— Claro, eu já estou indo te encontrar. — Viviane desligou o telefone e, olhando para Ricardo, disse. — Se você estiver ocupado, posso ir sozinha de carro.Ricardo já havia virado o volante:— Não foi você quem disse que tinha tempo?Viviane mordeu os lábios, sem dizer mais nada.Cerca de dez minutos depois, encontraram Flaviane.Quando Flaviane entregou o chá perfumado a Viviane, ela notou Ricardo e ficou surpresa. Flaviane já tinha visto os dados sobre Ricardo, mas ao vê-lo ali, ela se deu conta de que ele era completamente diferente do homem descrito nas informações. De algum modo, Flaviane sentiu que Ricardo emanava uma aura de nobreza. Essa nobreza era como a de um rei arrogante, fazendo com que Flaviane sentisse uma inveja repentina. Embora seus pais tivessem lhe dito várias vezes que o marido da Viviane era apenas um homem pobre, naquele momento, Flaviane estava convencida de que esse homem era excepcional, até mais que Gustavo.— Olá. — Flaviane sorriu e cumprimentou Ricard
Flaviane, lutando contra o suor em seu rosto, forçou um sorriso:— Eu estou ouvindo, Srta. Viviane. Talvez seus pais tenham algum motivo para agir assim, não acha?Viviane franziu a testa imediatamente e respondeu:— Você acha que eles têm algum motivo? Que tipo de pais entregariam sua filha a um homem que quer pegar o rim dela? — Flaviane ficou em silêncio diante da pergunta de Viviane. A jovem continuou, falando consigo mesma. — Talvez eu nem seja filha dos meus pais, por isso eles me trataram assim.Flaviane sentiu um aperto no peito. O suor em sua testa já escorria até seu peito, e a sensação de umidade se misturava com a dor da roupa grudada em sua pele. Ela estava desconfortável.— Srta. Viviane, como você pode pensar assim? Nesse mundo existem muitos tipos de pais, e cada um tem seus próprios motivos.— Tudo bem. — Viviane olhou para Flaviane, que estava completamente suada, com o rosto avermelhado. Só então, ela esboçou um sorriso, mas rapidamente o diminuiu, deixando uma expre
Viviane Ribeiro se casou.O noivo não era Gustavo Barros, seu namorado de oito anos de amor. Era um homem que ela conheceu por menos de cinco minutos, de quem tinha apenas informações básicas.- Ainda há tempo para se arrepender. - No saguão de espera do cartório, o homem olhou para Viviane com um ar cínico, lembrando-a.Com os dedos apertando a bainha quase desfiada de sua roupa, o rosto frio e indiferente de Gustavo preencheu sua mente...Três dias atrás, Gustavo, que normalmente evitava vê-la, a convidou para jantar. No momento em que recebeu o telefonema, ela ingenuamente pensou que oito anos de dedicação finalmente receberiam uma resposta.Ela se vestiu cuidadosamente para o encontro, porém, foi recebida não apenas por Gustavo, mas também por Débora Ribeiro, sua prima, que estava sentada em uma cadeira de rodas e segurava as mãos dele com um sorriso doce no rosto.- Doe seu rim para Débora e eu me casarei com você. - Gustavo soltou essa bomba antes que ela pudesse assimilar o rel
- Há algum problema?Ricardo levantou as pálpebras, observando-a.Viviane entreabriu os lábios vermelhos, indecisa sobre o que dizer. Preocupada que Ricardo pudesse interpretar errado, optou por falar:- Nada de errado, vamos.Mais cedo ou mais tarde, teria que enfrentar isso.A meio caminho, Viviane recebeu uma chamada de Gustavo.Ao ver o brilho intermitente na tela, sua expressão congelou, como se estivesse vendo a si mesma nos últimos oito anos.Sempre foi ela a tomar a iniciativa de ligar para Gustavo, perguntando como ele estava.Mas Gustavo nunca a ligou uma única vez.Mesmo quando ela esteve hospitalizada para uma cirurgia, não recebeu nenhuma palavra de preocupação.Agora, por causa de Débora, ele podia ligar repetidamente.Algumas pessoas simplesmente não eram nem comparáveis.- Você não vai atender? - Ricardo, que estava fechando os olhos no banco do passageiro, virou a cabeça para olhar pela janela.Viviane olhou para o perfil impecável do homem. Embora não pudesse ver sua
