“Leonel”Mas que inferno! Quando aquele porteiro imbecil me ligou eu achei que era a minha grande chance de colocar as mãos na bastardinha. Ele me deu todas as informações da entrada de serviço e ainda me deu a chave que abria a porta de serviço do apartamento dela. Não tinha como dar errado, mas deu! Eu só não sabia como.Assim que eu saí daquele elevador eu percebi a movimentação policial e ouvi o policial dando uma prensa no porteiro. Então eu me escondi na salinha do zelador, aquele lugar minúsculo, cheio de baldes e vassouras e produtos de limpeza. Tão logo foi possível eu verifiquei e a polícia já não estava mais com o porteiro, então eu o chamei e ele me ajudou a sair do prédio pela garagem que estava deserta, eles ainda estavam procurando dentro do prédio.Do carro eu liguei para o Isidoro e dei a ordem para que ele fosse para a minha casa e lá eu reuni a todos os funcionários e a Ilana e orientei que todos deveriam confirmar para quem quer que fosse que eu não tinha saído de
“Ricardo”Já estava na hora do almoço e a Anabel ainda não tinha me ligado para dizer que estava segura em casa e isso estava começando a me preocupar. Mas eu estava tentando me manter focado no trabalho, haviam várias pessoas cuidando dela, o que poderia dar errado?- Eu posso entrar na sala do diretor de auditoria? – A Lisandra apareceu na porta fazendo graça.- Oi, gata! Desceu lá de cima para visitar um pobre mortal? – Eu me levantei para abraçá-la.- Estou com saudade do meu amigo! – Ela fez um biquinho e eu ri.- Foi você quem arrumou um marido que não sai do seu pé. – Eu brinquei e ela riu.- Mas o meu marido hoje tem um almoço com clientes e eu resolvi almoçar com o meu amigo. O que você acha?- Como nos velhos tempos? – Ela fez que sim. – Adorei! Vamos, eu estou mesmo com fome.Nós saímos do prédio juntos, caminhando até o restaurante que ficava há uns três quarteirões do escritório. A Lisa me contava sobre como ela estava adorando ser mãe e como o Patrício era um pai dedicad
“Leonel”Depois que o investigador saiu, eu guardei aquela caixa desagradável no cofre, junto com as outras cartas que eu já havia recebido. Eu precisava pensar no que faria com a Irina, mas aquela puta pagaria muito cara essa traição.Eu fechei o cofre e fui até a sala chamar o inútil do Isidoro, o encontrei conversando com a Ilana. Ilana... será que essa garota estava sabendo dessa historinha sórdida da mãe? Não, não era possível, a Ilana era uma boa moça, uma menina inocente, eu duvidava muito que pudesse compactuar com o comportamento leviano da mãe. Bom, mas eu também não acreditava que a Irina pudesse me trair e está aí, minha cabeça completamente enfeitada! Ah, eu descobriria e se a Ilana estivesse sabendo e compactuando com a putaria da mãe, ela também se arrependeria por ter me enganado assim.- Papyy! – A Ilana se levantou e veio em minha direção. – O advogado está me falando sobre o processo do sobrenome. Papy, nós não vamos perder o nome Lancaster, né?!Ela me olhava com g
“Ricardo”Eu cheguei com a Lisa na delegacia e meu coração parecia que ia sair pela boca. Só me acalmei quando eu vi a Anabel sentada na sala do Flávio, segurando a mão da Melissa.- Minha vida! Como você está? – Eu me ajoelhei diante dela e examinei o seu rosto.- Eu estou bem agora, coração. – Ela tentou me acalmar, mas eu estava nervoso e ansioso, precisava saber o que tinha acontecido.A Anabel e a Melissa me contaram tudo o que tinha acontecido e eu fiquei chocado com a monstruosidade daquele homem.- Mas quando eu voltei para a cozinha e vi aquela caneca estilhaçada no chão, eu tive certeza de que ele tinha entrado ali. – A Melissa relembrou. – Avisei ao Douglas, que saiu correndo enquanto eu ligava para os policiais do Flávio. Ainda bem que nós conseguimos pegá-la na garagem. Mas o Leonel, escafedeu-se, não foi encontrado no prédio.- E agora, Flávio? O Leonel vai escapar dessa? – Eu olhei para o meu amigo.- Não, Rick. O Bonfim foi procurá-lo, nós temos o palpite de que ele vo
