Aquelas roupas, se não eram muito infantis, eram excessivamente maduras.— Obrigada, mas ainda acho que esta roupa combina comigo. Rosa recusou as boas intenções de todos e se aproximou de um vestido longo azul. Esse vestido tinha uma aura suave, completamente inofensiva, mas sem ser tão simples que ofuscasse o brilho de Rosa como protagonista. Também não era tão chamativo a ponto de roubar a atenção dos outros membros da família Machado; parecia feito sob medida para ela.— Vou experimentar este vestido. — Rosa disse à atendente.A atendente lançou um olhar ao gerente, e, vendo que ele não acenou com a cabeça, hesitou em pegar a peça. O gerente tomava decisões com base na opinião das pessoas da família Machado, que eram clientes habituais da loja. Ele conhecia bem o status delas.Percebendo que as roupas sugeridas anteriormente por eles eram, na verdade, uma armadilha para Rosa, o gerente se viu em um dilema e olhou para Amanda, a pessoa de maior prestígio entre elas. Amanda era mã
Viviane sorriu levemente:— A Rosa é minha ex-colega. Se eu soubesse antes que ela era a Srta. da família Machado, certamente não a teria contratado. Devo dizer que isso não é culpa minha, certo? A culpa é da tia que perdeu a Srta. Rosa, não acha que faz sentido? — O rosto de Amanda mudou ligeiramente, ainda sem ter pensado em uma resposta, quando ouviu Viviane continuar. — Ah, e quanto à festa, ela acontecerá em três dias, mas vocês só agora estão pensando em comprar roupas para a Srta. Rosa. Ou será que as pessoas que trabalham aqui não estão fazendo o seu trabalho, esquecendo de algo tão importante, ou a roupa foi danificada. Qualquer que seja o motivo, a qualidade dos empregados da família Machado não é das melhores, não acha, Sra. Amanda?O rosto de Amanda ficou ainda mais sombrio. Embora Viviane estivesse falando dos empregados da casa, suas palavras refletiam a falta de atenção da família Machado. Amanda, que esperava se mostrar diante dos outros da família Machado como se Rosa
— Tia. — A voz de Rosa, repleta de sorrisos, ecoou atrás de Amanda. — Eu acho essa regra um pouco exagerada. Que tal ligarmos para reclamar da loja?Ao ouvir isso, o gerente mudou de expressão, se apressando para olhar para Amanda.Amanda finalmente desviou o olhar de Viviane:— Que telefonar? Não é só experimentar roupas? Gerente, você vai concordar, não é?O gerente, enxugando o suor da testa, assentiu:— Claro, vocês são clientes especiais da loja. Essa pequena questão, eu consigo resolver. Srta. Rosa, se você quiser experimentar, fique à vontade.Rosa sorriu:— Não vou quebrar as regras de vocês, certo?— De forma alguma. — O gerente rapidamente pediu a um funcionário que trouxesse as roupas.Rosa pegou as roupas e entrou no provador, ignorando o gerente.Após experimentar, Rosa saiu, claramente satisfeita.— Eu quero esta roupa.Enquanto falava, Rosa entregou a peça ao gerente.O gerente, se apressando, pediu ao funcionário que embalasse a roupa. Ele então olhou para Amanda e acen
— O que aconteceu? — A voz sarcástica de Amanda ecoou. — Não precisa chorar por não ter trazido dinheiro, esses mais de cem mil reais, nós conseguimos reunir entre nós.O objetivo de Amanda era fazer com que os outros da família Machado acreditassem que o amor de Osvaldo por Rosa era falso. Com isso, ela também poderia ajudar Rosa e fazer Osvaldo lembrar de suas qualidades.— Não precisa. — Rosa levantou a cabeça, ainda com os olhos úmidos, mas com uma certa aversão nos olhos ao encarar Amanda. — Eu posso pagar por esse vestido sozinha.A expressão de Amanda mudou ligeiramente: — Mas você não disse que não tinha dinheiro?Rosa olhou fixamente para Amanda:— Tia, não me lembro de ter afirmado que estou sem dinheiro. Como você chegou a essa conclusão?O semblante de Amanda mudou, mas rapidamente encontrou uma desculpa:— Eu pensei que você não estava usando o cartão, por isso achei que não tinha como pagar.— Quando saí de casa, a tia já havia transferido o dinheiro para o meu cartão. —
