No quarto de Vitor, as pesadas cortinas estavam fechadas, não deixando passar um fio de luz; apenas a tela do computador em cima da mesa iluminava seus olhos, revelando à pessoa do outro lado da videochamada que ele não estava dormindo.- Eu ainda não entendo por que você insiste em dar as informações da Nicole para aquela Hortencia. Embora, segundo as investigações, a Nicole provavelmente não seja filha da Hortencia, nós não temos provas conclusivas de que não é. E se a criança trocada no passado foi trocada novamente?Na tela do computador, Joaquim segurava um copo de bebida, conversando com Vitor na tentativa de despertar seu interesse, mas Vitor permanecia absorto em suas emoções, bebendo sozinho.Achando a situação aborrecida, Joaquim colocou o copo de lado:- Ei, Sr. Vitor, você poderia parar de se fazer de difícil? Foi você quem me ligou. Eu deixei de aproveitar meu tempo de sono durante o dia para te fazer companhia, e você nem ao menos demonstra gratidão, ainda fica bebendo so
Vitor, porém, não deu atenção ao choque de Joaquim e continuou a beber sozinho....Como Viviane precisava se concentrar na escrita, a responsabilidade de organizar a festa recaiu sobre Helena e Júlio.- Qual data você acha melhor? - Helena perguntava, enquanto examinava o calendário, procurando o dia mais adequado.Júlio, no entanto, estava perdido, fixando o olhar nas bochechas rosadas de Helena, desejando beijá-las.- Ei, você está me ouvindo? - Helena perguntou, irritada, cutucando a barriga de Júlio ao perceber que ele estava distraído.Júlio voltou a si, sorrindo, e abraçou a cintura de Helena:- Qualquer dia que você escolher está ótimo.- Que resposta mais indiferente! - Helena reclamou. - Se lembre de que a Vivi será sua irmã.Júlio se aproximou do ouvido de Helena e, em um tom baixo, disse:- Se estivéssemos escolhendo a data do nosso casamento, eu estaria bem atento.Enquanto falava, seu coração começou a bater mais rápido.Helena não respondeu, mas também não reagiu de mane
Saulo ficou atordoado ao saber por Júlio que seus laboratórios haviam sido fechados.- Sr. Júlio, não se preocupe, vou ligar agora mesmo para descobrir o que aconteceu.Júlio, sendo um médico genial, não apenas era um dos talentos mais valorizados pelo presidente do país M, mas o Grupo Barbosa também era uma empresa formidável. Além disso, Júlio tinha uma relação próxima com Ricardo. Tudo isso deixava Saulo extremamente inquieto.Ele rapidamente ligou para seus subordinados, perguntando o que estava acontecendo. Quando soube que a ordem vinha do diplomata Tristão, Saulo exclamou furioso:- Absurdo! Quem ele pensa que é, fechando os laboratórios dos outros assim?Um dos subordinados explicou:- Parece que é porque a Srta. Karina gosta do Sr. Júlio há muito tempo, mas nunca foi correspondida. Então, num acesso de raiva, pediu ao Sr. Tristão para fechar os laboratórios do Sr. Júlio.- Isso é ainda mais ridículo! - Saulo ficou ainda mais irritado. - Por causa de uma questão amorosa, fechar
Sérgio era uma raposa astuta, não era fácil de lidar.- Como estão as coisas do lado do Sérgio? - Júlio perguntou ao não ver sinal de Viviane.- Já começamos a implementar as medidas.- O que você pretende fazer? Ele é uma pessoa muito cautelosa, cercado por especialistas. Eliminá-lo não será simples.- Quem disse que quero eliminá-lo? - Ricardo levantou os olhos e olhou para Júlio.Júlio ficou confuso:- Você...- Ele poupou minha vida, então eu pouparei a dele. Mas ele tramou contra a Viviane, e eu farei com que pague um preço alto, um preço muito doloroso.Júlio não sabia exatamente o que ele pretendia, mas sabia que não eram palavras vazias.- Ouvi dizer que, recentemente, sob a liderança de Amadeu, a filial do Grupo YS no país TZ conquistou a primeira posição no mercado de veículos elétricos, equipamentos de comunicação, imóveis... E outras áreas. Se continuar assim, o espaço de atuação do Grupo Barros no país TZ será drasticamente reduzido. Nesse ponto, Gustavo poderá acabar vive
