(Esmen)— Não devia chorar por um monstro como ele. — Estava frustrado.— Ele representou, por meses, alguém que me protegia de todos, até de si mesmo. — não era mentira, pela sua vigília nas janelas do seu escritório.Pelos soldados me acompanhando, por se afastar de mim quando poderia se aproveitar de minha amnésia, por viver repetindo que não me amava ao invés de me enganar com promessas, como Rupher fez.Tauron estava sempre me machucando, mas nunca me iludiu. Nem mesmo quando cheguei em seu castelo, quando me colocou aquela pulseira de tortura ou me prendeu no quarto.Rupher estava cada vez mais irritado, sua pose de bom homem havia sumido, sua paciência evaporado. — O que d****s tem na cabeça para pensar assim? — gritou comigo, como Tauron nunca fez.Fiquei em alerta, me recostando no vidro da janela gigante. “Ele perdeu a compostura tão fácil, o que ele não faria em outro momento?”Tauron um dia me disse que eu seria sua escrava, mas nunca cumpriu com aquela palavra. Ele me l
(Esmen) “Mas não há como amá-lo.” — É vergonhoso, eu sei. Está implorando por algo que parece impossível de me oferecer. — colocou o cotovelo sobre o joelho levantando e a mão contra a coxa que cedeu sobre aquele que estava ao chão. Agora, ele estava sentado sobre uma das pernas mas ainda carregava a desilusão e desespero no rosto. — Mas me permita uma coisa… apenas uma coisa! — o observei em desconfiança. — Me permita tentar conquistá-la, me aproximar e dar todo o amor que eu digo sentir para você. Se com tudo que irei providenciar, deixando livre minhas fraquezas, você não sentir nada. Eu concederei um desejo! — assegurou com tristeza, provavelmente ciente do meu pedido. — Sabe o que quero. — foi a única coisa que eu poderia dizer. — Sim. Mas quero ter esperança que um dia seu desejo venha a ser outro. Que quando o dia chegar eu possa cumprir sob outras palavras, o seu desejo profundo. Em outros tempos, eu me sentiria honrada por ter um homem com tal título e beleza so
(Esmen) — Deixa de ser agourenta, Valácia! — Não vê a verdade na sua cara? Ele só perdeu os tesouros do reino dando para aquele rei louco. No fim das contas, ele nunca foi capaz de dar presente algum para ela. O som de seus passos era pelo quarto inteiro, mas em especial, no centro, onde devia ser na cama. “Ainda bem que não me escondi lá.” Desconfiava que antes de tentar entrar debaixo dela bateria a cabeça ou não conseguiria ter tempo. Seria rapidamente descoberta. — Porque ela não vivia no castelo. O pai dela o enganou. “Aquele homem se comunicava com Rupher constantemente? Ele o enganou por anos?” “Como era possível alguém confiar tanto assim a ponto de não averiguar as palavras do outro?” “Tauron o faria. Ele investigaria se estava tudo certo.” Novamente minha mente só o trazia de volta para mim. — Isso. Esse é o problema, ele foi feito de tolo o tempo todo. Quem sempre ficou com todos os presentes que ele mandava todos os anos no dia do aniversário dela foi o pai dela.
