice tinha duas funcionárias que haviam caprichado muito em tudo, elas cozinhavam muito bem. Jantamos em meio a conversa animada e risos. Então, antes da sobremesa fiz a minha surpresa a
“Hebe”Eu gostaria de saber o que se passa na cabeça do meu irmão, porque às vezes o Heitor perde totalmente o foco e vai ladeira abaixo. Eu dei instruções precisas, era um cachorro, só um e de porte pequeno, aí eu chego de uma viagem maravilhosa e recebo meus filhos de volta acompanhados de dois cachorros e o cachorro da Clara é quase do tamanho dela. Tive vontade de despachar os cachorros e as crianças de volta pra casa dele.É claro que ele tinha um discurso pronto na ponta da língua pra me responder quando liguei furiosa questionando os dois cachorros. O pior é que ele me convenceu, ele sempre me convencia, desde que éramos crianças era assim, eu fazia tudo o que ele queria. Contudo, meus filhos eram duas pestinhas e eu sabia disso, eram duas pestinhas que manipulavam o tio como bem queriam e, invariavelmente, eu me sentia manipulada por tabela, pois depois que o Heitor cedia às vontades deles, ele me fazia ceder a sua própria vontade de agradar aos sobrinhos.Não tive escolha, ac