“Ricardo”Depois que saímos da casa do Patrício, eu levei a Anabel pra casa e a cobri de carinho e cuidado. Ela precisava saber que era amada e querida e eu me esforcei ao máximo para que ela se sentisse assim e eu consegui tirar as preocupações da cabeça dela, pelo menos naquela noite. Mas na manhã seguinte ela já estava distraída e cabisbaixa de novo.- Moça bonita, o que foi? Divide comigo o que está te deixando assim. – Eu a tirei da cadeira onde ela estava sentada ao meu lado, a coloquei no meu colo e afaguei os seus cabelos.- Tudo o que aconteceu ontem me preocupa, Rick. – Ela suspirou. – Eles são pessoas ruins e eu me odiaria se por minha culpa eles fizessem mal a qualquer um de vocês, mas especialmente você! – Ela tocou o meu rosto com cuidado. – E olha como ele deixou o seu olho. Você não deveria ter entrado na frente.- E deixar aquele monstro encostar em você, Ana? Jamais! Eu sempre vou entrar na frente para detê-lo. Onde já se viu, dar um soco em uma mulher, com a violênc
“Anabel”Melissa e eu fomos para o meu apartamento, acompanhadas pelo segurança apenas, encontraríamos a escolta policial lá, pois eles fariam uma verificação no prédio antes que chegássemos. Eu tinha certeza que daria tudo certo, afinal eu não estava sozinha e me sentia bastante segura com todo aquele aparato de segurança que o Rick e o Flávio providenciaram.Contudo, quando eu entrei no prédio e vi que o porteiro do dia era o informante do Leonel, eu comecei a ficar insegura. Mesmo assim eu não comentei nada, com tantas pessoas ao meu redor, eu duvidava que o Leonel pudesse aparecer. Haviam quatro policiais do lado de fora do prédio, além de dois na portaria, o segurança que ficou na porta do apartamento e a Melissa que entrou comigo. O que poderia dar errado?Nós começamos a arrumar tudo e, à medida que o tempo passava, eu comecei a ficar mais nervosa, a sentir uma inquietação. Aquele lugar realmente não podia ser mais a minha casa, eu estava apavorada, mesmo tendo tantas pessoas p
“Leonel”Mas que inferno! Quando aquele porteiro imbecil me ligou eu achei que era a minha grande chance de colocar as mãos na bastardinha. Ele me deu todas as informações da entrada de serviço e ainda me deu a chave que abria a porta de serviço do apartamento dela. Não tinha como dar errado, mas deu! Eu só não sabia como.Assim que eu saí daquele elevador eu percebi a movimentação policial e ouvi o policial dando uma prensa no porteiro. Então eu me escondi na salinha do zelador, aquele lugar minúsculo, cheio de baldes e vassouras e produtos de limpeza. Tão logo foi possível eu verifiquei e a polícia já não estava mais com o porteiro, então eu o chamei e ele me ajudou a sair do prédio pela garagem que estava deserta, eles ainda estavam procurando dentro do prédio.Do carro eu liguei para o Isidoro e dei a ordem para que ele fosse para a minha casa e lá eu reuni a todos os funcionários e a Ilana e orientei que todos deveriam confirmar para quem quer que fosse que eu não tinha saído de
“Ricardo”Já estava na hora do almoço e a Anabel ainda não tinha me ligado para dizer que estava segura em casa e isso estava começando a me preocupar. Mas eu estava tentando me manter focado no trabalho, haviam várias pessoas cuidando dela, o que poderia dar errado?- Eu posso entrar na sala do diretor de auditoria? – A Lisandra apareceu na porta fazendo graça.- Oi, gata! Desceu lá de cima para visitar um pobre mortal? – Eu me levantei para abraçá-la.- Estou com saudade do meu amigo! – Ela fez um biquinho e eu ri.- Foi você quem arrumou um marido que não sai do seu pé. – Eu brinquei e ela riu.- Mas o meu marido hoje tem um almoço com clientes e eu resolvi almoçar com o meu amigo. O que você acha?- Como nos velhos tempos? – Ela fez que sim. – Adorei! Vamos, eu estou mesmo com fome.Nós saímos do prédio juntos, caminhando até o restaurante que ficava há uns três quarteirões do escritório. A Lisa me contava sobre como ela estava adorando ser mãe e como o Patrício era um pai dedicad
