Sob a luminosidade das lâmpadas, os olhos negros profundos de Henrique pareciam insondáveis:- É assim que você me vê?Carolina encolheu o pescoço e murmurou baixinho que não era isso.Mas estava claro que ela não estava sendo sincera.Uma veia na testa de Henrique pulou quando ele pegou o celular e ligou para a polícia.Carolina ficou ansiosa e tentou pegar o telefone:- Não ligue, seu cunhado vai descobrir.Henrique ficou perplexo por um momento, e só então entendeu que ela se referia a Bruno como "cunhado".- E daí se ele souber? Você é a vítima. A menos que você queira se esconder como uma tartaruga assustada.- Bobagem! Eu me preocupo com você. E se o Bruno descobrir? O que sua família vai pensar de você?Ela era a esposa de Henrique no papel.Ela não queria que ele fosse prejudicado por causa dela.- Resolva seus próprios problemas antes de se preocupar com os outros. - Carolina ficou atordoada. Ela não esperava que alguém tão insensível como ele tivesse tamanha compaixão.Quinz
Uma expressão de desconforto cruzou o belo rosto de Beatriz:- Quem te disse isso? Foi a Carolina?- Primeiro, você me responde: sim ou não. - Diego suavizou o tom, falando com calma. - Saiba que estou fazendo tudo isso pensando no nosso futuro.- Pensando no nosso futuro? Então, por que você me faz uma pergunta dessas?As lágrimas começaram a acumular nos olhos de Beatriz enquanto ela falava.Vendo-a chorar, Diego rapidamente procurou por lenços e ajudou ela a enxugar as lágrimas:- O que aconteceu?- Carolina te disse que eu peguei o dote que a mãe dela deixou para ela?Diego hesitou por um momento:- Sim, a Carolina disse que, contanto que você devolvesse o dote...- Você prefere acreditar nela do que em mim. - A voz de Beatriz estava embargada enquanto ela o interrompia. - Você acha que eu seria gananciosa a esse ponto, que não deixaria passar nem mesmo a herança dela?- Não é assim... Você está entendendo errado, eu não quis dizer isso...- Não precisa falar mais nada. Eu pensei q
Carolina soltou uma risada divertida: - Deveria me chamar de "Dona".Depois de alguns dias sem se verem, Cesar havia trocado o cabelo oleoso por um estilo mais despojado, lembrando um jovem problemático das ruas. No entanto, observando com atenção, o rosto dele ainda exibia uma beleza delicada e juvenil, indicando que devia ter entre 19 e 21 anos.Afinal, ele era vários anos mais novo que Beatriz.Nesse momento, Carolina não sabia se deveria dizer que Beatriz estava interessada em homens mais jovens ou se ele tinha um jeito atraente com o sexo oposto.- Se eu te chamar de "Dona", você me daria seu número de telefone?- Não tenho o costume de sair com homens mais novos.Carolina respondeu e, sem dar muita importância, voltou a se concentrar nos documentos. Ela falou como se estivesse lidando com uma criança: - Agora saia, temos trabalho para fazer. Se seu pai com certeza não vai gostar de te ver aqui.Já fazia tempo desde que Cesar era tratado com tão pouca seriedade. Seus lábios trem
Neste momento, o interior de André está definitivamente surpreso. Ele conhecia Henrique e sabia que ele não tem interesse em mulheres. Sabia que Henrique sempre desdenha situações em que um herói resgata a dama.Naquele dia, era como se Henrique tivesse se voluntariado para ajudar a jovem diante dele.Não, não parecia que era só para ajudar, ele também estava se gabando por ser rico, bonito e jovem.Adotar o papel de herói que resgata a dama, é tão narcisista.Mas espera aí!Essa moça não seria a Carolina, seria?!André olhou para Henrique e depois para Carolina, sua certeza já estava formada.Carolina e Cesar viraram a cabeça quase ao mesmo tempo.Um homem vestindo um elegante terno preto, alto e esguio, sobrancelhas longas que se misturam com os cabelos, nariz proeminente, lábios finos e apertados, olhos profundos como sempre, não demonstravam muita emoção. O olhar dele passou friamente por Cesar.O corpo de Cesar tremeu visivelmente, sua postura arrogante mudou da água para o vinho,
Carolina piscou, encontrando o olhar desconfiado dela:- Eu só sou a babá da casa dele. Morando sob o mesmo teto, sem o amor de um casal, mas com os cuidados de um, isso não é o que uma babá faz?Cristina ficou atônita:- Babá?- Sim, não é o que parece?Cristina sabia que as famílias ricas exigiam mais ao contratar uma babá, mas encontrar uma tão bonita como Carolina era raro. Ela se sentiu um pouco desapontada."A pessoa que consegue fazer o chefe da Imóveis Lusitano sair para cumprimentá-la pessoalmente deve ser excepcional. Carolina, com a altura que tem, com a aparência e presença forte, é simplesmente uma existência sublime neste mundo," pensou Cristina. "É uma pena que eu não possa ter uma boa conversa com ela."- Por que você não concorda em dar o número de telefone para o Alberto? Se você ficar com ele, não precisará trabalhar durante o dia e ser babá durante a noite.Guilherme era o funcionário mais velho do grupo, tinha cinco anos de empresa e, atualmente, era o vice-líder.
