Bruno, sem saber o quanto seu trabalho árduo estava afetando todos na empresa, depois de sete dias se acalmando, marcou um encontro com Aurora na suíte presidencial do Hotel Internacional da Cidade G, no último andar.Aurora trouxe Michel consigo.O pequeno estava com ela porque a irmã estava ocupada com a reforma de sua loja nos últimos dias e não tinha tempo para cuidar do Michel, então pediu a Aurora para ficar com ele.Vasco e seus colegas estavam esperando Aurora na entrada do hotel. Ao ver Aurora saindo do carro com Michel nos braços, Vasco se aproximou educadamente e a cumprimentou:- Sra. Alves.- Onde está o Sr. Alves?- O Sr. Alves está esperando a Sra. Alves no último andar. Por favor, venha conosco.Vasco e sua equipe acompanharam Aurora respeitosamente para dentro do hotel.Alguns minutos depois, ela entrou na suntuosa suíte presidencial com Michel nos braços.Bruno estava de costas para a porta, em pé próximo à janela, e dentro do quarto havia um forte cheiro de tabaco.B
Bruno organizou suas ações no Grupo Alves, o acordo de transferência de ações, bem como os certificados de propriedade de todos os seus bens pessoais, incluindo imóveis e lojas, tudo em uma pasta de arquivos para entregar a Aurora.- Mesmo se eu transferir as ações para você, você não precisa se preocupar com a administração da empresa. Vou continuar cuidando do Grupo Alves, e todo o dinheiro que eu ganhar será seu, estarei trabalhando para você. Quanto dinheiro você quiser ter, até se tornar a mulher mais rica do país, vou fazer o meu melhor para te ajudar a alcançar essa posição. Contanto que você esteja disposta e vá comigo fazer esses procedimentos, esses bens serão transferidos para o seu nome. Não vou deixar nada para mim. Todo mês, você pode me dar uma mesada. No começo, eu estava cauteloso e com medo de que você estivesse interessada apenas no meu dinheiro. Agora, estou voluntariamente dando todo o meu dinheiro para você, para provar minha confiança em você, e também para me de
Aurora já tinha a sensação de que Bruno definitivamente recusaria, mas antes mesmo de Aurora recusar, ele a ameaçou:- Se você não aceitar as coisas desta sacola, eu vou jogar tudo pela janela. Você é quem manda nesta casa, já que você não se importa com nossos bens familiares, por que eu deveria me importar? Eu só me importo com você como pessoa.Aurora sentiu um espasmo no canto da boca.Uma semana se passou sem se encontrarem, e agora que ele a chamou para encontrá-lo, ela pensou que ele tinha passado a compreendê-la e que havia mudado um pouco de seu comportamento autoritário. Mas ao ouvir suas palavras ameaçadoras, Aurora suspirou mentalmente.Os costumes podiam ser mudados, mas a natureza era difícil de mudar.Ele era assim por natureza, ela não devia esperar ser uma exceção e tentar mudá-lo.Ele não iria mudar, e ela também não queria mudar. A única opção era se ajustarem continuamente.Depois de olhar para ele por um tempo, Aurora pegou novamente a sacola de documentos e tirou
- Então, eu te levo para ver as nossas casas? – Perguntou Bruno.Ele naturalmente se referia às casas que ele comprou antes do casamento.Geralmente, ele comprava grandes mansões com jardins na frente e atrás.Apenas as casas na área escolar eram em prédios altos. Quando ele comprou essas casas, ainda estava solteiro, mas ele sabia que sua família não o deixaria ser um solteirão para sempre. Um dia, ele se casaria e teria filhos. Para facilitar a educação das crianças, ele escolheu comprar algumas casas na área escolar.Não importava em qual escola seus filhos estaria estudando, ele tinha uma casa em cada área escolar para facilitar a educação deles.- Você não está ocupado com o trabalho? – Perguntou Aurora.- Desde que seja em sua companhia, não estou ocupado.Aurora ficou em silêncio por um instante antes de responder:- Bem, se formos ver, tem que ser no fim de semana. Aí você não precisa trabalhar, e eu não preciso abrir a loja.Ela não queria ocupar o tempo de trabalho dele.As p