“Leonel”Depois que o investigador saiu, eu guardei aquela caixa desagradável no cofre, junto com as outras cartas que eu já havia recebido. Eu precisava pensar no que faria com a Irina, mas aquela puta pagaria muito cara essa traição.Eu fechei o cofre e fui até a sala chamar o inútil do Isidoro, o encontrei conversando com a Ilana. Ilana... será que essa garota estava sabendo dessa historinha sórdida da mãe? Não, não era possível, a Ilana era uma boa moça, uma menina inocente, eu duvidava muito que pudesse compactuar com o comportamento leviano da mãe. Bom, mas eu também não acreditava que a Irina pudesse me trair e está aí, minha cabeça completamente enfeitada! Ah, eu descobriria e se a Ilana estivesse sabendo e compactuando com a putaria da mãe, ela também se arrependeria por ter me enganado assim.- Papyy! – A Ilana se levantou e veio em minha direção. – O advogado está me falando sobre o processo do sobrenome. Papy, nós não vamos perder o nome Lancaster, né?!Ela me olhava com g
“Ricardo”Eu cheguei com a Lisa na delegacia e meu coração parecia que ia sair pela boca. Só me acalmei quando eu vi a Anabel sentada na sala do Flávio, segurando a mão da Melissa.- Minha vida! Como você está? – Eu me ajoelhei diante dela e examinei o seu rosto.- Eu estou bem agora, coração. – Ela tentou me acalmar, mas eu estava nervoso e ansioso, precisava saber o que tinha acontecido.A Anabel e a Melissa me contaram tudo o que tinha acontecido e eu fiquei chocado com a monstruosidade daquele homem.- Mas quando eu voltei para a cozinha e vi aquela caneca estilhaçada no chão, eu tive certeza de que ele tinha entrado ali. – A Melissa relembrou. – Avisei ao Douglas, que saiu correndo enquanto eu ligava para os policiais do Flávio. Ainda bem que nós conseguimos pegá-la na garagem. Mas o Leonel, escafedeu-se, não foi encontrado no prédio.- E agora, Flávio? O Leonel vai escapar dessa? – Eu olhei para o meu amigo.- Não, Rick. O Bonfim foi procurá-lo, nós temos o palpite de que ele vo
“Donaldo”Como combinado, no início da noite eu me reuni com os rapazes na casa do Patrício. Ele tinha uma sala de jogos muito agradável e quando eu cheguei já estavam todos lá. Depois das cortesias da chegada o Patrício me mostrou onde ficava tudo e me deixou à vontade.- Os pais não vão se juntar a nós? – Perguntei sentindo a ausência do pai do Patrício e do Átila.- Não, eles aceitaram um convite da minha mãe e do marido dela. Devem estar se acabando no vinho. – O Heitor balançou a cabeça com um sorriso de quem se lembrava de algo. – Da última vez que minha mãe reuniu os amigos, a festinha dela durou três dias. Dizem que são reuniões memoráveis, mas até onde eu consegui descobrir são verdadeiras baladas.- Isso parece divertido. – Eu comentei.- Sim, mas é proibido para menores de cinquenta e cinco anos. – O Patrício riu. – Eu queria muito saber o que acontece lá.- Só depois dos cinquenta e cinco e ainda falta um bocado. Por enquanto, se conforma com o pôquer. – O Heitor zombou do
“Anabel”Passar um tempo com as garotas, depois do que aconteceu no dia da minha mudança, foi muito bom, foi como se elas tivessem limpado da minha mente todas as sensações ruins. Claro que o meu Rick também contribuiu muito com isso depois que chegamos em casa, ele me deixou ocupada demais para pensar em qualquer coisa que não fosse a sua boca ou as suas mãos no meu corpo. E quando ele finalmente me deixou dormir, ele ocupou todos os meus sonhos.Mas já tinha dois dias que toda aquela confusão aconteceu e desde então eu não saí mais do apartamento. Contudo, hoje eu teria que sair. Era o dia de ir ao laboratório fornecer o material para o exame de DNA. Eu encontraria o Leonel e estava muito preocupada, mas o Rick iria comigo e agora eu tinha dois seguranças, o Douglas e a Sandra, ela era um pouquinho mal humorada, de pouca conversa, mas parecia eficiente.Eu estava encostada à porta do banheiro, vendo o Rick se barbear em frente ao espelho, ele tinha apenas uma toalha presa à cintura,