“Leonel”Depois que o investigador saiu, eu guardei aquela caixa desagradável no cofre, junto com as outras cartas que eu já havia recebido. Eu precisava pensar no que faria com a Irina, mas aquela puta pagaria muito cara essa traição.Eu fechei o cofre e fui até a sala chamar o inútil do Isidoro, o encontrei conversando com a Ilana. Ilana... será que essa garota estava sabendo dessa historinha sórdida da mãe? Não, não era possível, a Ilana era uma boa moça, uma menina inocente, eu duvidava muito que pudesse compactuar com o comportamento leviano da mãe. Bom, mas eu também não acreditava que a Irina pudesse me trair e está aí, minha cabeça completamente enfeitada! Ah, eu descobriria e se a Ilana estivesse sabendo e compactuando com a putaria da mãe, ela também se arrependeria por ter me enganado assim.- Papyy! – A Ilana se levantou e veio em minha direção. – O advogado está me falando sobre o processo do sobrenome. Papy, nós não vamos perder o nome Lancaster, né?!Ela me olhava com g
“Ricardo”Eu cheguei com a Lisa na delegacia e meu coração parecia que ia sair pela boca. Só me acalmei quando eu vi a Anabel sentada na sala do Flávio, segurando a mão da Melissa.- Minha vida! Como você está? – Eu me ajoelhei diante dela e examinei o seu rosto.- Eu estou bem agora, coração. – Ela tentou me acalmar, mas eu estava nervoso e ansioso, precisava saber o que tinha acontecido.A Anabel e a Melissa me contaram tudo o que tinha acontecido e eu fiquei chocado com a monstruosidade daquele homem.- Mas quando eu voltei para a cozinha e vi aquela caneca estilhaçada no chão, eu tive certeza de que ele tinha entrado ali. – A Melissa relembrou. – Avisei ao Douglas, que saiu correndo enquanto eu ligava para os policiais do Flávio. Ainda bem que nós conseguimos pegá-la na garagem. Mas o Leonel, escafedeu-se, não foi encontrado no prédio.- E agora, Flávio? O Leonel vai escapar dessa? – Eu olhei para o meu amigo.- Não, Rick. O Bonfim foi procurá-lo, nós temos o palpite de que ele vo
“Donaldo”Como combinado, no início da noite eu me reuni com os rapazes na casa do Patrício. Ele tinha uma sala de jogos muito agradável e quando eu cheguei já estavam todos lá. Depois das cortesias da chegada o Patrício me mostrou onde ficava tudo e me deixou à vontade.- Os pais não vão se juntar a nós? – Perguntei sentindo a ausência do pai do Patrício e do Átila.- Não, eles aceitaram um convite da minha mãe e do marido dela. Devem estar se acabando no vinho. – O Heitor balançou a cabeça com um sorriso de quem se lembrava de algo. – Da última vez que minha mãe reuniu os amigos, a festinha dela durou três dias. Dizem que são reuniões memoráveis, mas até onde eu consegui descobrir são verdadeiras baladas.- Isso parece divertido. – Eu comentei.- Sim, mas é proibido para menores de cinquenta e cinco anos. – O Patrício riu. – Eu queria muito saber o que acontece lá.- Só depois dos cinquenta e cinco e ainda falta um bocado. Por enquanto, se conforma com o pôquer. – O Heitor zombou do
“Anabel”Passar um tempo com as garotas, depois do que aconteceu no dia da minha mudança, foi muito bom, foi como se elas tivessem limpado da minha mente todas as sensações ruins. Claro que o meu Rick também contribuiu muito com isso depois que chegamos em casa, ele me deixou ocupada demais para pensar em qualquer coisa que não fosse a sua boca ou as suas mãos no meu corpo. E quando ele finalmente me deixou dormir, ele ocupou todos os meus sonhos.Mas já tinha dois dias que toda aquela confusão aconteceu e desde então eu não saí mais do apartamento. Contudo, hoje eu teria que sair. Era o dia de ir ao laboratório fornecer o material para o exame de DNA. Eu encontraria o Leonel e estava muito preocupada, mas o Rick iria comigo e agora eu tinha dois seguranças, o Douglas e a Sandra, ela era um pouquinho mal humorada, de pouca conversa, mas parecia eficiente.Eu estava encostada à porta do banheiro, vendo o Rick se barbear em frente ao espelho, ele tinha apenas uma toalha presa à cintura,