Bruno de repente percebeu as diferenças de níveis entre eles.Se Aurora não trabalhasse, ela se tornaria como a Madalena antes do divórcio, precisando pedir cada centavo a ele, que decidiria dar ou não de acordo com o seu humor, como um ato de caridade. Talvez até reclamasse que ela só sabia gastar dinheiro e não sabia ganhar.Se Aurora fosse como sua mãe, que tinha nascido em uma família rica, crescido em uma família rica e se casado com alguém de uma família rica, mesmo que não trabalhasse, teria um dote substancial para garantir que tivesse renda e permanecesse financeiramente independente.Ele ouviu sua mãe falar sobre isso. Quando sua mãe se casou com seu pai, ele era o herdeiro mais velho da família Alves. Seus avós estavam preocupados que sua mãe fosse maltratada na casa do marido, então deram a ela um dote generoso, incluindo casa, carro, lojas e até mesmo uma pequena empresa.A pequena empresa que sua avó deu para sua mãe como dote, após várias décadas, já tinha se tornado uma
Aurora caminhou até o carro com Michel nos braços, destravou o veículo, abriu a porta e colocou Michel na cadeirinha infantil. Ela se virou para o Bruno, que estava parado atrás dela, e disse:- Vou indo.Bruno olhou profundamente para ela e demorou um pouco para conseguir dizer uma palavra:- Certo. - Ele notou a frente do carro dela e disse. – É melhor trocar de carro.Aurora já estava dentro do carro e o havia ligado. Ela abaixou o vidro da janela e disse para ele:- Este é o primeiro carro que você me deu.O olhar de Bruno se tornou mais significativo.Ela partiu de carro.Ele ficou parado no mesmo lugar, observando o carro dela se afastar.Vasco e o grupo de guarda-costas estavam de pé a certa distância, sem se aproximar.Parecia que o Sr. Alves e a Sra. Alves não estavam brigando mais, mas o casal ainda estava distante e frio, sem o amor e a doçura de antes.Somente quando o carro de Aurora desapareceu de vista, Bruno acenou com a mão.O grupo de guarda-costas se aproximou rapida
Ela parou de limpar a mesa e saiu segurando o pano, olhando sorridente para sua irmã que estava tirando o filho do carro.- Mamãe! - Disse Michel, correndo em direção à mãe.Observando o pequeno correr para a mãe assim que saiu do carro, Aurora sorriu e disse à irmã:- Por mais que eu mime ele, ele sempre será mais próximo da mãe.- Isso é natural. Se você e Bruno gostam de crianças, deveriam pensar em ter uma. - Brincou Madalena, ao mesmo tempo em que observava a expressão da irmã.Ao perceber que Aurora apenas sorria e não respondia, ela soube que o casal ainda não havia resolvido totalmente suas diferenças.- Por que Bruno te chamou para conversar? - Perguntou Madalena, segurando o filho enquanto voltavam para a loja juntas.Ao ser questionada pela irmã, Aurora rapidamente se virou e voltou para o carro, pegando a pasta que estava lá dentro, contendo todas as economias de Bruno.De volta à loja, Aurora viu que os funcionários já haviam saído e perguntou à irmã:- Já terminaram?- Si
- Deem um pouco mais de tempo um ao outro. - Disse Madalena enquanto acariciava as costas da mão da irmã, colocando todos os documentos imobiliários de volta na pasta. - Essas coisas são muito importantes, não as deixe na minha casa alugada. Embora o lugar que encontrei seja bom, tem muitas pessoas complexas no mesmo prédio. A segurança não é tão boa quanto no Condomínio Rosa. Leve tudo de volta para sua casa com o Bruno, compre um cofre e guarde lá. Assim será mais seguro, afinal, é todo o patrimônio do Bruno.Aurora ficou em silêncio por um momento e então disse:- Mais tarde vou ligar para a avó e entregar essas coisas a ela para guardar. A casa deles é mais segura.- Tudo bem. - Respondeu Madalena sem objeções, e perguntou à irmã. - Você vai almoçar aqui?- Quero ir à Mansão dos Junqueira para ver a nossa tia. Talvez eu acabe almoçando lá.- Você tem algum assunto para falar com a tia Fernanda? - Perguntou Madalena com preocupação. – Está precisando da ajuda dela?A Sra. Junqueira