Susan, assim que escuta o que seu pai está falando, cruza os braços, fazendo beicinho como uma menina mimada. Ela então resolve falar também, pois sempre ficou calada enquanto os outros decidiam seu destino. Mas dessa vez, ela não vai deixar que só eles falem e vai se impor um pouquinho também.— Pai, eu não quero que o senhor continue me tratando como uma criança. Querendo ou não, já cresci bastante, sou uma mulher. Sei que, às vezes, faço coisas que dão a entender que não tenho senso ainda na vida, mas sei muito bem o que é certo e o que é errado. Às vezes, faço as coisas que quero apenas para irritar quem está no meu caminho. E outra coisa, o senhor vai me dar a Cassandra, né? Sabe que eu a amo e não quero ficar longe dela. Ela me criou desde que eu era um bebê. É o que eu tenho de mais próximo de uma mãe, então não faz sentido eu ir embora e ela ficar aqui com o senhor. O senhor tem muitas empregadas de total confiança que estão com o senhor há décadas. Então, pelo menos, eu dever
Matias segue para sua casa nova e se surpreende assim que chega na frente, ao observar a grandeza do lugar. A frente é muito bonita, e a casa é enorme, igual à casa do Rafael ou até maior. Ele fica pensando que não sabe para que aquele exagero todo de casa, já que seria apenas para duas pessoas morarem. No portão, ele vê alguns seguranças conhecidos que, assim que veem Matias se aproximar, abrem rapidamente o portão da casa, dando passagem para ele. Matias, então, segue até a entrada da casa e, às 5:00, pensa que com certeza os seguranças informaram aos empregados que ele estava vindo, pois vê vários deles chegando em frente à porta de entrada e ficando de pé, parados, em uma grande fila. Matias também consegue ver uma mulher com roupas um pouco diferentes das dos outros empregados, parada bem em frente à porta. Ele para o carro e desce, indo em direção à entrada, enquanto a mulher se dirige para ele com gentileza.— Olá! O senhor deve ser o senhor Matias? É um prazer enorme ter o sen
Susan aproveitou toda aquela história da casa nova para fugir de Matias. Pensou consigo mesma que era uma distração perfeita para ficar longe do pervertido do seu marido. Não queria passar muito tempo perto dele, porque não conseguia se controlar; seu corpo a traía sempre, e ela não poderia mais confiar em si mesma. Sem falar que o mesmo corpo que a traía, também precisava de um descanso.Susan foi até a cozinha com Casandra, precisava comer algo. Seu estômago já dava sinais de que estava vazio, mas não passou muito tempo com ela. Após comer um sanduíche com um copo de suco de laranja feito na hora — que, por sinal, ela elogiou muito — logo subiu para o conforto de seu quarto e resolveu tomar um banho de banheira.Pensou na última vez em que esteve ali, na manhã de seu casamento, e no tempo horrível que passou com o maquiador e o cabeleireiro, e o quanto os fez esperar por ela. Então, abriu um leve sorriso. Naquele dia, tudo o que Susan queria era que aquele casamento não acontecesse.