Carolina olhou para a página do celular, incrédula:- Tem alguma coisa errada, eu nem chamei o carro.- Isso só prova que cheguei na hora certa, nem tão cedo, nem tão tarde.Ela abriu os lábios de cereja, surpresa:- Você veio só para me buscar?- Sim.Lucas observou o olhar estranho no rosto de Carolina e, após uma pausa, explicou:- Eu estava jantando aqui perto com o Cláudio, ele estava no celular e viu que você também estava por aqui.- Entendi. - Carolina compreendeu.- Sim, pensei que não seria conveniente você pegar um táxi tarde da noite, então resolvi vim te buscar.- Tão tarde assim, e você ainda quer me levar, você só vai chegar em casa meia-noite.- Não tem problema, eu tenho sofrido de insônia ultimamente.Com Lucas explicando até esse ponto, Carolina não teve motivos para recusar.Cidade S. Henrique levou Luna para passear.Luna mal saiu da Mansão e se jogou no chão, ofegante em protesto.“Ela já passeou cinco vezes esta noite, ela vai ficar exausta!”Infelizmente, Henriq
Henrique olhava fixamente para Carolina, ele estava muito bravo, mas falou sorrindo:- Você queria que eu fosse te buscar, mas você me avisou?- Se eu te dissesse, você iria?Henrique silenciou. "A resposta seria não."Mas se ele soubesse que Carolina não conseguiria chamar um carro e que ela fosse trazida por outro homem, ele iria buscá-la."Ela é tão tola que nem perceberia se fosse vendida."Carolina, vendo que ele não respondia, teve sua resposta. Ela puxou amargamente o canto da boca, e então se virou e começou a caminhar em direção ao interior do condomínio.Henrique franziu a testa e rapidamente empurrou a coleira de Luna para ela.Carolina olhou para a coleira em sua mão:- O que é isso?- Você ainda não levou Luna para passear.- Você já não andou com ela hoje?!- Por que você não voltou mais cedo?Carolina respirou fundo, resistiu ao impulso da discussão, pegou a coleira e caminhou em direção ao jardim atrás do condomínio.Luna choramingou. Já era a décima volta.Carolina lev
A localização da Cidade S era bem tranquila, mesmo em meio ao tumulto, as mansões independentes eram particularmente silenciosas, especialmente à noite, quando quase ninguém podia ser visto.Se o homem de meia-idade diante dela quisesse fazer algo, Carolina simplesmente não teria como resistir.Uma camada de suor frio cobriu as palmas das mãos de Carolina, mas ela escolheu não recuar:- Estou certa do que estou dizendo, você não só não cuidou do seu cão como também está sendo irracional. A Cidade T proíbe a criação de pastor alemão, eu posso te denunciar.O homem amoleceu instantaneamente ao ouvir a palavra "denúncia" e não ousou dizer nada, levando o cachorro embora.Carolina relaxou, ela ligou com pressa para Henrique para que ele viesse.Cinco minutos depois, Henrique apareceu. Vestindo roupas casuais de algodão, sob a luz da noite, o rosto dele estava inexpressivo, e os olhos estavam cobertos por uma sombra terrível.- Ela não estava com a coleira?- Estava, mas eu a soltei por um