Clara acordou cedo no dia seguinte, sua mente ainda girando com a expectativa do encontro que tinha pela frente. Era uma manhã comum, mas para Clara, tinha um significado especial. Ela preparou um café da manhã simples para Lucas e fez o melhor possível para garantir que ele tivesse um bom começo de dia, apesar da sua própria ansiedade.

Lucas estava especialmente animado. Ele havia aprendido sobre uma nova atividade na escola e mal podia esperar para contar a Clara. Ela sorriu e o encorajou, tentando esconder a inquietação que sentia. Com as roupas escolares bem passadas e o lanche preparado, Clara levou Lucas até a escola com um sorriso no rosto, mesmo que por dentro estivesse preocupada.

Quando deixou Lucas na escola e o viu correr para dentro, Clara sentiu um alívio temporário. Sabia que ele estava seguro e feliz, o que fazia o seu coração se sentir um pouco mais leve. Clara então começou sua jornada para o escritório de Gabriel Santana, o CEO que a havia contatado na noite anterior. Ela se preparou para o encontro, vestindo uma roupa simples, mas apropriada para uma reunião formal. Um blazer azul escuro, uma blusa branca e uma saia preta eram o que ela tinha de melhor e o que fazia sentir-se um pouco mais confiante.

Gabriel tinha mencionado que enviaria um carro para buscá-la, então Clara esperou pacientemente na entrada do seu prédio. O carro chegou pontualmente e era um sedan preto luxuoso. O motorista, um homem de meia-idade com um terno impecável, sorriu e abriu a porta para Clara.

— Bom dia, senhora Clara. Estou aqui para levá-la ao escritório do senhor Gabriel. — disse o motorista, com um tom educado e respeitoso.

Clara agradeceu e entrou no carro. Durante a viagem, olhou pela janela e observou a cidade. A Avenida Paulista estava começando a ficar movimentada com o tráfego de pessoas e veículos. O prédio onde Gabriel trabalhava era um dos mais imponentes da área, e Clara não pôde deixar de sentir um misto de nervosismo e curiosidade.

Quando o carro parou em frente ao edifício, o motorista a acompanhou até a entrada principal. O hall de entrada do prédio era luxuoso, com pisos de mármore e uma decoração sofisticada. Clara sentiu-se pequena diante de tanta grandiosidade, mas tentou manter a compostura. O recepcionista, um homem jovem e bem vestido, a cumprimentou com um sorriso.

— Bom dia, senhora Clara. O senhor Gabriel está esperando por você. Pode seguir para o 15º andar, por favor.

Clara seguiu as instruções e tomou o elevador até o 15º andar. O elevador se abriu para um corredor elegante, com portas de vidro e decorações modernas. Clara estava nervosa, mas ao mesmo tempo determinada a fazer o melhor possível nesse encontro. Respirou fundo e caminhou até a porta do escritório de Gabriel.

Quando entrou, encontrou Gabriel Santana sentado atrás de uma grande mesa de madeira. Ele era um homem de aparência imponente, com cabelo escuro e bem cortado e um terno cinza elegante. Ele levantou-se ao vê-la e ofereceu um sorriso caloroso.

— Clara, é um prazer conhecê-la pessoalmente. — disse Gabriel, estendendo a mão.

— O prazer é meu. — respondeu Clara, apertando a mão dele com um sorriso nervoso.

Gabriel gesticulou para que Clara se sentasse em uma das cadeiras confortáveis à sua frente. A sala era impressionante, com grandes janelas que ofereciam uma vista panorâmica da cidade, estantes de livros e uma decoração refinada.

— Espero que tenha chegado bem. — disse Gabriel, ajustando-se em sua cadeira. — Antes de começarmos, gostaria de oferecer algo para beber. Café, chá ou água?

— Água está ótimo, obrigada. — respondeu Clara, tentando relaxar.

Gabriel pediu água para a secretária e começou a explicar o motivo do encontro.

— Como mencionei ontem, eu gostaria de discutir uma proposta com você. Temos uma situação delicada e acredito que você pode ajudar.

Clara se inclinou para frente, interessada e um pouco ansiosa para ouvir mais.

— O que exatamente você tem em mente? — perguntou Clara, tentando manter a calma.

Gabriel respirou fundo e começou a explicar.