(Esmen)Franzi o cenho, agora compreendendo onde estava; as criadas arrumando o quarto, a chegada do rei ao cômodo, e seu tratamento seria ali. Meus olhos voltaram a varrer o lugar grande e repleto de coisas aromáticas.“Esse é o quarto dele?” Inspirei fortemente. Não era meu dia de fuga.Eu havia apostado tudo na ação de esfaqueá-lo, acreditando que ele mentia como uma raposa astuta enquanto me banhava de sentimentos falsos, aumentando meu desejo pela liberdade absoluta. Ao invés de seguir o plano mais racional de esperar ganhar sua confiança para fugir, agora isso seria impossível. Ele deveria pensar na sua dignidade ferida por ter sido atacado em um momento de vulnerabilidade de forma covarde.Coloquei as mãos contra os cabelos, tentando arrumá-los sendo racional. Não podia explodir como uma mulher comum. Fui ensinada a me portar diferente, superior. Ser inteligente era o caminho do sucesso, e eu precisava de sucesso.Arrumei o cabelo e decidi: iria me revelar antes que alguém entr
(Esmen)— Você tem perguntas, não tem? — ele foi o primeiro a quebrar o silêncio tenso, mas sua intenção me deixou muito confusa. Parecia até atencioso por me notar em um momento como aquele. Sua voz baixa me espetou novamente.— Existem muitas coisas a serem esclarecidas, e eu sei que você tem dúvidas.— Me responda todas elas quando estiver longe da morte. — Eu queria saber sobre seus acordos, suas informações e, em especial, sobre minha mãe. “Teria ele algo a ver com a morte dela?”— Quanta consideração. — quis ser sarcástico, mas o encarei com raiva.— Foi um erro tentar contra você, eu confesso. Portanto, agora só se recupere para me dar o que quero, por pelo menos uma vez! — digo enfurecida.— Levarei como um pedido sincero de desculpas. — disse em um murmúrio.Apertei os dentes, pressionando sem intenção um pouco mais a ferida, provavelmente causando um novo retorno de sangue.— Nesse ritmo você não terá nada de mim, se não minha morte e o silêncio para suas respostas. — murmur
(Gideon)Meu rosto, manchado de sujeira, suor seco e sangue, se contorceu demonstrando minha amargura.“Como ele pôde? Me torturar por uma mulher que não ama? Ele esqueceu Belle?”— Se Belle estivesse aqui, não aprovaria isso. — digo em um fio de voz.Seu rosto escureceu ainda mais. Parecia vir descontar em mim ou me ter como cobaia para testar as fraquezas de seus inimigos.Por mais que eu soubesse como Belle não se importaria em me ter aqui agora, eu ainda podia usar contra ele. Ele não sabia o tipo de cobra que casaria.Tauron apertou os dedos contra o cabo da espada. Ele me encarou mortalmente, a levantando e baixando com a mesma rapidez.— Responda a pergunta, Gideon! — Ghedal aconselhou atrás de mim, apertando meus pulsos.— Meu desejo nunca será realizado. — digo com amargura.— Tente! — Tauron permaneceu impaciente, com a espada sendo testada em ambas as mãos.— Prefiro falar!— Não quer saber se vai ter o desejo realizado? — Ele insistiu, sabia que era uma armadilha.“Esmen n
(Gideon) — Abstende-vos de pronunciar o nome dela. Suas mãos fechadas em punho, seu olhar, sua rigidez, sua pronúncia diferente. Tudo indicava o sentimento sobrepondo os demais. “Ele tem ciúmes?” apertei o caderno aberto, mas não deixaria assim. Levei para perto do rosto e inalei o aroma que vinha das folhas abertas. — Sentiu o mesmo? O cheiro que a pele dela carrega? — Tauron pisou duro se aproximando, me acertou o rosto. Eu caí gargalhando dele. Doía, o corpo e a alma doía muito, mesmo assim, era a única maneira de acertá-lo. — Por acaso desejais a morte neste instante? Me forcei a levantar, o encarando de baixo, parei de gargalhar. — Meu desejo não será realizado. Eu quero apenas expor seu belo fantasma do amor cego. Tauron não tremeu, ou, balançou, ele parecia ter conseguido controlar seus sentimentos quanto a ser enganado, assim que leu o caderno. — Se não quer sentar, não precisa. — digo limpando o sangue da boca. — Explique como planejaram tudo isso! — ordenou. — E
(Tauron) — Mas o território não ficará para sua filha? Ela é a esposa de Tauron. — Era. Ela é viúva do sanguinário. Ele está morto, não ouviu? Rupher o matou. — gargalhou. O outro ficou confuso por alguns segundos. — Então, o reino é dele, sua majestade. — Rupher já tem Esmen, ele não precisa de nada mais. “E novamente ele j**a sozinho.” — Quer enganá-lo novamente, meu rei? — o homem murmurou, preocupado. — Enganar Rupher é fácil. Difícil foi enganar Tauron, quando minha cabeça estava quase sob uma bandeja. — Passou as costas da mão esquerda sobre a testa, tirando um suor invisível. Sua roupa ridícula de guepardo, seu trono e sala com cortinas vermelhas, sua ostentação na coroa gigante sobre a cabeça, seus traços de velho trapaceiro, eram uma mistura arrogante, que me causava irritação. Alguém bateu na porta. Esta foi aberta imediatamente, e um soldado surgiu. — Sua filha chegou! — anunciou o homem. — Ótimo! Traga-os para cá! — pediu, sem remorso pelos planos sujos de trapa