Helena, absorta em seus pensamentos, despertou rapidamente:— Não é nada.Ela notou que, pelo tom de Viviane, parecia que ela não lembrava que Débora havia dito que ela não era filha do Hugo. Isso fazia sentido, já que aconteceu antes da amnésia de Viviane.— Aliás, Helena.— O que foi? — Helena olhou para Viviane, nervosa.— Você sabe para onde eles foram?— Eles? — Hugo e a Sofia. Eu só me lembro que apareceram quando eu ia me casar com o Gustavo, e depois sumiram. Você sabe onde estão?— Eu realmente não sei. — Helena balançou a cabeça. — Depois que você foi levada por Ricardo, acho que eles ficaram com medo da retaliação do Gustavo e desapareceram.— Tudo bem.— Vivi, você não está com saudade deles, está?— Não, como eu poderia sentir saudade? Só estava pensando que, ao ver a Rosa voltando para a família Machado, percebi que eu também tenho pais.— Seus pais... — Helena olhou para Viviane, cautelosa. — É melhor você considerar que eles não existem... Quem sabe, eles nem são seus
Em seguida, Viviane caiu nos braços de Ricardo. Quando tentou se levantar, a mão de Ricardo segurou sua nuca; aquele beijo suave rapidamente se transformou em um beijo intenso. Viviane quase não conseguia respirar.Depois de um tempo, usando todas as suas forças, finalmente conseguiu empurrar Ricardo:— Ricardo, você está realmente bêbado ou só está fingindo?Viviane o encarou. Não podia negar que, independentemente da situação, Ricardo era incrivelmente atraente. Mesmo bêbado, seu queixo forte, as narinas e o contorno dos lábios eram hipnotizantes.No instante seguinte, o braço de Ricardo novamente envolveu a cintura de Viviane de forma possessiva. Ela permaneceu em silêncio. "Por que tenho a impressão de que o Ricardo não está bêbado, mas apenas atuando?"— Vivi... — Ricardo, com os olhos fechados, começou a exibir uma expressão de dor. Ao vê-lo assim, o coração de Viviane pareceu ser atingido por uma agulha, e suas sobrancelhas se franziram.— Vivi... — Os lábios de Ricardo se abri
Viviane olhou para os postes de luz na rua e sorriu:— É, eu conheço as habilidades dele, espero que ele esteja bem.Logo, as duas chegaram à família Machado.Ao ver Viviane, os empregados da família Machado imediatamente a receberam, levando ela até a mesa que era exclusivamente dela. Nela, estavam sentados os líderes das quatro grandes famílias. Helena, sendo amiga de Viviane, tinha naturalmente o direito de sentar ao seu lado. Contudo, como os membros das outras duas famílias não haviam comparecido, apenas Viviane e Helena ocupavam a mesa, que parecia um pouco vazia.Helena avistou o cartão à sua frente com o nome do Gustavo:— Quase esqueci, em uma ocasião como esta, com certeza teremos que jantar com o Gustavo. Só de pensar naquela cara, me dá um certo nojo.Viviane riu suavemente:— Então não pense na cara dele.— Eu não quero pensar na cara dele, mas uma hora ele vai chegar e vai sentar bem à nossa frente, e, pelo que eu conheço do Gustavo, não sei que tipo de coisas ele vai so
O tempo passava lentamente, segundo a segundo. Com a hora do banquete se aproximando, Helena olhou para o lugar de Gustavo e comentou:— Onde está o Gustavo?Faltavam apenas cinco minutos para o início da festa.Viviane balançou a cabeça. Nesse momento, avistou o casal Machado descendo com sorrisos do segundo andar.— A Rosa já está quase saindo.Helena também direcionou o olhar para Osvaldo e sua esposa:— Sim, ele deveria ter chegado por agora.Enquanto isso, os pensamentos de Viviane estavam longe de Gustavo, focados no casal que descia lentamente.Do outro lado da cidade, Gustavo, cercado, foi forçado a pedir ao motorista que parasse o carro.— Senhor! — O motorista olhava nervosamente pela janela, vendo os veículos que os cercavam.Seis carros, no total, estavam ali, quase na mesma quantidade do deles, mas, por alguma razão, o motorista se sentia muito ansioso.— Eu disse para você parar! — Gustavo falou com frieza, sua expressão inalterada.O motorista obedeceu e estacionou. Assi