Estou sozinha em meu quarto, caminhando de um lado para o outro. Olho pela janela e vejo apenas escuridão a minha frente, uma crise de tosse sacode meu corpo e caminho até  janela respirando fundo sentindo a crise passar. O vento gélido da noite passa pelo meu corpo frágil, e com hematomas causando dor. A dor causada pelo ar frio não se comparar ao que está dilacerando minha alma, lágrimas rolam em meu rosto e evito não sentir o que está acontecendo. Gemidos de angústia e amargura enchem minha mente, minha loba Maya clama por socorro.

“Aquiete-se”, falei em uma tentativa de acalmar suas emoções.

Mas era inútil, eu e Maya somos unidas e temos um elo mental com o nosso companheiro Ethan e podemos sentir tudo que esta acontecendo com ele. A ausência neste quarto é que está causando todo esse sofrimento, pois minha loba e eu sentimos através do nosso elo mental que ele esta fazendo amor com outra mulher.

“ Porque ele está com outra?” Maya perguntou gemendo.

Seus uivos invadiram minha mente, me deixando nervosa e louca com seus choros e uivos.

Então Grito. “Pare, por favor!” mas ela está agitada e inquieta.

Levo as minhas mãos aos ouvidos, na tentativa de não a ouvir, me ajoelho no chão, deixando nossas lagrimas se misturar, pois podemos sentir a luxúria dos atos de Ethan e a intensidade de sua paixão, que fazem meu coração sangrar. Fecho os meus olhos e balanço a cabeça, na tentativa de apagar o que sinto. Mais posso ouvir gemidos e sussurros de Ethan e sua boca se movendo sobre o corpo de sua amante sugando seus seios, enquanto suas mãos habilidosas na intimidade dela arrancar um uivo de prazer que não é os meus. Minha loba olha em meus olhos e uiva de dor, estou quebrada por dentro e ferida. Me arrasto até a cama com muita, dificuldades, nos últimos dias tenho passado muito mal, perdi peso.

Sento na minha cama e acaricio a minha barriga em uma tentativa de fazer Maya ver o fruto do meu amor.

“Precisa se acalmar, Maya, pelo bebê”, sussurro, para minha loba que agora está com os olhos fixos em minha barriga.

Ela sussurra em minha mente. “Como ele pode fazer isso conosco”, sinto seus olhos triste e dou um suspiro desanimado.

Os últimos dois anos do meu casamento com Ethan invadem minha mente. Apenas dor, tortura e sofrimento. Quando ele se casou comigo, eu estava ansiosa pela noite de núpcias. Queria sentir a intensidade do amor de Ethan, mas a realidade foi outra.

“Como dizem enfim a sós”, falei sorrindo olhando para Ethan, mas seu semblante não era  amoroso como antes.

“Tire suas roupas e deite de costas”, ele cuspiu as palavras rudemente.

“Como?”, pisquei confusa diante dessa mudança.

Pude ver a impaciência dele diante da minha reação, ele veio até mim e arrancou as minhas roupas, jogando-me na cama. Assustada tentei me levantar, mais seu rosnado me paralisou.

“Abra as pernas”, pude ouvir ele separando minhas pernas deixando minha intimidade exposta.

Ouço o barulho das suas roupas caírem ao chão e se posicionado atrás de mim, ele me invadiu sem piedade, causando uma dor horrível. Gritei segurando com forças os lençóis e naquela noite ele usou meu corpo de todas as formas que quis.

Pela manhã não consegui me erguer da cama e desde então, todos os dias, tenho sofrido abusos e insultos verbais. Nesta noite percebi que meu marido é um abusador sexual e me escolheu para ser sua vítima.

Escutei muitos insultos do tipo. “Ava, como pode ser inútil assim?”, ou “Faça o que mandou ou então…”. As ameaças e torturas psicológicas eram constantes. Lembro-me quando fiz um comentário sobre um problema com as alcateias, como luna da The Wild Shadow Pack.

Nash na presença de todos a ouviu, mas quando chegou em seus aposentos no palácio revelou-se.

“Venha cá”, suas mãos me enlaçaram pela cintura, me puxando e beijando ferozmente, forçando sua língua a invadir minha boca. Suas mãos, rasgou as minhas roupas e ele beijou a curvatura do meu pescoço apertando levemente.

