— Enrico! Verônica expressou surpresa ao vê-lo, ela não esperava que Enrico também estivesse presente naquela noite.De fato, não era só ela que estava desinformada, Kayra também desconhecia o motivo de Enrico ter saído do salão de festas.Enrico ignorou Verônica e caminhou até Kayra, perguntando: — O que ela te disse? — Seu tom era inesperadamente suave e baixo. Kayra sentia uma pressão no peito e uma tensão no corpo, mas se mantinha calada.Notando seu perturbamento, Enrico entendeu imediatamente que a presença de Verônica nunca era um bom presságio. Ele acenou discretamente e logo seu carro estacionou à sua frente.— Entre, vou levá-la para casa.Ele a apoiou intencionalmente, protegendo ela enquanto a ajudava a entrar no carro.No entanto, quando estava prestes a seguir adiante, Enrico avistou uma fotografia nas mãos de Verônica, as duas pessoas jovens e extremamente familiares na foto fizeram seus olhos se encherem de raiva.— O que é isso que você tem aí? — Ele hesitou e ques
Ao ouvir a palavra "prisão", as pernas de Verônica enfraqueceram, quase fazendo ela cair no chão."Se eu for para a prisão e me tornar uma pessoa marcada, o Fabiano certamente renegará nossa relação de pai e filha... Minha vida estará completamente arruinada! Eu não posso ir para a prisão!" O rosto de Verônica empalideceu, seus olhos se encheram de medo enquanto ela olhava para Enrico, esperando por clemência. No entanto, Enrico não demonstrou qualquer intenção de olhar para ela novamente. Ele se virou e disse friamente:— Não quero mais ouvir nada sobre essa foto. Caso contrário, não só não a perdoarei como também não deixarei a família Moura em paz!Enrico se afastou, deixando Verônica tremendo no lugar....O carro preto já estava distante, subindo a rampa do viaduto circular. No silêncio quase congelante, Carlos finalmente ouviu a voz de Kayra no banco de trás:— Me leve de volta à Mansão dos Lima.— Sra. Kayra... O presidente Enrico estará em casa em breve. Você não quer...?Car
Kayra não conseguia dormir e, por isso, desligou o telefone, desceu e se dirigiu diretamente ao estúdio de Rafael.A noite estava densa, o ateliê se situava na periferia, e a estrada se tornava cada vez mais desolada à medida que ela ligava os faróis altos.Após algum tempo, Kayra lançou um olhar casual ao retrovisor e, imediatamente, seu olhar se apertou. Ela percebeu aguçadamente que o carro que a seguia parecia ser sempre o mesmo."Como pode ser uma coincidência seguir na mesma estrada após uma hora dirigindo?" Ela refletiu, controlando sua velocidade e começando a observar o SUV preto atrás dela.De fato, o carro se mantinha discreto e não a seguia muito de perto, contudo, devido ao seu humor um tanto abatido naquele dia, ela notou algo incomum.Dez minutos depois, o carro ainda seguia tranquilamente atrás dela. Kayra olhou de relance para o GPS.À frente, havia uma estrada isolada que levava a uma vila, rapidamente, ela teve uma ideia, pressionando o acelerador e virando bruscame
O coração de Kayra se encolheu de medo, e ela, instintivamente, pegou o celular para ligar para a polícia. No entanto, ouviu o homem do lado de fora da janela dizer:— Srta. Kayra? Eu sou o assistente do Sr. Geraldo, seu carro está com problemas?Kayra hesitou ao discar, observando mais atentamente o homem do lado de fora, que lhe parecia vagamente familiar. Certamente alguém que seguia Geraldo anteriormente.Contudo, encontrar Geraldo naquela situação deixou ela mais apavorada do que feliz. Ela hesitou, mas baixou a janela do carro, e Geraldo também saiu do seu veículo e se aproximou:— Srta. Kayra? É mesmo você! Me lembro da sua placa.— Sr. Geraldo! — Ela ficou tensa. — O que o senhor está fazendo aqui?— Eu tenho um terreno aqui perto, estou construindo uma fábrica. Estava inspecionando o local e agora estou retornando para a cidade. — Explicou Geraldo. — O que aconteceu com o seu carro?— Acabou a gasolina. — Respondeu ela, sinceramente.— Então, que tal ir no meu carro até a cid