O coração de Viviane de repente se tornou muito tenso, como se alguém à deriva no oceano vasto finalmente tivesse encontrado um pedaço de madeira flutuante. Levantou o olhar e cruzou diretamente com os olhos de Ricardo. O olhar dele não era mais de descaso e escárnio; era intenso e cheio de sentimento. Por um momento, até mesmo Viviane quase foi enganada por ele.Desesperada, ela olhou para Hugo e Sofia Lopes. Ambos, chocados, se sentaram no sofá. Após um momento de silêncio, Hugo foi o primeiro a reagir. Levantou a cabeça e perguntou a Viviane:- Viviane, o que está acontecendo?Viviane estava prestes a falar, Ricardo a interrompeu e a colocou atrás dele. Este novo sentimento de ser protegida deixou sua mente em branco, enquanto a voz profunda e magnética de Ricardo ecoava em seus ouvidos.- Nós acabamos de registrar nosso casamento hoje, foi tudo muito às pressas, não tivemos tempo de avisar nossos pais.Controlando a raiva, Hugo tentou manter a compostura:- Viviane!Juntando corag
Ricardo, com um rosto sério, a empurrou para o assento do passageiro e fechou a porta. Viviane se encolheu de medo e lançou um olhar furtivo ao rosto carrancudo de Ricardo, sem entender. A pessoa que deveria estar com raiva era ela. Então, por que Ricardo parecia ainda mais irritado? No segundo seguinte, Ricardo ligou o carro abruptamente e o veículo disparou como uma flecha solta do arco. Viviane quase foi arremessada para fora; ela agarrou-se firmemente ao apoio de mão, sua voz distorcida pelo vento:- O que você está tentando fazer?Ricardo parecia não ter ouvido sua pergunta e pisou fundo no acelerador, seus olhos escuros como os de uma fera na noite, fixos à frente. Imediatamente, o Audi comum tornou-se como uma enxurrada de água que escapava, correndo desenfreadamente pelas ruas silenciosas. Viviane estava pálida e só conseguiu se segurar no apoio de mão, usando toda a sua força. Ela questionou em alto e bom som, mas era inútil; o estrondoso som do vento abriu sua enorme bo
Viviane se divertiu com a suposição de Helena.- Você tem lido romances demais, minha amiga. Ele é apenas alguém que eu conheci casualmente, sem qualquer ligação com a família Barros. A única conexão é que ele trabalha no Grupo Barros.- Ah. - Helena ficou visivelmente desapontada. - Então, ele é subordinado de Gustavo. Isso não facilita para Gustavo te incomodar no futuro?Os olhos de Viviane escureceram um pouco:- Acredito que não. Gustavo deve me deixar em paz agora, principalmente por causa de David e o fato de eu já estar casada.Helena se sentiu um pouco aliviada, mas ainda assim estava indignada com Gustavo:- Eu diria que você deveria ter dado um soco nele. Ele não sabe o quanto você queria se casar com ele...Viviane a interrompeu suavemente:- Isso é passado, Helena. Daqui para frente, Gustavo e eu seguiremos nossos próprios caminhos, sem interferência um no outro.- E o noivado? David já sabe disso? Se ele descobrir, ficará devastado.O semblante de Viviane se fechou novame
Meia hora depois, Viviane entrou no carro arranjado por David e dirigiu-se ao Hotel Bay. Ao chegar à porta da suíte, soube pelo mordomo que à noite teria uma reunião de família.- Gustavo também está aqui? - Perguntou Viviane, sem nenhum desejo de encontrá-lo agora.O mordomo interpretou mal e respondeu sorrindo:- Fique tranquila, Srta. Viviane, Gustavo chegará em breve.Viviane ficou sem palavras."Será que ainda dá tempo de ir embora?"A porta atrás dela já estava aberta.Sem opção, Viviane tomou a iniciativa de cumprimentar:- Avô.Ao ver Viviane, o velho senhor abriu um sorriso tão grande que suas rugas se alisaram.- Viviane, você chegou, venha, venha, sente-se ao meu lado.Viviane se sentou ao lado do velho senhor e notou que todos ainda não tinham começado a comer. Provavelmente estavam esperando alguém importante. Como se lesse seus pensamentos, David falou sorrindo:- A noite é principalmente para celebrar o retorno do tio de Gustavo ao país.Embora Ricardo tivesse pedido par