“Donaldo”Como combinado, no início da noite eu me reuni com os rapazes na casa do Patrício. Ele tinha uma sala de jogos muito agradável e quando eu cheguei já estavam todos lá. Depois das cortesias da chegada o Patrício me mostrou onde ficava tudo e me deixou à vontade.- Os pais não vão se juntar a nós? – Perguntei sentindo a ausência do pai do Patrício e do Átila.- Não, eles aceitaram um convite da minha mãe e do marido dela. Devem estar se acabando no vinho. – O Heitor balançou a cabeça com um sorriso de quem se lembrava de algo. – Da última vez que minha mãe reuniu os amigos, a festinha dela durou três dias. Dizem que são reuniões memoráveis, mas até onde eu consegui descobrir são verdadeiras baladas.- Isso parece divertido. – Eu comentei.- Sim, mas é proibido para menores de cinquenta e cinco anos. – O Patrício riu. – Eu queria muito saber o que acontece lá.- Só depois dos cinquenta e cinco e ainda falta um bocado. Por enquanto, se conforma com o pôquer. – O Heitor zombou do
“Anabel”Passar um tempo com as garotas, depois do que aconteceu no dia da minha mudança, foi muito bom, foi como se elas tivessem limpado da minha mente todas as sensações ruins. Claro que o meu Rick também contribuiu muito com isso depois que chegamos em casa, ele me deixou ocupada demais para pensar em qualquer coisa que não fosse a sua boca ou as suas mãos no meu corpo. E quando ele finalmente me deixou dormir, ele ocupou todos os meus sonhos.Mas já tinha dois dias que toda aquela confusão aconteceu e desde então eu não saí mais do apartamento. Contudo, hoje eu teria que sair. Era o dia de ir ao laboratório fornecer o material para o exame de DNA. Eu encontraria o Leonel e estava muito preocupada, mas o Rick iria comigo e agora eu tinha dois seguranças, o Douglas e a Sandra, ela era um pouquinho mal humorada, de pouca conversa, mas parecia eficiente.Eu estava encostada à porta do banheiro, vendo o Rick se barbear em frente ao espelho, ele tinha apenas uma toalha presa à cintura,
“Anabel”No fim das contas eu acabei decidindo ir com o Rick para o escritório. Ele estava insistindo que me acompanharia ao laboratório para fazer o teste de DNA e eu pensei que seria mais fácil pra ele se não precisasse voltar no apartamento. E assim, às duas da tarde, o Rick entrava comigo naquele laboratório, segurando a minha mão com firmeza, como que me dizendo que não me soltaria.Os seguranças estavam posicionados de forma estratégica, perto da porta e da janela, poderiam até passar despercebidos, se a postura dos dois não gritasse o que eram. O Dr. Romeu já nos esperava lá e nos cumprimentou com o sorriso amigável de sempre. Eu pensava que ele realmente tinha um prazer pessoal em processar o meu pai.Nós nos dirigimos à recepção e eu me identifiquei. Assim que nos sentamos o Leonel chegou, acompanhado do advogado. Ele me olhou e estranhamente estava sorrindo. Assim como eu, ele foi à recepção e se identificou. Depois se sentou do outro lado da sala, exatamente de frente para
“Flávio”Finalmente eu havia conseguido o mandado de busca e apreensão para a casa daquele nerd safado que ficava ressuscitando os vídeos da Anabel nas redes sociais. Foi mais difícil do que eu pensei e nós só conseguimos chegar a ele porque ele ficou descuidado ao longo dos anos, mas era a primeira ponta solta do novelo que nós iríamos puxar.- Cheguei, delegado! – A Melissa entrou em minha sala como se fosse parte da minha equipe.Eu ficava impressionado com o quanto ela se sentia em casa ali na delegacia, conhecia todo mundo, vivia aparecendo com lanchinhos para o pessoal, tinha passe livre na cozinha, dava palpite sobre os casos que estávamos investigando e até se metia a organizar os arquivos.- Ô, maluca, está fazendo o quê aqui? – Eu olhei para ela enquanto vestia o colete balístico.- Ué, vim pra batida! Você não vai me deixar fora dessa, eu mesma quero torcer as bolas desse nerdzinho folgado! – Ela fez um gesto de torção e chegou a doer em mim.- Ô, sua doida, eu não posso te