– E as alianças? – O juiz perguntou.Charles ainda parecia desacreditado, enquanto eu assinava os papéis. Ele já tinha assinado e pela primeira vez não tenho nervosismo do Charles. Talvez essa foi a maior surpresa que eu já tinha feito a ele e superou ter parecido com Damian na casa dos Grant. Ele não conseguia ficar parado por muito tempo e isso me fazia sorrir.– Ah, eu esqueci dessa parte. – Olhei para Charles. – Mas depois…– Matilde. – Charles chamou o nome de Matilde que não precisou de outra ordem e seguiu em direção ao escritório.Nossas testemunhas são os funcionários da casa e o nosso filho. Joe olhava para a gente com os olhos brilhando e sentado comportado no sofá, assistindo tudo com um sorriso no rosto. Olhei para Charles um pouco confusa do que a Matilde foi fazer.– Só um minuto. – Ele pediu ao juíz.Eu ri.– Por acaso você já tem nossas alianças?Em resposta Charles me abraçou de lado e beijou a minha testa, sorrindo. Arregalei os olhos.– Você tem as alianças. – Suss
P.V. DAMIANA cada dia que passo nessa casa é um sentimento estranho. Olhando o grande campo com um lindo jardim ao lado da casa sinto uma paz que não deveria sentir. Cresci tendo que odiar os Grant e hoje sou um deles. Há um dia atrás foi confirmado, Kaden é meu pai biológico. Rosângela fez questão de anotar em um diário como que aconteceu aquela noite e as suas sensações que gostaria de não ter lido. Mostrei o diário para Kaden e Loretta. Conta que Rosângela sempre foi apaixonada por Kaden e não aceitava o relacionamento dele com a minha tia Pérola.Então forjou aquela noite se fingindo ser ela. No restaurante do hotel onde Kaden estava acostumada a encontrar Pérola, Rosângela comprou um dos garço
P.V. AlineHavia tantos fotógrafos e repórteres em frente ao hospital, até mesmo a entrada do estacionamento estava difícil de ter acesso. Depois de meia hora que cheguei no hospital, sem conseguir entrar, uma empresa de segurança que eu conhecia muito bem apareceu e os seus homens tomaram o lugar contendo as pessoas.É a mesma empresa que Charles e a sua família trabalham, protege toda a família há anos. Com o celular descarregado em mãos é difícil saber o que estava acontecendo. Fiquei feliz quando as portas do elevador se abriram e vi Manuela, apreensiva, mas é um rosto que me trazia conforto.— Manuela, o que está acontecendo? — Perguntei ao sair do elevador.Sem dizer uma única palavra, ela segura meu braço e me puxa em direção ao meu escritório. Médicos e enfermeiros atendiam as pessoas em meio a correria, os pacientes estavam bem comunicativos hoje e perguntavam se o que parecia na televisão era verdade. O que está acontecendo?!— Acho que você ainda não viu os noticiários, não
Convidei alguns reportes para a sala da empresa no hospital, sala específica para esse tipo de pronunciamento. Usada poucas vezes, Porque sempre quando estamos aqui é para reportar sobre acidentes envolvendo muitas pessoas ao mesmo tempo ou doenças. Seria humanamente impossível colocar todos que estavam lá fora e houve briga por termos escolhido apenas alguns. Subi no pequeno palco, tomando o meu lugar. Os olhares estavam atentos sobre mim, finalmente todos haviam ficado em silêncio. Logo estaria se esgoelando já que não abrirei espaço para perguntas. Quero ser rápida antes que Charles me tire daqui pelos cabelos, acabei sorrindo ao imaginar a cena.— Agradeço a presença de todos. — Passei o olhar por cada um dali. — Essa manhã tem sido bem conturbada. Sou Aline Carter e sou…— Grant! — Alguém gritou, querendo me corrigir por não ter mencionado sobrenome Grant.Loretta arranjou uma boa desculpa quanto a isso, mas aparentemente tem aqueles que não vão acreditar.— Sou a diretora desse