Chegando na praça de alimentação, Susan pediu ao hostess que a conduzisse a uma mesa o mais reservada possível. Só quando chegaram lá é que começaram a conversar.— Oi! Amiga, quantas saudades! E esses brutamontes aí, seu pai nunca alivia sua segurança, né? Alguns deles até são bonitinhos, mas sérios dessa forma nem dá vontade de se aproximar. — Bri brincou com sua amiga.— Ah! Não se preocupe com eles, foi meu pai quem os contratou. Imaginei que, após o casamento, isso aliviaria um pouco, mas descobri hoje que estava errada. Meu pai nunca descansa quando o assunto é segurança. — Susan respondeu, meio irritada.— Me conta tudo, amiga. Por que seu pai casou você com aquele morto de fome? Nem importante ele era. Ele forçou você a fazer algo? E como ele é na intimidade? — Perguntou Bri, curiosa, preocupada e louca para saber de tudo.— Nem eu sei, amiga, por que meu pai me forçou a isso. Aquele homem é um escroto, mal-educado e insensível. Meu pai ainda disse que aquele idiota é seu home
Susan não pode falar nada a respeito dos negócios ilícitos do papai, muito menos do seu marido, pois ninguém pode descobrir. Ela não pode ser descuidada e abrir o bico, caso contrário, arruína tudo.E ainda existe a possibilidade de Dom Rafael mandar matar quem descobrir seus segredos, apenas pelo fato de garantir que o mesmo não abra o bico. Se eles soubessem quem é o marido de Susan, nem cogitariam essa ideia. Isso seria um atestado de morte para ambos, e o Matias até seria benevolente se lhes causasse uma morte rápida, porque seria bem capaz de torturar ambos os irmãos por tentarem colocar esse tipo de ideia na cabeça de Susan e por tentarem fazer ele de corno.Susan nem queria pensar no que Matias seria capaz de fazer com sua amiga e com o irmão dela. Ela também estava muito preocupada que os seguranças, de alguma forma, escutassem aquele tipo de conversa e informassem ao Matias.— Amiga, você está aí? Terra chamando Susan! Você escutou o que dissemos? — Bri chama a atenção de sua
Matias desce para almoçar mais uma vez sozinho, como sempre. Todos ao seu redor fogem dele como o diabo foge da cruz, e ele não entende o porquê disso, já que sempre tentou ser o mais gente boa possível com todos ao seu redor, a não ser quando tem que matar alguém. Ele olha para Melissa, que está em pé ao lado da mesa, e abre um sorriso para ela. A moça baixa rapidamente a cabeça, com medo do que possa acontecer. Olhando para suas mãos, ela continua de cabeça baixa enquanto escuta a voz grave e fria de Matias falar com ela.— Sente-se e coma comigo. Odeio comer sozinho. Até mesmo quando eu morava sozinho, preferia ir até o restaurante só para poder ter alguém ao meu redor e não ter a sensação de estar comendo sozinho. Então, por que aqui, na minha própria casa, eu tenho que ser obrigado a comer sozinho, já que a minha esposinha resolveu não se juntar a mim agora na hora do almoço? Quero que você faça essa honra. — Matias dá a ordem.— Mas senh… — Ela diz, tremendo perceptivelmente, co
📱— Tudo bem, Dom Rafael. Até logo. Olhe, a Susan ainda está por aí? Achei que ela vinha, que teria tempo de almoçarmos juntos, mas, pelo que vejo, ela preferiu ficar aí na sua casa do que vir fazer companhia a mim. Realmente, lá na ilha ela não tinha opção, tinha que ficar sempre perto de mim, mas aqui acho muito difícil convivermos juntos da forma que o senhor quer. E eu creio que terei que me acostumar com isso.📱— Não, meu rapaz. Ela saiu pouco depois que você. Pensei que ela estivesse aí com você. Não acredito que essa menina já está aprontando de novo. Isso é o cúmulo! Mas não tem problema, vou ligar para os seguranças para ver onde ela está. Não é possível que ela tenha sumido do mapa… — ele diz com tom de preocupação.📱— Não se preocupe, pois ela só sai com os seguranças que escolhi pessoalmente. Se acontecer qualquer coisa, eles me ligam. Se não me ligaram até agora, é porque, com certeza, ela deve estar bem. Deve estar por aí com alguma das amigas dela. Ela não parava de f
Matias adorou o jeito que Melissa falou com ele e ficou imaginando que, se soubesse que ter uma empregada era assim, já teria contratado uma muito antes. Achava maravilhoso todo aquele cuidado. Ele então saiu do escritório, deixando Melissa lá, e subiu para o seu quarto. Assim que entrou, foi direto para o banheiro, tomando uma ducha rápida.Quando já estava se enxugando, ouviu bater na porta. Então, gritou um pouco mais alto para que quem estava batendo pudesse escutar.— Pode entrar! — Ele falou um pouco mais alto.Melissa não esperava, de maneira alguma, encontrar Matias em uma situação constrangedora. Mas, assim que abriu a porta, ela o viu apenas enrolado em uma toalha. Quase derrubou a bandeja que estava em suas mãos, e Matias correu em sua direção para ajudá-la.— O que foi? Se assustou com alguma coisa, minha querida? Espero que não tenha sido por causa de mim. Sei que sou feio, mas creio que nem tanto assim, não é mesmo? — Ele disse, com tom irônico, já sabendo do que se trat