Na época em que seu pai fugiu de casa, ele já deveria ter cortado laços com a família Barros. Agora, assim como Ricardo, Débora também estava consumida pelo ciúme.- Essa descarada, aproveitando a morte do David para seduzir o Gustavozito sem nenhum pudor. E o pior é que o Gustavozito agora está tão obtuso que nem percebe.- Gustavozito, como nosso avô pôde morrer assim? - Débora, imitando Viviane, também começou a chorar.No entanto, Gustavo não estava no clima para ouvir seu choro:- Você pode parar de chorar? Isso só me deixa mais irritado!Débora parou de enxugar as lágrimas abruptamente.- Viviane. - Gustavo deu um tapinha no ombro de Viviane, com uma suavidade que nem ele percebeu. - Se levante, eu vou mandar alguém te levar para casa. Não se culpe tanto, a morte do avô não tem nada a ver com você. Tudo isso é culpa do Fernando, e eu vou fazer com que ele pague devidamente por isso.Viviane apoiou a mão na testa:- Me deixe ficar, quero acompanhar o avô até o fim.Embora ela não
As pessoas de Gustavo levaram Viviane até a porta da mansão, onde dona Rose, que já a esperava, a ajudou a voltar para dentro.O motorista, observando o cuidado minucioso de dona Rose, não pôde deixar de sussurrar:- A tia parece realmente dedicada, mas é estranho que o senhor da casa ainda não tenha aparecido.Refletindo sobre isso, ele dirigiu em direção à entrada. No momento em que se afastava, não percebeu que um carro havia estacionado no lugar onde ele estava antes.No segundo seguinte, a porta do carro se abriu, e Ricardo entrou com passos largos na mansão. Assim que entrou, correu para abraçar Viviane, que estava encolhida no sofá da sala, chorando.Sentindo o abraço quente e familiar, Viviane se enfiou ainda mais nos braços de Ricardo.Ricardo acariciava as costas de Viviane com ternura, sem dizer uma palavra, apenas a abraçando tranquilamente.Neste momento, nada era mais importante do que a companhia silenciosa.Apoiada nos braços de Ricardo, Viviane finalmente conseguiu ado
Gustavo rangeu os dentes:- Eu quero que o Fernando pague com sangue pelo que fez.- Isso é fácil, já mandei alguém capturá-lo.- Ótimo, quando o pegarem, quero que me entreguem ele. Vou fazer com que ele se arrependa de ter nascido.Ricardo não respondeu, mas continuou a perguntar:- E quanto aos outros assuntos? Como o funeral, por exemplo.- Obrigado, tio Ricardo, não precisa se preocupar com isso. A Viviane provavelmente virá ajudar.Ricardo franziu a testa:- Viviane vai também? Por quê?Gustavo não percebeu nada de errado:- Foi a Viviane que disse que queria vir.- Isso não está de acordo com as regras, né?Se Viviane for ajudar a organizar o funeral de David, eles com certeza se encontrarão lá, e então, a identidade dele não poderia mais ser escondida.- Realmente, mas a Viviane disse que se sentiria mais tranquila assim. Embora ninguém vá culpá-la pela morte do avô, ela sente que ele morreu por causa dela.Dizendo isso, ambos ficaram em silêncio.Na verdade, não tinha nada a v
A notícia da morte de David rapidamente se espalhou por todos os cantos. Como a verdadeira causa da morte não foi divulgada, havia rumores de todo tipo, exceto que ninguém suspeitava que David tinha sido assassinado por Fernando. As pessoas ao redor de Viviane, através de suas próprias redes de contatos, souberam do perigo que ela enfrentou naquele dia e expressaram sua preocupação.Quando Helena, Hortencia e Rosa ouviram a notícia, correram para a casa de Viviane. Diante da preocupação de amigos e familiares, Viviane se esforçou para recebê-los com ânimo, para não deixá-los preocupados.- Laura também viria, mas infelizmente está fora do país gravando um filme e não pôde voltar. - Disse Viviane, se envolvendo em um xale, com a voz fraca. Embora conseguisse dormir nos últimos dias, acordava no meio da noite com pesadelos, se sentindo perturbada e incapaz de descansar bem. - Diga a Laura para se concentrar nas filmagens e não se preocupar comigo.Helena hesitou, olhando para Hortencia.
