Renê Celine com um sorriso radiante se despediu de mim com um selinho carinhoso após um café da manhã rápido. Ela e a tia saíram animadas em direção ao SPA para o tão esperado dia da noiva. Me mantive ainda na mesa observando meu pai, Richard e Vincent conversando animadamente. Logo minha mãe, Glória e Luísa se aproximaram da mesa em um clima animado, trocando risadas e comentários sobre a equipe de cabeleireiros, maquiadores e manicures que viriam para a mansão para prepará-las para a cerimônia de casamento. Meu pai sorria ao ver as mulheres envolvidas na conversa sobre vestidos e maquiagem. Decidimos marchar em direção à piscina, buscando um momento de relaxamento antes das festividades. – Segura essa! O tom de Vincent era de pura brincadeira, quando senti ser empurrado pelas costas, caindo dentro da piscina de roupa e tudo. Saí da piscina sorrindo, e com um olhar determinado comecei a correr atrás do meu primo que tentava escapar de mim. Fui mais rápido do que ele, e com um movi
Eu sabia que a resposta não era simples, mas a presença de Isadora ao meu lado me encorajava a enfrentar meus medos e a considerar o que realmente importava. Enquanto os passageiros do cruzeiro se dirigiam ao ônibus, cheios de expectativa e alegria, eu caminhava ao lado de Isadora, imerso em uma confusão de sentimentos. O silêncio entre nós era pesado, e a movimentação vibrante de Barcelona ao redor parecia intensificar o que eu sentia. À medida que avançávamos pela avenida, observando a rica arquitetura e a cultura vibrante da cidade, eu finalmente resolvi quebrar o silêncio ao convidar Isadora para um bar quiosque. O local era um verdadeiro banquete de sabores, com pratos típicos como polvo galego e tapas irresistíveis. A refeição foi um momento de descontração, mas a minha mente estava distante, refletindo sobre minha filha.– Obrigada por me acompanhar, sei que não tenho sido um bom companheiro de viagem.– Você não tem que se desculpar, Álvaro. Tem sido dias maravilhosos ao seu
Meu coração batia forte e o mundo parecia parar ao meu redor, quando fixei os olhos e vi que meu pai estava sentado ao meu lado no carro. Nossos olhares se encontraram e todas as palavras não ditas, todas as emoções represadas, foram libertadas, as lágrimas brotaram dos meus olhos quase simultaneamente, transbordando a emoção que preenchia o carro.– Eu achei que você não viria… Sussurrei entre soluços com a voz trêmula, carregada de um misto de alívio e amor.– Olhando em seus olhos agora é que me dou conta do tamanho do erro que eu cometeria se não viesse para o seu casamento. Me perdoa, minha filha. Meu pai respondeu com a voz embargada pela emoção. Lágrimas caiam dos seus olhos.– É claro que eu te perdoo pai. Eu te amo mais que tudo. – Eu também te amo, minha filha. Eu realmente precisava me afastar, mas eu jamais poderia deixar de estar ao seu lado hoje. Reencontrei no cruzeiro uma mulher muito especial. Ela com sua gentileza e paciência em me escutar e conversar comigo dura
Celine O que era para ser um período de felicidades e realizações em minha vida, se tornou um verdadeiro pesadelo. Sou filha do Álvaro Castelli, um dos maiores produtores de algodão do centro-oeste. Suas fazendas somam cerca de 260 mil hectares, sem contar com o milho e a soja, além de várias empresas em ramos diferentes que meu pai é investidor ou sócio. Nasci numa família privilegiada, sempre tive as melhores roupas, estudei nos melhores colégios, cursos de idiomas, viagens internacionais, tudo sempre com luxo e conforto. Mas todo o dinheiro no mundo nunca foi capaz de ocupar o vazio no meu coração pela ausência da minha mãe após sua morte prematura. Fui para São Paulo onde estudei em uma faculdade de alto padrão e me formei no curso de arquitetura e urbanismo. A promessa era que após formada retornaria para Goiânia, minha cidade natal, para exercer minha profissão. Mas tudo desmoronou quando eu retornei. Para bem da verdade os sinais sempre estiveram claros que não era isso
