Trent me colocou de volta no chão com cuidado, ainda com aquele sorriso meio bobo no rosto — o tipo de sorriso que fazia meu peito derreter. "Que tal aquele macarrão agora?" ele disse, os olhos brilhando com diversão.Ri do jeito fofo como ele estava me olhando, todo largado com sua camiseta preta meio amassada e as tatuagens à mostra nos braços, contrastando com sua expressão quase doce."Você vai se apaixonar mais ainda quando provar meu molho especial", brinquei, pegando a panela no armário.Trent chegou por trás, beijou minha bochecha e murmurou perto do meu ouvido:"Já sou completamente seu, Amor."Sorri, mas então ouvimos batidas na porta."Eu vejo quem é enquanto você cozinha", disse ele, me dando outro beijo e caminhando descalço pelo apartamento.Abri a massa, mexendo os ingredientes, quando ouvi outra voz."Que cheiro bom é esse?" Grave entrou com aquele jeito despreocupado, jogando as chaves no balcão."Elise tá cozinhando pra mim", respondeu Trent por cima do ombro, com um
A luz suave da manhã invadia o quarto pelas frestas da cortina quando meus olhos se abriram. Por um segundo, achei que ainda estivesse sonhando. A lembrança da noite passada estava fresca na minha mente — a pele quente de Trent, o som calmo da sua respiração, a forma como ele me envolveu nos braços, me fazendo sentir segura como nunca.Mas, ao me virar, percebi que ele não estava mais ali.Me sentei na cama e vi um bilhete sobre a mesinha de cabeceira, escrito com a caligrafia firme e apressada que eu começava a conhecer."Precisei sair cedo. Grave vai te buscar pra te levar até o clube. Quero que você conheça o que também faz parte de mim. — Trent."Um sorriso bobo escapou dos meus lábios. Aquele homem realmente sabia como bagunçar minha cabeça.Levantei, ainda com o corpo relaxado pelos detalhes da noite anterior — o jeito como ele me tomou no balcão da cozinha ainda estava gravado na minha pele. Sorri sozinha ao entrar no cômodo.Minha cozinha era estilo americana, pequena e simple
Grave me guiou até o salão que ficava na entrada do clube. O espaço era amplo, mas naquele momento havia apenas alguns Ceifadores espalhados pelos sofás e o homem do bar — o mesmo que havia servido as bebidas na noite da festa."Esse aqui é o coração do clube durante o dia", Grave disse, apontando ao redor com um movimento preguiçoso da mão. "É onde a maioria dos encontros começa."Meus olhos passaram pelas paredes escuras, o cheiro familiar de couro, cigarro e café pairando no ar."Maggie é a senhora do Cain", ele continuou, me guiando até um canto mais reservado. "Ceylan é a senhora do Doc. Por enquanto, são as únicas mulheres oficialmente ligadas ao clube. Cada uma tem um papel essencial na rotina por aqui.""Tipo o quê?", perguntei, interessada."Organizam a cozinha, a faxina, mantêm tudo funcionando quando os caras tão na estrada ou ocupados com... os negócios do clube." Grave me lançou um olhar que dizia mais do que ele verbalizou.Assenti, absorvendo tudo. A ficha começava a ca
Eu ainda conversava com Maggie e Ceylan quando Grave surgiu na porta da cozinha, parecendo apressado."Loira?" chamou, atraindo minha atenção. "Iron acabou de voltar."Meu estômago deu um salto. Sem perder tempo, segui Grave pelo corredor até a entrada do clube.Foi então que o vi.Trent estava no bar, pedindo uma bebida casualmente, como se fosse um dia qualquer. Mas à medida que me aproximei, o mundo ao meu redor pareceu desacelerar — suas roupas estavam cobertas de sangue seco, havia manchas no couro do seu colete, e a barra da calça parecia encharcada.Antes que eu pudesse reagir, uma das portas ao lado se abriu e um homem mais velho, de uns sessenta anos, apareceu carregando uma mala médica. Ele atravessou o salão com passos apressados até Trent.Eu parei, paralisada a poucos metros deles, sentindo o coração martelar no peito. Foi só então que percebi o corte profundo na lateral da cabeça de Trent, bem na linha do couro cabeludo. Seu rosto, parcialmente coberto de sangue, era um