Pisquei algumas vezes procurando entender as palavras ditas por ela. Ouvir que a mulher mais forte dessa família e temida por muitos está doente me pegou de surpresa, uma doença foi o único mal corajoso para tentar dominar essa mulher. Sim, tentar, porque Loretta não pode morrer. Não tem porque morrer, todos veem essa mulher como a base da nossa família há anos. Sem Loretta… Quando ela dirá que é brincadeira?A senhora sentada naquele sofá está tão tranquila com as palavras ditas para mim e ela não é de brincar. Apesar das coisas está sendo diferente hoje. Nesses últimos dias Loretta não demostrou está se sentindo mal, mas também não temos visto ela com muita frequência. Será que Charles sabe?— O que você tem? Posso te examinar… — Agitei a mão no ar e dou um sorriso sem graça. — Sei que a família tem os seus médicos particulares… mas… é que…Droga, por que estou gaguejando desse jeito? Achei melhor me calar e esperar pelas suas próximas palavras. Loretta riu, uma risada baixa e nada
Cada degraus que descia era uma batida do meu coração. Bem, está bem devagar que o normal. Minha vista embaça por alguns segundos, logo voltando ao normal. Segurei no guidão da escada para manter o meu equilíbrio. Não sei se eles sabem sobre a doença da mulher que mais conviveram nesta vida, olhei para Charles. Um dos integrantes dessa família que mais sofreu e mesmo assim permaneceu aqui, herdando a liderança da empresa. Cada um tinha sua história aqui, como Loretta disse que ver seus filhos infelizes a fez adoecer. Alguém precisa tomar decisões e nem sempre são fáceis.Charles mantinha o seu olhar em mim, percebi o quanto esperava fundo. Não consegui dar outro passo ao descer as escadas.— Você está bem? — Damian perguntou, preocupado.O pouco espaço entre os meus lábios, soltei o ar preso em meus pulmões e antes que pudesse falar alguma coisa, ouvi a voz de Charles.— Ela está doente, não é? — sua voz estremeceu, Charles não se importou com isso.O meu Charles que está sempre pront
— Se continuar andando assim vai fazer um buraco no chão. — Charles estava arrumando a cama para nos deitar. — Aline, para…Com a mão em meu queixo, me virei olhando para Charles.— Conheço algumas pessoas, podemos encontra um jeito…— Aline, você não precisa se preocupar. — Sentou na cama.Como ele conseguia está tão tranquila assim? Decidimos por dormi aqui, no jantar todos agiram como se nada tivesse acontecido. A família Grant jantando tranquilamente, enquanto a familia Mccall estava recebendo a polícia em sua casa.— Como não? — Olhei para a porta. — O que vamos dizer ao Joe?Joe, Alvin e Leah vão dormi hoje com a Loretta. Algo que nunca aconteceu antes, mas as crianças amaram.— A Loretta continua aqui. — Charles veio até mim e contra a minha vontade me abracou, levando para cama. — Não temos que nos preocupar com nada agora. Joe entenderá, assim como as outras crianças, tudo no seu tempo.Deitei ao seu lado, Charles puxou a coberta para nos cobrir.— Passei um tempo afastada de
— Matilde, pode buscar Joe na escola para mim? Por favor. — Gravei um áudio para ela. — Está uma correria aqui no hospital, houve uma acidente… ah, você já deve está sabendo das notícias. Não sei que horas sairei daqui. — Finalizei o áudio e respirei fundo.O telefone em cima da minha mesa não parava de tocar. Hoje mais cedo um caminhão perdeu o controle e bateu contra um ônibus, tudo aconteceu em uma cidade do interior e o nosso hospital é o mais próximo para poder receber os feridos. Então hoje o dia vai ser longo, fiz a transferência de alguns pacientes para outros hospitais para que possamos ter mais comodidade e acesso aos novos pacientes. Chamei todos os médicos mesmo hoje sendo a folga de alguns.Entrarei em alguma cirurgia apenas se for muito preciso, cuidarei de toda a logística para que esse hospital não pare. Fomos alertados pelos bombeiros que temos uma grande quantidade de pacientes a caminho. Não bastava toda essa loucura, ainda tinha os repórteres atrás de qualquer miga