— A situação é a seguinte: nossa empresa está passando por uma crise de imagem pública. Estou em busca de uma solução que possa melhorar a imagem pública e também lidar com alguns desafios pessoais que estou enfrentando. O motivo pelo qual entrei em contato com você é que acredito que podemos fazer um acordo mutuamente benéfico.

Clara franziu a testa, sem entender completamente o que Gabriel estava sugerindo.

— E qual seria a proposta? — perguntou ela, tentando compreender a situação.

Gabriel inclinou-se para frente e falou com um tom mais sério.

— Gostaria de propor um contrato de casamento temporário. Eu precisaria de uma esposa para ajudar a melhorar a imagem pública da empresa e minha própria imagem pessoal. Em troca, eu garantiria uma compensação financeira substancial que poderia resolver muitos dos seus problemas atuais.

Clara ficou surpresa. A proposta era inusitada e parecia um tanto fora do comum. Um casamento temporário para fins de imagem? Era uma ideia difícil de engolir, mas, ao mesmo tempo, as palavras "compensação financeira substancial" chamaram sua atenção.

— Um casamento temporário? — repetiu Clara, para ter certeza de que havia entendido corretamente.

— Exatamente. — confirmou Gabriel. — Eu preciso de alguém que possa representar bem a empresa e que esteja disposta a entrar nesse acordo por um período determinado. Eu entendo que isso é muito para pedir, mas, considerando sua situação, acredito que pode ser uma oportunidade vantajosa para você.

Clara pensou nas contas que estava enfrentando, no aluguel atrasado e no futuro incerto para Lucas. O dinheiro prometido por Gabriel poderia resolver seus problemas financeiros e dar a ela uma chance de estabilizar sua vida. Mas havia muitos aspectos a considerar. Um casamento, mesmo que temporário, era uma decisão importante e pessoal.

— E quanto tempo duraria esse contrato? — perguntou Clara, tentando obter mais informações.

— O contrato seria por um ano. — respondeu Gabriel. — Durante esse período, você teria que participar de eventos públicos e estar ao meu lado em algumas funções sociais e empresariais. Em troca, você receberia um pagamento mensal significativo e, ao final do contrato, uma compensação adicional.

Clara avaliou as implicações do acordo. Um ano parecia ser um período longo, mas a perspectiva de uma compensação financeira robusta era tentadora. Ela ponderou as vantagens e desvantagens dessa proposta.

— E como você garante que isso será benéfico para mim a longo prazo? — perguntou Clara.

— Eu entendo suas preocupações. — disse Gabriel. — Além do pagamento mensal, você também terá a segurança financeira que precisa para resolver suas pendências e cuidar do seu filho. Eu sou um homem de palavra, e você pode ter certeza de que cumprirei o acordo.

Clara ponderou por alguns minutos. Era uma proposta não convencional, mas parecia ser uma solução para seus problemas imediatos. Ela olhou para Gabriel, que parecia genuíno em suas intenções, e decidiu que precisava considerar essa oportunidade com mais profundidade.

— Preciso de algum tempo para pensar sobre isso. — disse Clara finalmente. — É uma proposta grande e eu quero ter certeza de que é a decisão certa para mim e para meu filho.

Gabriel assentiu com compreensão.

— Claro, tome o tempo que precisar. Se decidir aceitar, podemos discutir os detalhes e preparar o contrato. E, se precisar de mais informações, não hesite em me procurar.

Clara agradeceu a Gabriel e se despediu, saindo do escritório com um sentimento misto de alívio e incerteza. Ela voltou para casa em um estado reflexivo, pensando em todas as implicações do acordo. A proposta de Gabriel era uma solução possível para seus problemas, mas também envolvia uma série de compromissos e mudanças em sua vida.

Quando chegou em casa, Clara encontrou Lucas brincando com seus brinquedos. Ele parecia feliz e despreocupado, o que fez Clara lembrar o quanto ele significava para ela. Ela sabia que qualquer decisão que tomasse deveria levar em conta o bem-estar de Lucas.

Clara passou o resto da tarde refletindo sobre a proposta e conversando com algumas amigas próximas. Elas expressaram preocupações, mas também reconheceram que a situação de Clara era difícil. A decisão não seria fácil, mas Clara sabia que precisava escolher o melhor caminho para garantir um futuro estável para Lucas.

Enquanto a noite chegava, Clara se preparou para mais um dia de trabalho e para enfrentar os desafios que estavam por vir. A proposta de Gabriel estava em sua mente, e ela sabia que, independentemente da decisão, seu futuro estava prestes a mudar.