Ricardo acenou levemente com a cabeça. Os dois permaneceram em silêncio, sem saber o que dizer. Após um momento, Ricardo falou:- Vou sair agora.- Tudo bem. - Hortencia acenou com a cabeça, continuava lavando as frutas e só levantou o olhar depois que Ricardo saiu. Provavelmente, quem estava se sentindo pior agora era oRicardo. Após tantos anos de convivência, Hortencia entendia bem o quanto ele era dedicado ao trabalho, mas agora ele ficava em casa por causa de Viviane. Esperava que Viviane pudesse superar essa fase sombria em breve.Hortencia terminou de lavar as frutas, saiu e passou um tempo conversando com Viviane, até que Viviane insistiu para que ela fosse embora. Ao sair, os olhos de Rosa se encheram de lágrimas instantaneamente, e ela disse baixinho no carro:- Parece que Viviane emagreceu, e faz apenas alguns dias que não a vejo.Helena e Hortencia permanecem em silêncio, sem dizer nada. A atmosfera durante toda a viagem era extremamente opressiva, assim como dentro da man
Ricardo, ao ver Viviane chorando, pegou vários lenços de papel para enxugar suas lágrimas, enquanto a consolava dizendo:- Por que está chorando de novo, minha esposa?Os olhos de Viviane se encheram de lágrimas:- Quem está chorando? Foi o vento que me fez lacrimejar.Ricardo olhou para o ambiente interno:- Está bem, foi o vento que te fez lacrimejar, mas, esposa, você poderia terminar de comer o macarrão que eu fiz?Viviane riu através das lágrimas, mordendo o lábio:- Claro.Após a refeição, o casal se sentou para assistir à televisão no térreo, e nenhum dos dois iniciou uma conversa até que, por volta das dez horas, Viviane se levantou para subir, e então, parou e disse a Ricardo:- Ricardo.- O que foi?- Não importa quão difícil seja, eu sempre estarei ao seu lado. - Viviane falou como se fosse algo trivial, mas também como se estivesse fazendo um juramento.Ricardo olhou para Viviane com ternura, e aquelas palavras acalmaram seus pensamentos, fazendo ele se sentir imediatamente
Ricardo já havia visitado a Mansão da família Barros algumas vezes antes, portanto, não precisava de nenhum mapa para dirigir até lá. Ele estacionou o carro em frente à mansão dos Barros. Assim que desceu do carro, alguém veio rapidamente para impedi-lo. Porém, ao reconhecer que era Ricardo, a pessoa recuou alguns passos e fez uma reverência respeitosa:- Sr. Ricardo.Ricardo nem olhou para ele e avançou com passos largos para dentro do pátio e, em seguida, para a sala de estar.Gustavo, que estava no quarto, já tinha ouvido o barulho do lado de fora e se levantou para receber Ricardo na direção da porta:- Tio Ricardo.Mal tinha começado a falar, e o punho levantado de Ricardo o acertou em cheio.Gustavo soltou um grito de dor e estava prestes a perguntar o que estava acontecendo quando o segundo soco de Ricardo o atingiu duramente no outro olho.Gustavo imediatamente cobriu os olhos com as mãos, gemendo de dor:- Tio Ricardo, você enlouqueceu? Sou seu sobrinho!A palavra "sobrinho" m
No dia seguinte, Amadeu mal havia chegado ao escritório quando foi abordado por algumas faxineiras na entrada:- Secretário Amadeu!- O que houve? - Amadeu parou, notando que as faxineiras ainda seguravam seus utensílios de limpeza, e não pôde deixar de perguntar. - Ainda não terminaram a limpeza?- O Sr. Ricardo está lá dentro, não nos atrevemos a entrar.- O Sr. Ricardo está lá dentro? - Amadeu duvidou do que ouviu.Esse tipo de situação costumava acontecer frequentemente quando ele estava no país M.Mas desde que o Sr. Ricardo se casou com a Sra. Barros, isso raramente acontecia.A menos que todos ficassem até tarde trabalhando.- Sim, o segurança do andar de baixo disse que o Sr. Ricardo voltou sozinho ontem à noite, passou a noite aqui, e parece que ele estava sangrando no rosto.Ao ouvir isso, o coração de Amadeu saltou para a garganta."Será que o Sr. Ricardo brigou novamente com a Sra. Barros?"Com cuidado, Amadeu abriu a porta e viu Ricardo deitado no sofá, com os olhos fechad