Parte 1...* LucaHoje eu entendi uma coisa nova para mim. Senti a falta de uma outra pessoa, coisa que antes só havia acontecido com meus avós e com meu pai. Nunca fui emocional para sentir a falta de uma outra pessoa que não representasse nada para mim.Então, nesse caso, isso quer dizer que Carina começa a representar algo? É bem estranho isso para mim.— Você está calado demais - ela disse rindo — E você não é o tipo de pessoa que segura a língua por muito tempo. O que foi?— Estou pensando nesse encontro na casa de meus tios - era quase isso — Como vamos falar sobre nosso começo?— Hum... - ela mordeu o lábio, mexendo de um lado para outro — Já que eu era sua secretária, podemos dizer que começamos como amigos e depois as cosias foram mudando. Poderia encaixar bem.— É, podemos dizer que mantemos em segredo para ninguém fofocar sobre nós dois e nem pensar errado sobre você.Ela abriu a boca, se inclinando de lado.— Não acredito - fez uma cara engraçada.— Não acredita em que? -
Parte 2...— Ok, vamos então - ela pegou o braço de Carina — Gostei muito que tivesse vindo, quero saber mais sobre você.Carina me olhou de canto de olho e eu apertei sua mão. Entendo bem como é isso. Não gosto quando ficam me perguntando sobre minha vida e nesse caso, Diana só quer fuçar para descobrir algo que possa me prejudicar na corrida pela propriedade. Mas eu conto com a eficiência de Carina para fazer tudo certo.— Mãe, seu sobrinho chegou.Diana falou alto quando entramos na sala. Meu tio se levantou e veio até mim, me dando um abraço e depois abraçou também Carina, lhe dando um beijo no rosto. Notei que ela ficou tímida, mas respondeu com um sorriso bonito.Minha tia já a conhecia, então a abraçou apertado e a puxou para sentar ao seu lado. Eu sentei na poltrona em frente e comecei a conversar com meu tio, mas ligado em Diana e suas perguntas para Carina.E realmente, ela fez o que disse que faria. Com suas respostas, deixou minha tia feliz e sorridente. Meu tio Gustavo é
Parte 1...* LucaQuando saímos da casa de meus tios, resolvi ir mais devagar de volta para casa, assim teria tempo para ir conversando sobre a noite. Fizemos até algumas piadas sobre as caras e bocas que a Diana fazia. Foi engraçado.— Nossa, ela realmente é muito curiosa - Carina disse — Já era assim ou foi porque depois do testamento quer saber se você está mentindo ou não?— Bem, eu não sei dizer muito na verdade, porque nosso contato foi sempre assim, de vez em quando e geralmente em festas de família ou eventos. A gente não falava muito, como ela mesma disse.— Mas ela pelo jeito tinha uma relação mais estreita com o seu pai.Eu suspirei. Era verdade, mas isso era bom, eu nunca me importei mesmo com isso. Era bom para meu velho ter mais alguém da família próximo a ele. Era muito emocional.— Pois é. Ela costumava visitar meu pai e às vezes até saíam juntos, mas não sei a que ponto eles eram chegados.— Pelo jeito... Acho que muito né - ela espalmou as mãos sobre o colo — Ele até
Parte 2...Gargalhei e a joguei em cima da cama.— Luca!— O que foi? - comecei a tirar a roupa enquanto ela sentava na cama me olhando.— Você me empurrou!— E vou empurrar outra coisa mais.— Ai, credo! - ela gargalhou — Que linguagem mais besta para um homem de classe - cobriu a boca com a mão.— Ah, mas acontece que agora quem está falando são os meus hormônios. A classe foi toda pro ralo.Ela riu quando eu pulei em cima dela e comecei a beijá-la, puxando seu vestido. Acabamos nos embolando entre beijos e logo os dois já estavam sem roupa.— Espera! - ela colocou a mão em meu peito e me empurrou.— O que é agora? - fechei os olhos.— Luca, nós esquecemos de passar na farmácia. Não compramos nada - disse levantando.— Ei! - a puxei de volta — Não corre não. Amanhã a gente vai sem falta. Prometo.— Tá, mas agora não vamos fazer nada.— Ah... Vamos sim - a agarrei de novo e fiquei por cima — Nem pense que vai me deixar assim, de fogo aceso.— É só tomar um banho frio.— Não, quero me