“Anabel”No fim das contas eu acabei decidindo ir com o Rick para o escritório. Ele estava insistindo que me acompanharia ao laboratório para fazer o teste de DNA e eu pensei que seria mais fácil pra ele se não precisasse voltar no apartamento. E assim, às duas da tarde, o Rick entrava comigo naquele laboratório, segurando a minha mão com firmeza, como que me dizendo que não me soltaria.Os seguranças estavam posicionados de forma estratégica, perto da porta e da janela, poderiam até passar despercebidos, se a postura dos dois não gritasse o que eram. O Dr. Romeu já nos esperava lá e nos cumprimentou com o sorriso amigável de sempre. Eu pensava que ele realmente tinha um prazer pessoal em processar o meu pai.Nós nos dirigimos à recepção e eu me identifiquei. Assim que nos sentamos o Leonel chegou, acompanhado do advogado. Ele me olhou e estranhamente estava sorrindo. Assim como eu, ele foi à recepção e se identificou. Depois se sentou do outro lado da sala, exatamente de frente para
“Flávio”Finalmente eu havia conseguido o mandado de busca e apreensão para a casa daquele nerd safado que ficava ressuscitando os vídeos da Anabel nas redes sociais. Foi mais difícil do que eu pensei e nós só conseguimos chegar a ele porque ele ficou descuidado ao longo dos anos, mas era a primeira ponta solta do novelo que nós iríamos puxar.- Cheguei, delegado! – A Melissa entrou em minha sala como se fosse parte da minha equipe.Eu ficava impressionado com o quanto ela se sentia em casa ali na delegacia, conhecia todo mundo, vivia aparecendo com lanchinhos para o pessoal, tinha passe livre na cozinha, dava palpite sobre os casos que estávamos investigando e até se metia a organizar os arquivos.- Ô, maluca, está fazendo o quê aqui? – Eu olhei para ela enquanto vestia o colete balístico.- Ué, vim pra batida! Você não vai me deixar fora dessa, eu mesma quero torcer as bolas desse nerdzinho folgado! – Ela fez um gesto de torção e chegou a doer em mim.- Ô, sua doida, eu não posso te
“Irina”Aquele velho insuportável! Que ódio eu sinto dele, que ódio! Eu estava andando de um lado para o outro no quarto. O Leonel estava atrás de mim como um cachorro no cio, querendo transar o tempo todo, parecendo um adolescente cheio de hormônios.De onde ele tirava tanta energia? Como esse velho conseguia ficar de pau duro por tanto tempo? Eu estava desconfiada que ele tomava estimulantes, mas eu já tinha vasculhado tudo e não encontrei nenhum remédio, olhei na casa inteira, até na biblioteca e nada. Esse homem era mais forte que um touro!Ontem pelo menos eu consegui ir ver o Lucas, foi rápido, mas eu aproveitei que o Leonel saiu para fazer aquele exame de DNA e fui ver o meu lindinho. Aquilo sim que era homem! Gostosinho, novinho, com um pauzão! Não essa coisa torta e mixuruca que o Leonel tinha no meio das pernas. E era só porque era um pauzinho pequeno e fino que eu ainda não estava toda esfolada! E os beijos? Ah, minha nossa, o Leonel parece um cachorro velho que baba em tud
“Melissa”Eu estava no pátio da delegacia com o Bonfim, esperando o Flávio voltar, enquanto me divertia com as histórias do Bonfim aterrorizando o namoradinho da filha mais velha.- Veja bem, chefona, a menina nem saiu das fraldas e já está namorando! – O Bonfim reclamava como o pai bem ciumento que era.- Bonfim, não seja falso, você sabe que namorar é muito bom. Ela já é uma moça, está na hora de descobrir os garotos. – Ele me olhou com desgosto, me fazendo rir da sua expressão de sofrimento.- Descobrir os garotos? Ela precisa descobrir o que quer fazer da vida, primeiro. – Ele bufou.- Ela já descobriu que quer namorar. – Eu ri, mas um carro que estacionou ali no pátio chamou a minha atenção, não pelo carro, mas pela pessoa que saiu dele. Logo em seguida as viaturas do Flávio entraram ali também. – Bonfim, está vendo o advogado?- Ele não é o que veio aqui como advogado da filhinha de papai que agrediu a Anabel? – O Bonfim ajeitou os óculos e olhou bem para o tipo.- Ele mesmo. O