Celine Não tem sido dias fáceis, estou andando de um lado para o outro sem saber o que fazer, ou melhor para onde eu vou quando sair dessa casa. Há uns dois meses que trabalho aqui como doméstica, mas sei que minha estadia aqui será curta, pois a minha patroa não está nada satisfeita comigo. Não com o meu trabalho, mas por ciúmes do marido. Mal sabe ela que a outra empregada que trabalha aqui e ela julga ser de “confiança” por estar aqui há mais de 3 anos, vive de amassos com o marido dela dentro da dispensa. Já percebi que os outros funcionários sabem mas fazem vista grossa, ninguém tem coragem de contar, a nossa patroa é bem megera. Dona Nice a cozinheira, uma senhora de idade, que me lembra minha vozinha, tenta me acalmar todos os dias, mas estou sentindo que de hoje eu não passo. Minhas economias e o dinheiro que ganhei da minha tia, foram roubadas com alguns objetos de valor que eu tinha na pensão do Manolo. Além disso, eu tinha que lidar com um vizinho bem inconveniente
Renê Às vezes tenho a sensação de que estou vivendo no automático. Os dias para mim são sempre iguais. Só tenho me dedicado ao trabalho, o pouco tempo que fico em casa estou dormindo. Desde o falecimento da minha esposa há dois anos atrás, tenho usado o trabalho como rota de fuga. Morando há um ano e meio em uma nova casa em um outro bairro de alto padrão em Brasília, tenho a sensação de não estar no meu lar. Mas as lembranças da Scarlett estavam me matando aos poucos na minha antiga casa. Foi melhor ter me mudado de lá. Não tive coragem de vender a casa. Optei por colocá-la em uma imobiliária para alugar. Desde então também não tive coragem de voltar à minha antiga casa. Minha esposa era uma mulher jovem de 27 anos, mas um acidente de trânsito ceifou sua vida, não tivemos a oportunidade de construir a nossa família, depois de 4 anos juntos, somando namoro, noivado e casamento. Éramos muito diferentes, mas nos dávamos bem. Nossas famílias eram amigas desde sempre, algo que mu
Celine Estou aqui sentada em um banco de uma praça próximo ao endereço do meu novo emprego. Fiz um lanche rápido e estou no aguardo do horário para ir até a casa em que vou trabalhar. Dona Nice me explicou que meu novo chefe é médico, e que pediu que eu fosse até lá no período da tarde. Não deu tempo dela me dar mais detalhes sobre ele, pois dona Bárbara interrompeu nossa conversa na cozinha, acertou meu tempo de trabalho e mal pude despedir da dona Nice. Sou muito grata a dona Nice que me salvou mais uma vez. Tô sentindo um frio na barriga de ansiedade, mas tenho fé que tudo vai dar certo. Me sinto envergonhada de chegar assim do nada na casa de uma pessoa de mala e cuia como dizem na minha terra. Caminho por ruas arborizadas de um lindo condomínio de alto padrão, vejo os jardins e uma casa mais bonita do que a outra. Chego em frente a uma linda casa branca com janelas grandes. Um lindo jardim muito bem cuidado por sinal, parei em frente a grande porta e confirmo que já são 1
Renê Quando meus olhos se cruzaram com a figura da bela morena em pé em frente a minha casa, confesso que me senti surpreendido. Não esperava que fosse a bela moça que vi organizando a mesa de jantar na casa do meu amigo. Senti uma certa ansiedade em me imaginar dividindo a casa com ela, uma mulher tão linda. Eu não deveria ter esse tipo de pensamento, mas é algo inevitável. Ela demonstrou ser tímida enquanto conversávamos, não queria fazer contato visual comigo, mas sou um homem que gosta de conversar olhando nos olhos. Não gostei quando perguntou da minha esposa, sei que fui ríspido em minha resposta, afinal de contas como ela iria adivinhar que sou viúvo? Mas compreendi quando ela me disse que não teve tempo para conversar com a dona Nice. Raiva e indignação tomaram conta de mim quando me contou que ficou desde cedo caminhando por aí enquanto aguardava o horário combinado. Me frustrou imaginar que enquanto eu dormia, ela estava tão desamparada. A Bárbara é definitivamente uma