Kayra passou a noite em claro.Às quatro da manhã, Bruna lhe enviou uma mensagem, informando que, após a investigação de um detetive particular, a placa do carro preto que ela se recordava estava correta, e a identidade do proprietário também não apresentava problemas, ele residia próximo à vila onde estiveram na noite anterior.Consequentemente, o detetive concluiu que não se tratava de perseguição, mas sim de uma coincidência.— Não creio que seja uma coincidência. — Ponderou Kayra, segurando o celular. Após um momento, decidiu ligar para Bruna, se mantendo firme em sua opinião.— Se baseia em sua intuição? — Indagou Bruna.Kayra confirmou:— Quando aquele carro me seguia, algo parecia fora do normal, não posso crer que tenha sido mera coincidência.— Todavia, o proprietário do carro e seu círculo próximo foram investigados e estão livres de suspeitas. Pedirei que prossigam com a investigação. — Bruna respondeu, confiante na amiga, embora sem provas concretas.— Deixemos isso de lado
— Ontem à noite, eu ainda não tinha te agradecido formalmente. — Começou Kayra por iniciativa própria.Geraldo sorriu e balançou a cabeça:— Desde que nos conhecemos, você já me agradeceu o suficiente.— Isso significa que você sempre esteve me ajudando. — Kayra relembrou o passado, curvando levemente os lábios. — E eu nunca tive a chance de retribuir sua bondade.— Vamos considerar que você me deve uma, por enquanto. — Geraldo respondeu com uma expressão modesta.Eles estavam sentados um de frente para o outro, com poucos tópicos para discutir.Justamente quando o silêncio constrangedor se prolongava, um médico acompanhado de uma enfermeira entrou, verificou o eletrocardiograma que Kayra havia feito durante grande parte do dia e realizou alguns exames básicos, dizendo:— Você não tem nenhum problema de saúde, apenas precisa descansar mais ao voltar para casa e evitar grandes variações emocionais.— Então eu posso receber alta agora? — Perguntou Kayra.O médico assentiu.Geraldo olhou
Enrico, com as pupilas dilatadas e um tom sombrio e irônico, disse:— O Sr. Geraldo está solteiro há tanto tempo que parece ter esquecido o que é ter charme!A infantilidade da disputa entre os homens deixou Kayra sem paciência. Ela não quis mais ficar e decidiu se levantar:— Vou ao banheiro, vocês continuem.Assim que ela se afastou, o confronto entre Enrico e Geraldo se tornou mais explícito.— Foi você quem arranjou de propósito o homem de ontem à noite? — Começou Enrico. Sua frase era uma pergunta, mas o tom era de certeza.— O que o Presidente Enrico está dizendo? Que homem? — Perguntou Geraldo, com um sorriso nos olhos, mas mantendo o rosto tenso.Enrico deu uma risada fria:— Vamos ser claros, as mentiras servem para alguma coisa entre nós?— O que foi, você está com pena agora? — Geraldo se levantou de forma ameaçadora, encarando o olhar inquisitivo de Enrico. — E por que você não apareceu ontem à noite? E hoje, o que está fazendo aqui tão arrogante? Está tentando protegê-la m
Ao chegar à Comunidade Senho, Kayra desceu do carro, atenta aos sons que a cercavam. Assim que entrou em casa, o carro de Enrico acelerou, dando uma volta no canteiro de flores antes de sair rapidamente. Ele não ficou."Não importa." Pensou Kayra, balançando a cabeça como se fosse para se convencer, e decidiu tomar um banho antes de se deitar para dormir.Enquanto se revirava na cama, um telefonema de sua mãe chegou:— Kayra, você já dormiu?— Ainda não... O que aconteceu?— Estou prestes a embarcar, chego amanhã ao meio-dia. Venha me ver quando puder, precisamos conversar. — Disse Nicole.— Houve algum problema? — Perguntou Kayra, preocupada, ponderando se sua mãe poderia ter descoberto que ela escondia sua condição.— Ouvi dizer que você vai ao centenário do perfume Angel no País de Vía? — Nicole questionou, surpreendentemente.— Sim, mãe, como você soube?Kayra se mostrou um pouco surpresa, afinal, após Rafael contar a ela, ela ainda não havia discutido isso com mais ninguém.Nico