“Quem você pensa que é, para opinar nas reuniões?”, o aperto em meu pescoço se intensificou e pude sentir o ar sumir dos meus pulmões.

Os olhos de Ethan se encontraram com os meus e pude ver o brilho sádico deles, ele lambeu minhas bochechas e seus dedos passou pela minha nuca, puxando meus cabelos com força, um grito escapou da minha garganta e isso fez com que ele aumentasse ainda mais a pressão.

“Ethan, você está me machucando!” balbuciei, levando as mãos ao encontro das suas.

Ele me encarou ferozmente. “Nunca mais se atreva a dar palpites, nos assuntos da matilha”, ele rosnou.

“Ethan, e… eu sou a luna da matilha, meu dever é ajudar”, falei em um fio de voz e ouvi a risada grotesca dele e do seu lobo Zen, zombarem de mim.

“Luna? Você não passa de uma inútil! Não presta para nada”, rosnou arrancando minha roupa deixando meus seios exposto, senti seus dedos apertá-los com força, não aguentei e gemido de dor.

“Não tenhas ideias Ava, você só está ao meu lado apenas por aparências… qualquer ideia sua, saiba que sua família de vermes irão sofrer…” Ele para de falar e um sorriso cruel se desenha em seus lábios.

Ele me empurrou no sofá, se posicionando em minha frente abrindo minhas pernas, ele passa a língua nos lábios umedecendo-os, como se estivesse diante de uma caça suculenta. Sinto sua boca na minha intimidade, mais não sinto nada além de dor e desejo que ele termine logo.

Todas as noites tem sido um sofrimento, Ethan abusa do meu corpo de formas cruéis, me fazer sofrer se tornou sua fonte de prazer, ele desconta a frustração no sexo, por isso tenho hematomas por todo meu corpo. Quando engravidei os abusos sexuais cessaram um pouco, neste momento começou as traições, Maya e eu sofremos juntas por diversas noites, ouvindo gemidos e seus insultos enquanto faz amor com outras lobas, tudo devido ao nosso elo mental.

Apesar de toda noite ser uma tortura e angustia, acabei acostumando, ainda sentia um pouco de amor e tinha esperança que Ethan mudasse. Eu ouvi passos pelos corredores, farejei o ar e pude sentir o cheiro de Ethan, minha loba Maya se alegrou pulando de felicidade.

A porta se abriu revelando a imponência do homem, alto, viril, olhos negros e cabelos negros compridos.

“ Porque está acordada?”, ele me perguntou, me olhando com desprezo.

“Estou sem sono”, falei desviando os meus olhos dos seus o observando pelo canto dos olhos.

“Venha tirar minhas roupas, sua inútil”, ouço ele falar quase como um rosnado.

Me levanto da cama indo até ele, retiro sua capa deixando sobre o sofá. Meus dedos magros e trêmulos puxou sua camisa e minhas unhas arranhou sua barriga, ele me empurrou para longe com um rosnado e eu me encolhi com medo.

“Você não serve nem para despir seu marido”, ele falou soltando os cintos, fazendo suas calças cair revelando seu membro rígido.

“Chupe-o, ao menos você serve para isso”, ele ordenou e me ajoelhei diante dele, com um pouco de dificuldades.

Seguro seu membro na base e levo até a boca sugando e movendo a mão para cima e para baixo. Maya ficou mais calma agora e bem feliz, até que um cheiro familiar chegou aos nossos narizes, mas decidimos não ligar, pois Ethan está conosco agora. Não demora muito sinto ele gozar na minha boca, me afasto com dificuldades e olho nos olhos dele e vejo seu sorriso maquiavélico.

“O que foi?está ansiosa para podemos transar novamente ou sentiu algum cheiro?”, Ethan falou sorrindo indo se lavar.

“Porque está me traindo?”, perguntei a ele, enquanto abracei meu próprio corpo.

“Porque é uma inútil agora, mas quando tirar meu filhote de sua barriga…”, ele sorrir com um brilho cruel no olhar, seu lobo Zen, rosna para mim com maldade e sinto um arrepio percorrer todo meu corpo e um medo me domina.

“Maya, Ethan nos matará assim”, sussurrei para minha loba, mas ela estava quieta de olhos fechados.