Parte 3...Desço o dedo lentamente por seu rosto, passo por seu queixo bonito e pulo para seu ombro. Gosto da sensação de sua pele.— Você está me provocando - ele disse ainda sonolento.— Desculpe, não queria te acordar - retirei a mão — Não consegui dormir direto.— Está preocupada? - ele abriu os olhos e pegou minha mão.— É, um pouco - suspirei fundo.— O que está enchendo sua mente agora? - ele esticou a mão e mexeu em meu cabelo.— Você disse que devemos ser honestos para que o plano dê certo... Por acaso, você está querendo que eu fique grávida... Para encaixar no último pedido de seu pai?Ele apertou o lábios e suspirou. Se virou de barriga para cima e esfregou os olhos.— Não vou negar... Eu pensei nisso sim - murmurou — Mas não vou pedir isso a você, se não se sente capaz.— Um filho é algo muito sério, Luca - ele olhou para mim — Eu não seria capaz de abandonar um filho.— É muito bom saber disso... Mas eu não iria fazer tal coisa. Se você tivesse um filho meu, nunca iria p
Parte 1...* LucaNão sei bem como falar com a mãe da Carina. Isso é bem estranho para mim, ter que falar com a mãe de uma garota que na verdade, eu mal conheço.Estamos nos descobrindo agora, mesmo ela sendo minha funcionária há mais tempo. Só mesmo Roberto para me colocar nessa situação.E por falar nele, tenho duas mensagens para responder, mas vou fazer isso depois que terminar minha conversa com Gorete.A clínica realmente é excelente. Vi pouco enquanto espero por Carina que está lá dentro, no quarto da mãe, tendo uma conversa inicial antes que eu entre. Isso me deixa um pouco ansioso, o que acho bem chato, mas se tenho que fazer isso, que seja feito assim.Andando pelo jardim consigo entender que ela fez sacrifícios mesmo para pagar este ambiente. Dá para ver que tudo aqui é bem caro, é um lugar para pessoas mais ricas trazerem seus familiares.Para alguém como ela, que vive de salário, ainda que mesmo um bom salário, fica muito difícil de manter. Realmente ela precisava de quas
Parte 2...— E caso isso aconteça, pelo menos você vai me prometer que será um ótimo pai. Eu não vou ficar com toda a responsabilidade.— Eu prometo - apertei seu nariz.— Está bem, então vamos falar com a Gorete - ela pegou minha mão — Agora é com você e ela.** ** ** ** ** ** **Depois de trinta minutos falando com Gorete, já começo a entender porque a Carina tem esse jeito direto, mesmo que um pouco hesitante.Gorete é uma senhorinha que tem atitude, ainda que esteja deitada em uma cama de uma clínica para tratar sérios problemas de saúde.Ela é gentil comigo, mas é direta. De cara já me olhou de cima até embaixo, me analisando assim que coloquei os pés dentro do quarto. E geralmente sou eu quem tem esse tipo de atitude com os outros.— Eu não vou dizer que aprovo essa união falsa entre vocês - ela me disse de modo franco — Mas não vou querer fingir que não gostei de saber que isso vai ter um lado bom para Carina.— Gorete - ela me disse que a chamasse pelo nome e não por senhora —
Parte 3...— Sim... Eu gosto dela - achei melhor ser aberto ao que penso — Eu tinha uma ideia diferente sobre Carina. Achava que era tola, molenga... Que aceitava tudo porque não tinha atitudes, mas vi que não era bem assim.— Na verdade ela teve alguns sérios problemas antes que eu a encontrasse.— Eu sei, ela me contou algumas coisas. Eu sinto muito que vocês tivessem que passar por isso - apertei sua mão.— Carina é uma pessoa centrada, mais até do que eu - ela suspirou fundo — Achei que ela foi muito ousada e corajosa ao aceitar sua proposta. Eu não teria aceitado, ficaria com medo. Ainda bem que ela tem outra mentalidade.— Mas nós temos um contrato.— E hoje em dia, isso quer dizer o que, meu rapaz? Quem tem realmente caráter de manter um acordo?Eu até entendo o que ela diz. Se até mesmo uma mãe abandona seu filho por razões mesquinhas, o que dirá apenas um papel assinado que pode ser descartado.Mas eu queria que ela entendesse que eu também tive uma criação diferente, mesmo n