“Anabel”Passar um tempo com as garotas, depois do que aconteceu no dia da minha mudança, foi muito bom, foi como se elas tivessem limpado da minha mente todas as sensações ruins. Claro que o meu Rick também contribuiu muito com isso depois que chegamos em casa, ele me deixou ocupada demais para pensar em qualquer coisa que não fosse a sua boca ou as suas mãos no meu corpo. E quando ele finalmente me deixou dormir, ele ocupou todos os meus sonhos.Mas já tinha dois dias que toda aquela confusão aconteceu e desde então eu não saí mais do apartamento. Contudo, hoje eu teria que sair. Era o dia de ir ao laboratório fornecer o material para o exame de DNA. Eu encontraria o Leonel e estava muito preocupada, mas o Rick iria comigo e agora eu tinha dois seguranças, o Douglas e a Sandra, ela era um pouquinho mal humorada, de pouca conversa, mas parecia eficiente.Eu estava encostada à porta do banheiro, vendo o Rick se barbear em frente ao espelho, ele tinha apenas uma toalha presa à cintura,
“Anabel”No fim das contas eu acabei decidindo ir com o Rick para o escritório. Ele estava insistindo que me acompanharia ao laboratório para fazer o teste de DNA e eu pensei que seria mais fácil pra ele se não precisasse voltar no apartamento. E assim, às duas da tarde, o Rick entrava comigo naquele laboratório, segurando a minha mão com firmeza, como que me dizendo que não me soltaria.Os seguranças estavam posicionados de forma estratégica, perto da porta e da janela, poderiam até passar despercebidos, se a postura dos dois não gritasse o que eram. O Dr. Romeu já nos esperava lá e nos cumprimentou com o sorriso amigável de sempre. Eu pensava que ele realmente tinha um prazer pessoal em processar o meu pai.Nós nos dirigimos à recepção e eu me identifiquei. Assim que nos sentamos o Leonel chegou, acompanhado do advogado. Ele me olhou e estranhamente estava sorrindo. Assim como eu, ele foi à recepção e se identificou. Depois se sentou do outro lado da sala, exatamente de frente para
“Flávio”Finalmente eu havia conseguido o mandado de busca e apreensão para a casa daquele nerd safado que ficava ressuscitando os vídeos da Anabel nas redes sociais. Foi mais difícil do que eu pensei e nós só conseguimos chegar a ele porque ele ficou descuidado ao longo dos anos, mas era a primeira ponta solta do novelo que nós iríamos puxar.- Cheguei, delegado! – A Melissa entrou em minha sala como se fosse parte da minha equipe.Eu ficava impressionado com o quanto ela se sentia em casa ali na delegacia, conhecia todo mundo, vivia aparecendo com lanchinhos para o pessoal, tinha passe livre na cozinha, dava palpite sobre os casos que estávamos investigando e até se metia a organizar os arquivos.- Ô, maluca, está fazendo o quê aqui? – Eu olhei para ela enquanto vestia o colete balístico.- Ué, vim pra batida! Você não vai me deixar fora dessa, eu mesma quero torcer as bolas desse nerdzinho folgado! – Ela fez um gesto de torção e chegou a doer em mim.- Ô, sua doida, eu não posso te
“Irina”Aquele velho insuportável! Que ódio eu sinto dele, que ódio! Eu estava andando de um lado para o outro no quarto. O Leonel estava atrás de mim como um cachorro no cio, querendo transar o tempo todo, parecendo um adolescente cheio de hormônios.De onde ele tirava tanta energia? Como esse velho conseguia ficar de pau duro por tanto tempo? Eu estava desconfiada que ele tomava estimulantes, mas eu já tinha vasculhado tudo e não encontrei nenhum remédio, olhei na casa inteira, até na biblioteca e nada. Esse homem era mais forte que um touro!Ontem pelo menos eu consegui ir ver o Lucas, foi rápido, mas eu aproveitei que o Leonel saiu para fazer aquele exame de DNA e fui ver o meu lindinho. Aquilo sim que era homem! Gostosinho, novinho, com um pauzão! Não essa coisa torta e mixuruca que o Leonel tinha no meio das pernas. E era só porque era um pauzinho pequeno e fino que eu ainda não estava toda esfolada! E os beijos? Ah, minha nossa, o Leonel parece um cachorro velho que baba em tud
