Júlio estava a uma certa distância da mesa de operação, incapaz de ver claramente o rosto da jovem deitada sobre ela. Ao ouvir as palavras de Gustavo, ele acenou levemente com a cabeça. Sendo um dos especialistas mais renomados do mundo em nefrologia, essa cirurgia era brincadeira de criança para ele. O único motivo pelo qual ele retornou do exterior para realizar a operação era por consideração a Ricardo.- Então eu vou indo, deixo tudo nas suas mãos.Gustavo trocou algumas palavras de cortesia com Júlio antes de se virar e sair....Nesse momento, fora do cartório de registro civil.Assim que Ricardo saiu do carro, atraiu uma multidão de olhares. Ele não vestia roupas de grife nem dirigia um carro de luxo, mas seu carisma e aparência distinta, complementados por seu rosto atraente e físico perfeito, tornavam impossível não notá-lo. Indiferente ao alarde, ele ficou parado na entrada do cartório, olhou para o pulso, revelando os músculos bem definidos do antebraço.Já eram 9h10 e Vivia
- Doutor. - O médico responsável por Débora fez um sinal discreto para ela antes de se dirigir a Júlio. - Esta pequena cirurgia não exige realmente a sua intervenção pessoal.Júlio desviou o olhar, sem lembrar onde tinha visto Viviane antes.Todas as mulheres bonitas pareciam ser iguais.Talvez ele estivesse pensando demais.Ele olhou para o médico responsável.Desde a noite anterior, quando haviam discutido o caso, o médico insistia que ele mesmo realizasse a cirurgia.Ao ver tal entusiasmo, Júlio concordou:- Tudo bem.Aliviado com a concordância, o médico deu um suspiro longo e falou para o anestesista:- Aplique a anestesia agora.O anestesista pegou a seringa e injetou o líquido no braço de Viviane.Viviane observou o líquido entrar lentamente em seu corpo e murmurou com fraqueza:- Me solte, me solte...À medida que o líquido se esgotava, as pálpebras de Viviane se tornavam cada vez mais pesadas.Em sua mente, flashes de várias pessoas passavam.Seus pais, Gustavo, amigos, mas ca
Apenas um olhar foi suficiente para fazer os seguranças tremerem de medo.- Segundo andar, sala 208.Tendo obtido as informações que queria, Ricardo levantou a perna e esmagou o pager com um chute. Girou e subiu as escadas.Os olhares se cruzaram entre as pessoas que observavam o aparelho despedaçado no chão. Ninguém ousava se mexer.Nem mesmo quando Ricardo entrou no elevador ousaram usar seus próprios pagers para chamar reforço.O elevador chegou rapidamente ao segundo andar.Assim que Ricardo saiu, seus olhos capturaram imediatamente a luz vermelha acesa do lado de fora da sala de cirurgia 208. Aquele vermelho ofuscante era como uma lâmina cortando uma ferida, perfurando diretamente o coração de Ricardo.Ele apertou os punhos até estalarem.Ao chegar à porta, ergueu a mão e a golpeou. A porta de madeira sólida foi rompida como se fosse papel.Todos dentro da sala de cirurgia se assustaram e olharam em direção à entrada.E lá estava ele, Ricardo, com os olhos vermelhos como sangue
A expressão "iminente perigo" fez os olhos de Ricardo escurecerem.Um frio arrepiante pairava no ar.A enfermeira subitamente se lembrou do momento em que Ricardo arrombou a porta e entrou, tremendo de medo.Temeu que um soco a acertasse.Felizmente, Ricardo já havia sacado seu celular e se afastou.- Providenciem uma transfusão de sangue urgente da reserva.Ricardo falava ao celular, seu tom era frio.O assistente do outro lado hesitou:- Sr. Ricardo, você não queria que ninguém soubesse que você tinha voltado...- Faça isso imediatamente!- Sim.O rosto do assistente empalideceu e ele se apressou em cumprir.Depois de desligar o telefone, Ricardo fechou os olhos e soltou um longo suspiro.O peso em seu peito, no entanto, não foi aliviado.Ele voltou à entrada da sala de cirurgia, a luz vermelha ainda piscando, como se pressagiasse algo....Meia hora depois.Júlio saiu com um rosto cansado.- Está tudo bem, ela provavelmente acordará esta noite.Os traços tensos no rosto de Ricardo s