Nossas roupas estavam espalhadas pelo chão como se tivessem sido arrancadas com pressa — e talvez tivessem mesmo.Trent se deitou entre minhas pernas, os olhos fixos nos meus com uma fome crua que me fez tremer.Seus lábios capturaram os meus em um beijo desesperado e suave ao mesmo tempo.Era como se ele quisesse devorar cada pedaço de mim, mas ao mesmo tempo saborear tudo devagar.Sua língua pediu passagem contra a minha boca, e eu cedi de imediato, gemendo baixinho quando nossas línguas começaram a lutar entre si.Ele, claro, dominou a batalha sem esforço, e quando se afastou, nossas respirações estavam entrelaçadas, quentes e ofegantes.Sem aviso, senti um dedo seu deslizar dentro de mim, arrancando outro gemido dos meus lábios."Você já está toda molhada pra mim, Elise," Trent murmurou com a voz rouca, seu hálito quente contra minha pele.Antes que eu pudesse responder, ele introduziu um segundo dedo, e seus movimentos precisos começaram a me levar à beira da loucura.Seus dedos
PONTO DE VISTA DE ELISE"Anda logo, Troy, a gente precisa voltar antes que percebam." Termino de abaixar a saia do uniforme de garçonete do bar onde trabalho.Troy coloca a camisa, ajeita o cabelo desgrenhado e me lança um sorriso. Tento sorrir de volta, mas meu estômago está embrulhado. Sei que, quando sair desse depósito, vou encarar os olhares dos outros funcionários. Olhares de pena. E nojo.Ninguém sabe que estamos juntos há dois anos. Na verdade, ninguém sabe nem que eu existo fora daqui. Sou só a funcionária que, de vez em quando, desaparece com o chefe.Antes que ele abra a porta, respiro fundo."Quando você vai me apresentar pra sua família como sua namorada?"Troy congela. Me olha como se eu tivesse dito algo absurdo."Já falamos sobre isso, não falamos? Muito em breve você vai conhecer minha família."Seguro a alça da saia com os dedos, tentando não parecer tão decepcionada."Muito em breve..." repito, com um sorriso vazio. "Você disse isso há seis meses, Troy. E eu ainda s
O meu sangue ferve nas minhas veias, e eu sei exatamente o que elas estão pensando: que eu tenho regalias por ser "a preferida" do chefe. A dor da injustiça me queima por dentro, mas eu mantenho a expressão impassível. No fundo, eu sei que talvez elas tenham razão. Não porque eu queira esse tipo de vantagem, mas porque Troy nunca deixa claro para ninguém que estamos juntos. E isso me faz parecer exatamente o que elas pensam: uma funcionária que dorme com o chefe para ter privilégios. Talvez eu deva aceitar que ele nunca vá assumir nosso relacionamento. Talvez seja o preço que eu tenho que pagar para ficar com ele? *** Quando saio do bar, percebo que já é tarde. A rua continua cheia, com pessoas rindo e conversando animadamente nas calçadas. A noite está fresca, e o cheiro de álcool e fritura enche o ar. Caminho apressada até uma rua próxima, mas para encurtar o trajeto até meu apartamento, decido cortar caminho pelo beco. A iluminação é
Depois de dirigir por cerca de quinze minutos, finalmente cheguei ao bairro mais decadente da cidade. É o tipo de lugar que muita gente teria medo de passar à noite — prédios antigos, ruas escuras e entregas suspeitas em cada esquina.O coração aperta no peito toda vez que preciso vir até aqui, mas não tenho escolha.Estaciono o carro e respiro fundo antes de sair, tentando reunir coragem para enfrentar mais uma noite complicada.Subo as escadas mal iluminadas e passo pelo corredor estreito até a porta do apartamento. Antes mesmo de bater, ela se abre, e Mel aparece correndo, os braços estendidos na minha direção."Elise!" Ela pula nos meus braços, e eu a seguro com firmeza, aproveitando o breve momento de tê-la comigo."Ei, baixinha. Tá tudo bem?" questiono, acariciando seus cabelos.Ela hesita, mordendo o lábio, e olho para ela com um pouco de medo da resposta."A mamãe chegou faz uns cinco minutos..." Mel sussurra. "Está bêbada de novo."Solto um suspiro pesado, sentindo meu estôma