“Melissa”Eu estava no pátio da delegacia com o Bonfim, esperando o Flávio voltar, enquanto me divertia com as histórias do Bonfim aterrorizando o namoradinho da filha mais velha.- Veja bem, chefona, a menina nem saiu das fraldas e já está namorando! – O Bonfim reclamava como o pai bem ciumento que era.- Bonfim, não seja falso, você sabe que namorar é muito bom. Ela já é uma moça, está na hora de descobrir os garotos. – Ele me olhou com desgosto, me fazendo rir da sua expressão de sofrimento.- Descobrir os garotos? Ela precisa descobrir o que quer fazer da vida, primeiro. – Ele bufou.- Ela já descobriu que quer namorar. – Eu ri, mas um carro que estacionou ali no pátio chamou a minha atenção, não pelo carro, mas pela pessoa que saiu dele. Logo em seguida as viaturas do Flávio entraram ali também. – Bonfim, está vendo o advogado?- Ele não é o que veio aqui como advogado da filhinha de papai que agrediu a Anabel? – O Bonfim ajeitou os óculos e olhou bem para o tipo.- Ele mesmo. O
“Ilana”Eu estava chegando à casa do Vladimir, precisava que ele entrasse no sistema da faculdade e alterasse as minhas notas e a minha frequência, eu não podia ser reprovada de novo só porque não tinha ido às aulas. E eu aproveitaria para mandar que ele incluísse uma ordem de pagamento no sistema da empresa, eu precisava de mais dinheiro.Ai, descobrir o Vladimir foi muito bom pra mim. Um nerd idiota que eu conheci por acaso na academia e que acabou caindo nos meus encantos e fazia tudo o que eu queria. Ah, mas ele também tirava proveito, eu pagava bem pelos servicinhos dele.- Mas... o que é aquilo? Não, não, não! A polícia? O que esse idiota fez para chamar a atenção da polícia? – Eu parei o meu carro a certa distância da casa do Vladimir e fiquei observando. E eu vi quando o Vladimir e a mãe dele foram colocados na viatura e aí eu vi aquele grandalhão saindo. Eu reconheceria aquele delegado a quilômetros, além de ser grande, ele era gostoso, nisso eu concordava com aquelas putas q
“Anabel”Eu já estava ficando entediada por ficar o dia todo no apartamento sem ter o que fazer. Eu queria voltar a trabalhar, mas o Rick e o Don ainda não achavam seguro, além do mais o Átila estava fazendo um excelente trabalho na empresa. Pelo menos eu tinha a consulta com o médico que o Dr. Molina me indicou hoje, para que eu conseguisse o atestado de sanidade mental.- O que foi, moça bonita? – O Rick me encarou enquanto eu remexia a salada de frutas do café da manhã.- Nada, meu coração. Eu apenas estou ficando entediada. – Suspirei e olhei para ele.- Eu imagino. Você deve estar se sentindo presa também. – Ele passou a mão em meu rosto. – Eu vou pensar em alguma coisa para que você não fique tão entediada.- Pelo menos hoje eu tenho uma consulta.- Sim, eu venho para te acompanhar.- Coração, não precisa. Você anda deixando muito o seu trabalho de lado por minha causa, você acabou de assumir uma nova função. Além do mais, o médico não vai permitir que você entre. – Eu não queri
“Ricardo”Eu estava com o trabalho sob controle, o Alencar se aposentaria em quinze dias e eu lamentava por isso, trabalhar com ele era muito interessante, ele era muito experiente. Com tudo em ordem, eu tirei um tempinho e fui à presidência conversar com o Alessandro e o Patrício um pouco.- Ah, mas olha, Del, quem resolveu dar as caras! Veio falar com os subalternos ou com os chefes? – A Lisa falou assim que me viu saindo do elevador.- Oi, gata! – Eu a abracei. – Eu me pergunto por que meus amigos não foram me ver no andar de baixo.- Porque não queremos te atrapalhar. Como está indo no novo cargo? – Ela falou ainda abraçada a mim.- Muito bem! O Alencar é fenomenal. – Eu sorri.- Sinto sua falta, amigo! – A Lisa falou manhosa.- Eu também sinto a sua, gata. Mas, nós vamos ser vizinhos em breve. – Eu queria me mudar logo, mas também estava inseguro sobre morar no mesmo condomínio que o Leonel. Eu não imaginei que ele fosse ultrapassar tanto os limites, mas agora eu estava preocupad