- Ricardo?- Hum.A vibração que emanava de seu peito fez Viviane perceber que isso não era um sonho.Ela estava realmente nos braços de Ricardo.O cheiro poderoso de hormônios masculinos tingiu silenciosamente as suas bochechas de vermelho.Ela murmurou, inquieta:- Onde eu estou?- No hospital.Ricardo fez uma pausa por um segundo antes de soltar Viviane.Justo quando Viviane tentou se mover, foi detida por Ricardo.- Não se mova, você acabou de fazer uma cirurgia e precisa descansar bem.O rosto de Viviane empalideceu:- Meu rim...- Ainda está lá. - Ricardo esfregou suas têmporas. - Cheguei quando a cirurgia já estava na metade, então o que você teve foi uma cirurgia de sutura.Viviane finalmente se sentiu aliviada.Momentos depois, ela olhou para Ricardo, preocupada:- Você está bem?Nesse edifício, apenas membros da família Barros tinham acesso.Forasteiros não poderiam entrar.Ricardo exibiu um sorriso irreverente e afastou-se de Viviane:- O que você acha?Viviane o examinou de
Ricardo cerrava os punhos, seus olhos fixos e severos no reflexo do espelho de vidro.Amadeu, sem receber uma resposta por um longo tempo, apressou-se a perguntar:- Sr. Ricardo, o que faremos a seguir...- Abandone-o nos subúrbios para que se vire por si mesmo.Amadeu rapidamente lembrou Ricardo:- Sr. Ricardo, estamos no país TZ, não é nosso território.Os punhos de Ricardo se apertaram ainda mais, seu olhar ficou tão sombrio que parecia que poderia pingar água.- Então, que ele sofra alguns dias mais, até aprender a manter a boca fechada! - Sim, senhor.Ricardo pôs o celular de lado, sua mente inquieta.Ele olhou para Viviane, que estava jantando. A jovem estava satisfeita, seu rosto puro exibia um rubor, ela parecia feliz como um coelho abraçando uma cenoura.A tensão em sua testa lentamente se dissipou....Júlio, digno do título de médico de primeira linha, fez com que Viviane pudesse se mover livremente três dias depois.- Vamos fazer outra revisão. Se tudo estiver bem, você po
- É um presente para você.Eles tinham um casamento por contrato, e além do certificado de casamento, não havia mais nada entre eles.Nestes últimos dias com Viviane, ele sentia como se a estivesse negligenciando.Então ele decidiu comprar um pequeno presente para ela.Viviane o recebeu, abriu-o cuidadosamente e ficou paralisada.Dentro da caixa jazia uma pulseira de jade verde.A pulseira era translúcida e feita de material de alta qualidade. Sentia-se agradavelmente fresca e quente ao toque.Viviane se apaixonou imediatamente, mas pensando no preço...Ela disse com pesar:- Isso certamente não foi barato, melhor você devolvê-lo.- Não é caro.Ricardo tirou a pulseira de jade das mãos de Viviane e a colocou em seu pulso.Em um instante de hesitação de Viviane, a pulseira já estava perfeitamente encaixada em seu pulso.Seu pulso já era delicado e pálido, e com a pulseira de jade, ficou ainda mais elegante.Ricardo não conseguiu desviar o olhar por um momento.Viviane ficou nervosa e pr
Na loja, uma mulher vestida de gala estava sentada em uma poltrona redonda, experimentando pulseiras uma após outra. Helena também a viu:- É a Iara Morais!Viviane silenciosamente apertou os punhos. A decadência da família Ribeiro, de anos atrás, foi causada pelas mãos da família Morais. Depois que a família Ribeiro se desfez, a família Morais ascendeu e se tornou uma das quatro grandes famílias. No entanto, diferente das outras famílias com séculos de história, a família Morais não tinha profundidade, agindo como pessoas que haviam enriquecido subitamente e sem nenhuma cortesia. Eles eram frequentemente criticados, especialmente desde o retorno de Viviane ao país.Como futura matriarca da família Barros, ela tinha sido treinada desde o nascimento, na etiqueta da alta sociedade. Ela sempre era elegante e adequada, não importando a ocasião. Mas não era o caso dos filhos da família Morais, que frequentemente faziam papelão nas redes sociais. Até a filha que Fernando Morais mais valoriz