Infelizmente, essa felicidade não durou muito. Quando Viviane entregou o manuscrito completo para Ricardo, ele disse:- Levarei o manuscrito para traduzir. Quando estiver pronto, mandarei alguém trazer de volta.Viviane não respondeu.Só depois que o carro de Ricardo desapareceu na distância, Viviane mordeu os lábios e voltou para o quarto, desolada. Ela não sabia o que tinha acontecido, só sabia que o Sr. R parecia estar deliberadamente se afastando dela. Talvez, se recuperasse as memórias perdidas, seu relacionamento com o Sr. R não precisasse ser tão estranho.Quando Viviane compartilhou esse pensamento com Helena, ela ficou extremamente assustada.- Querida, não pense assim, por favor. Me deixe te dizer, o Sr. R nunca iria te ignorar. - Diante do olhar confuso de Viviane, Helena repetiu. - Se lembre, nunca pense assim. Apenas viva bem os dias de agora.Viviane perguntou:- Então, você acha que meus dias de agora são melhores do que antes da amnésia?Helena refletiu seriamente e nã
Viviane ainda achava que não havia problema.- Certo, então está combinado.Helena disse, e depois conversou mais um pouco com Viviane antes de sair. Não esperava que, ao sair, visse Júlio no salão, falando ao telefone.- Não me importa o que você faça, mas precisa resolver a questão dos laboratórios até este sábado. Na próxima semana, eu preciso continuar os experimentos!Não se sabia o que a outra pessoa disse, mas Júlio, geralmente tão calmo, estava furioso:- Pare de falar besteiras, em vez disso, vá logo resolver o problema.Ao terminar, ele desligou o telefone abruptamente e se virou, prestes a jogar o celular no sofá. Ao ver Helena no andar de cima, ele rapidamente mudou a expressão zangada:- Vai embora?- Sim.- Eu te levo de volta.Helena hesitou por um momento, mas acabou concordando.Júlio pegou as chaves e levou Helena de volta ao hotel.Durante todo o trajeto, ambos permaneceram em silêncio. Helena tentou várias vezes perguntar a Júlio o que havia acontecido, mas acabou s
Helena soltou uma risada fria:- Essa questão você tem que resolver com o Júlio, falar comigo não adianta nada.Karina respondeu:- Naturalmente vou falar com ele, só que tenho medo que você fique grudada nele e não o deixe em paz.Helena deu um sorriso:- Quanto a isso, pode ficar tranquila. Em poucos dias voltarei para o meu país, então, mesmo que eu quisesse ficar ao lado dele, não poderia. A não ser que...- A não ser que o quê?- A não ser que ele vá comigo para o país TZ.Karina riu ao ouvir isso:- Você está sonhando! O Sr. Júlio jamais iria para o país TZ com você. Ele já tem uma carreira de sucesso no país M. Ir com você para o país TZ e começar do zero? Nem um tolo faria isso!Embora essas palavras refletissem o que Helena pensava, ouvi-las da boca de Karina a deixou profundamente incomodada.- Se ele não vai voltar comigo para o país TZ, então por que você ainda está falando comigo?Karina ficou sem palavras. Furiosa, pegou sua bolsa que estava sobre a cama:- Espere e verá,
A mansão, embora não fosse tão grandiosa quanto a da família Barbosa, possuía um charme rústico e natural, com um valor artístico notável. O mordomo da mansão conduziu Júlio até a sala de estar.- Sr. Júlio, o Sr. Tristão ainda está trabalhando no escritório. Por favor, aguarde um momento. - Disse o mordomo antes de se retirar, sem nem sequer oferecer uma xícara de chá a Júlio.Depois de esperar por mais de dez minutos, Tristão finalmente desceu do segundo andar, exibindo uma expressão de surpresa ao ver Júlio.- Sr. Júlio, o que o traz aqui?Tristão, alto e atraente, ainda mantinha uma aparência imponente apesar das marcas do tempo em seu rosto.Júlio foi direto ao ponto:- Sr. Tristão, ouvi dizer que foi você quem fechou meus laboratórios...Tristão manteve a calma, sem mostrar qualquer sinal de desconforto:- Seus laboratórios foram fechados? Eu não sabia disso.Júlio, sem rodeios, continuou:- Sr. Tristão, vamos falar abertamente. O que você quer?Tristão sorriu ligeiramente ao ouv